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Alexandre e seus exemplares de “Highway To Hell” (Foto – Arquivo pessoal/Alexandre Dias)

 

No Álbuns Clássicos de hoje, o designer gráfico Alexandre Dias (42) fala sobre o álbum “Highway To Hell”, da banda australiana AC/DC.

Lançado em 27 de julho de 1979 pela gravadora Atlantic Records, o disco foi o último trabalho com o vocalista Bon Scott, falecido em 19 de fevereiro de 1980. As sessões de gravação foram realizadas no Criteria Studios, em Miami nos Estados Unidos e no Studios Roundhouse, em Londres, na Inglaterra. A produção começou com Eddie Kramer, que foi demitido no meio do processo dando lugar a Robert John “Mutt” Lange, que acabou assinando como produtor.  A formação do grupo tinha, além de Bon Scott nos vocais, Angus Young e Malcolm Young nas guitarras, Cliff Williams no baixo e Phil Rudd na bateria.

O álbum foi o primeiro da banda a entrar no Top 100 dos Estados Unidos, conquistando o 17º lugar. O disco também ganhou, em 2003, o certificado de 7ª platina pela RIAA (Associação da Indústria de Gravações da América).

 

A relação com a banda

 

Alexandre descobriu o AC/DC no início da década de 1980. Na época, era difícil conseguir um LP de uma banda internacional. A solução era compartilhar as gravações. “Eu conhecia os grupos por meio das fitas cassete. Alguém gravava e elas iam passando de amigo para amigo. Ter um disco de vinil era para poucos…”, relembra.

Em 1985 a ditadura brasileira estava chegando ao fim. Musicalmente, o país fervia com bandas surgindo em todos os cantos do Brasil. Foi nesse momento de mudanças que Alexandre adquiriu “Highway To Hell” e se tornou, definitivamente, um grande fã do AC/DC. “Nas minhas férias escolares de 1985, eu fui para Londrina, como sempre fazia. Ganhei uma grana no natal e corri até uma loja para comprar o disco que foi fundamental na consolidação do meu gosto musical”, conta.

O problema é que Alexandre não tinha um aparelho de som para ouvi-lo… A solução foi inusitada. “Minha vizinha, uma senhora evangélica, tinha um aparelho portátil. Falei com a filha dela e ela me emprestou, sem que a sua mãe soubesse. Ela achava que escutar rock era pecado e jamais deixaria eu ouvir algo assim no seu toca discos”, diz.

Hoje, o fã tem cerca de 220 itens em sua coleção do AC/DC que inclui CDs, DVDs e LPs de 12”, 10” e 7”.

 

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Alexandre em meio aos mais de 220 itens de sua coleção (Foto – Arquivo pessoal/Alexandre Dias)

 

Uma apresentação histórica em Curitiba

 

O show do AC/DC na Pedreira Paulo Leminski, no dia 11 de outubro de 1996, é um daqueles fatos que se tornaram lendas urbanas da cidade de Curitiba. O aparato técnico para a apresentação assusta, até hoje, pela grandiosidade. 20 caminhões chegaram ao local, alguns dias antes, trazendo 170 toneladas de equipamentos. O sistema de som e luz do palco, que precisou ser aumentado para receber toda a parafernália, tinha 2 milhões e quinhentos mil watts e precisou de mais três geradores de energia, além da estrutura que o local dispunha, na época. O ponto alto da apresentação, que fazia parte da turnê “Ballbreaker Word Tour”, era a bola de ferro que derrubava uma parede de 20 metros de altura.

O show também serviu para Alexandre “aceitar” o novo integrante do grupo, que não era bem visto pelo fã. Ele confessa que, até essa apresentação, ainda não tinha se acostumado com a voz rouca de Brian Johnson. “Só ali eu percebi o grande frontman que ele é, muito carismático e com excelente presença de palco”, afirma.

Foi um momento inesquecível para Alexandre, assim como para todos os fãs curitibanos da banda. Até hoje a apresentação é usada como referência para grandes produções na cidade.  “Neste dia realizei um grande sonho e presenciei o maior espetáculo que já vi. Já assisti a muitos outros shows de grandes bandas, mas nenhum se compara ao AC/DC”, afirma.

 

Destaques

 

Além do clássico que dá nome ao disco, Alexandre chama a atenção para mais duas canções. “Eu ouvi pela primeira vez a ‘Walk All Over You’ quando assisti ao filme ‘Let There Be Rock’, no antigo Cine Bristol. Bons tempos!”, relembra. “Outra música que me marcou bastante foi ‘Get It Hot’, pelo seu ritmo e batida que personifica tudo que o AC/DC é para mim, alegria e irreverência”, complementa.

O fã acredita que o disco representou o ápice dessa formação do grupo. “Com o ‘Highway To Hell’ o AC/DC alcançou o auge da era Bon Scott. Infelizmente, logo após o lançamento, ele veio a falecer prematuramente deixando um enorme vazio no mundo do rock”, lamenta.

Com a entrada do vocalista Brian Johnson, a banda superou a desconfiança de muitos fãs que não acreditavam que o grupo pudesse manter o mesmo ritmo dos tempos de Bon. “O importante é que eles continuaram, voltaram mais fortes do que nunca e se tornaram um dos maiores ícones do rock”, finaliza Alexandre.

Ouça o álbum “Highway To Hell”.