Texto: Marcos Anubis
Revisão: Pri Oliveira
Fotos: Arquivo pessoal Max Jonadabe/Pri Oliveira

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Max Jonadabe, um exemplo de luta e perseverança

O poder que a música exerce sobre o ser humano é muito forte. Ao longo da história, ela serviu várias vezes como catalisadora para mobilizar o público em prol de alguma causa.

Os dois maiores exemplos dessa força que a música possui surgiram na década de 1980. Em 1985, o músico irlandês Bob Geldof organizou o Live Aid, um megashow criado com a intenção de arrecadar fundos para combater a fome na Etiópia.

No mesmo ano, 45 artistas norte-americanos gravaram a canção e o álbum “We are the world”, também para ajudar o continente africano a enfrentar a fome. A lista de estrelas do “USA for Africa” incluía Michael Jackson, Lionel Ritchie, Ray Charles, Tina Turner e Bruce Springsteen, entre outros.

Na próxima quinta-feira (6), no Claymore Highway Bar, será a vez da cena musical curitibana se mobilizar no 1° Encontro Beneficente de Bateristas para ELA. O evento está sendo organizado pelo Claymore e por vários instrumentistas da cidade.

O objetivo é ajudar o baterista Max Jonadabe (46). O músico, que já tocou em várias bandas da cena curitibana, entre elas a Septic Brain e a Sangue de Limão, é portador de esclerose lateral amiotrófica (ELA ).

A doença provoca a degeneração progressiva dos neurônios motores no cérebro e na medula espinhal, levando à atrofia muscular, seguida de fraqueza muscular crescente. “Todos se encantaram com a ideia de que juntos somos mais fortes e, assim, poderíamos ajudá-lo um pouco nesta luta. Toda a renda da entrada será entregue ao Max e sua família, assim como a arrecadação feita com as vendas das rifas durante o evento”, diz Patty Borin, que faz parte do grupo de proprietários do Claymore Highway Bar.

Os shows ficarão a cargo de duas bandas formadas por  grandes músicos de Curitiba. A primeira fará um tributo ao Nazareth e será formada por Dal Katheguilas (vocal, Katheguilas), Eduardo Calegari (guitarra, Jack Vermouth), Silvio Krüger (baixo, Motorocker) e Juan Neto (bateria, Motorocker).

A segunda apresentará um tributo ao AC/DC (fase Bon Scott) e será integrada por Lely Quinn (vocal, TN ϟ She e Lely and the Tops), Nay Krug (guitarra, TN ϟ She), Eduardo Calegari, Silvio Krüger e Juan Neto.

O evento também contará com a participação de vários bateristas de Curitiba e região, entre eles Ruben Pato Romero (Blindagem), Emanuel Moon (Relespública), Lucy Peart (TN ϟ She), Junior Mendes (Pallets), Cristiano Mafra (Jack Vermouth), Luis Roberto Machado (Tomarock) e John Lemes (Hells Bells, Amplifire).

O evento ainda terá a venda de rifas  que darão direito aos seguintes prêmios:

  • dois Passaportes Família para o Beto Carrero com cinco ingressos cada;
  • cinco borboletas personalizadas para estante de pratos de bateria;
  • um cowbell Latin Percussion;
  • um par de chinelos Harley Davidson;
  • um voucher no valor de R$ 100 da Hamburgueria Sub, no Ecoville.

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Para os músicos que participarão do show, a causa é encarada como uma grande oportunidade de ajudar. “Os organizadores tiveram a ideia de me escalar para cantar os sucessos da fase Bon Scott do AC/DC, já que faço esse trabalho com minha banda atual, a TN ϟ She. Quando soube a causa do evento, abracei tudo com muito amor e carinho!”, conta Lely Quinn.

O guitarrista Eduardo Calegari também ressalta a importância da mobilização de parte da cena musical curitibana. “Recebi o convite e fiquei sabendo de toda a dificuldade que a família dele passa para conseguir manter o tratamento, que está cada dia mais difícil. Então, aceitei na hora. Não poderia ser diferente”, diz.

Além de arrecadar fundos para o tratamento, o evento também servirá para conscientizar a população sobre as dificuldades enfrentadas pelos portadores da doença. “Acredito que toda ajuda é bem-vinda. É importante divulgar essa doença, pois pouca gente sabe do que se trata. O tratamento é caro e a pessoa vai perdendo os movimentos. O Max é o caso mais próximo que temos e não podemos deixar de estender a mão a um amigo e colega de profissão. Sempre que pudermos fazer algo por alguém, temos que ao menos tentar”, afirma Calegari.

A entrada custará R$ 10 e será totalmente revertida para o tratamento de Max Jonadabe. “Eu acho que, se plantamos o bem, colhemos três vezes mais aquilo de bom que foi cultivado. Eu não conheço bem o Max, mas a dificuldade dele me sensibilizou muito e eu não penso duas vezes quando se trata de ajudar o próximo, vou de olhos fechados mesmo! Acho que será bem emocionante”, diz Lely Quinn.

Os ingressos podem ser adquiridos na hora do evento no próprio local e também antecipadamente no Bom Scotch Bar, que fica na Rua Morretes, 347, no Portão. “Esperamos arrecadar o máximo possível para o nosso amigo Max”, finaliza Patty.

O 1° Encontro Beneficente de Bateristas para ELA começa às 20h30. O Claymore Highway Bar fica na Av. Governador Ney Braga (Linha Verde), 17253, no Capão Raso.