Texto e fotos: Marcos Anubis
Revisão: Pri Oliveira/Cwb Live

O show reuniu João Bosco, Toquinho e MPB4 executando algumas das canções mais marcantes da história da música brasileira



A sexta-feira (18) foi uma noite de gala para o público curitibano que acompanha a MPB. Isso porque a cidade recebeu o show “50 Anos de Música”, que reuniu João Bosco, Toquinho e MPB4 no Teatro Positivo.

Juntos, eles construíram boa parte do que de melhor aconteceu na música brasileira nas últimas décadas. Além disso, cada um deles estabeleceu parcerias com grandes gênios, entre eles, Chico Buarque, Aldir Blanc e Vinícius de Moraes.



João Bosco

O primeiro a pisar no palco foi João Bosco. Recitando o poema “E então, que quereis?”, do poeta russo Vladimir Maiakovski, ele começou o show com “Corsário”.

João sintetiza perfeitamente a qualidade do músico brasileiro, pois reúne uma técnica única de tocar violão, criatividade e uma capacidade incrível de improvisar. Tudo isso faz com que os seus shows sejam imprevisíveis. O público nunca sabe para onde será levado por meio de suas canções.

Antes de “Jade”, João lembrou de um show que fez nos anos 1970 com a cantora Clementina de Jesus, no Teatro Guaíra. Naquela noite, depois da apresentação da dupla, quem subiria ao palco era o Rei Roberto Carlos.

Como, naquela época, era complicada a troca de palco entre um show e outro, Roberto Carlos emprestou o seu equipamento e, de quebra, o Rei ainda ficou curtindo o show de João e Clementina.

Atendendo aos pedidos do público, João tocou rapidamente um trecho de “Os seus botões”, um dos maiores sucessos de Roberto. Depois, ele cantou “Incompatibilidade de gênios”, uma das músicas que marcaram a sua parceria com Clementina.

O repertório ainda teve, entre outras canções, “Memória da pele” e “Mestre sala dos mares”. Na parte final, o MPB4 se juntou a João para a execução da essencial “De frente pro crime”. No final da música, João se retirou e foi muito aplaudido.

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MPB4

Aquiles, Dalmo e Paulo Malaguti abriram o show com “O porto”, de Dori Caymmi, que foi tema da novela “Gabriela”. Na sequência, Aquiles explicou que Miltinho (vocalista e violonista do grupo) teve um pequeno problema de saúde durante a semana e precisou ficar em repouso. Por isso, a banda convidou o violonista Domingos Teixeira para fazer parte do espetáculo. Aquiles ainda ressaltou que o músico aprendeu todo o repertório do show em apenas cinco dias.

O setlist da apresentação reuniu grande clássicos da música brasileira, entre eles, “Cicatrizes” (Paulo Cesar Pinheiro e Miltinho) e “Samba do avião” (Tom Jobim). As melodias vocais do MPB4, criadas de forma brilhante por Magro Waghabi (cantor, tecladista e diretor musical do grupo, que faleceu em 2012) são belissimamente refinadas.

O bloco final reuniu três pérolas do repertório de Chico Buarque: “Partido alto”, “Apesar de você” e “Roda viva”. As três canções são quase uma aula de história. Juntas, elas retratam, cada uma da sua forma, um período em que a censura questionava boa parte das letras dos artistas brasileiros.

A solução era construir o texto usando metáforas que, nem sempre, eram percebidas pelos censores. Dessa dificuldade, surgiram músicas que se tornaram hinos daquela geração. Encerrada a sua participação “solo”, a banda chamou a próxima atração da noite. Leia neste link a nossa entrevista exclusiva com Aquiles, do MPB4.

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Toquinho

Com o MPB4 ainda no palco, foi a vez de Toquinho se apresentar. Ele começou o show com “Tarde em Itapoã”. Depois, Toquinho falou sobre a importância de compor músicas para crianças, ressaltando que, para isso, são necessários alguns cuidados: “para fazer música infantil, você precisa se despedir das escalas e das harmonias e usar muito humor, senão, não dá certo”, disse.

Na sequência, ele tocou um pot-pourri com trechos de “A casa”, “O ar (O vento), “A bicicleta”, “O pato” e “Meu caderno”, música que é uma referência poética belíssima ao trabalho dos professores que guiam os primeiros passos da vida de todo ser humano.

Tocada em uma cidade que, em duas ocasiões, já agrediu covardemente os seus professores em praça pública, com a conivência de boa parte da sociedade, a canção foi ainda mais carregada de significado.

Já sem o MPB4 no palco, Toquinho tocou “Que maravilha”, composição sua que foi gravada por Jorge Ben Jor e virou um sucesso gigantesco. O setlist apresentado por Toquinho reuniu canções de vários compositores que possuem alguma ligação com ele. “Eu tenho vários fantasmas comigo, em cada acorde que eu toco. Foram grandes músicos que me ensinaram a tocar, como o Baden Powell e o Paulinho Nogueira. Lembrá-los não é só uma satisfação, é uma obrigação para mim”, disse.

Depois do clássico “Aquarela”, Toquinho chamou o MPB4 de volta ao palco. Juntos, eles fizeram outro pot-pourri, dessa vez, com trechos de sete canções criadas em parceria com Vinícius de Moraes: “Regra três”, “Testamento”, “Para viver um grande amor”, “Morena flor”, “Meu pai Oxalá”, “Maria vai com as outras” e “O bem amado”.

Na sequência, “Quem te viu, quem te vê” de Chico Buarque e, já com João Bosco no palco, todos fizeram uma homenagem a João Gilberto tocando “Chega de saudade”, um dos hinos da MPB. “Como diz o Caetano, nunca alguém transformou tanto com tão pouco.  A nossa geração emergiu com essa canção”, disse Toquinho. “Saudosa maloca”, de Adoniram Barbosa, encerrou a noite. Leia neste link a nossa entrevista exclusiva com Toquinho.

Como o show reuniu três atrações fantásticas na mesma noite, o repertório de todos ficou reduzido. Algumas canções, portanto, ficaram “faltando” no setlist de cada um deles. Mesmo assim, reunir artistas desse porte proporcionou um grande espetáculo para o público que compareceu ao Teatro Positivo.

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