Texto: Marcos Anubis
Revisão: Pri Oliveira
Foto: Reprodução/Facebook Eric Clapton

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O músico inglês Eric Clapton, de 71 anos, afirmou que seu futuro como guitarrista pode estar em risco. Ele revelou que sofre de uma doença chamada neuropatia periférica, que causou danos irreparáveis ao seu sistema nervoso.

Tudo começou em 2013, quando Clapton cancelou alguns shows em função de dores nas costas. Esses foram os primeiros sinais da doença. “Tive muitas dores ao longo do último ano. Começou com dores nas costas que progrediram para uma neuropatia periférica. Hoje, sinto como se levasse choques elétricos que correm por baixo das minhas pernas. Além disso, tive que descobrir como lidar com algumas outras coisas próprias de quando ficamos velhos”, contou.

A neuropatia periférica afeta os nervos periféricos que são responsáveis por encaminhar informações do cérebro e da medula espinhal para o restante do corpo. A doença pode causar danos permanentes aos nervos e, até, levar à morte. Entre suas possíveis causas está o uso excessivo de álcool.

Deus

Chamado de “Deus” nos anos 1960, Eric Clapton fez parte de bandas lendárias na história do Rock, entre elas o The Yardbirds, o Bluesbreakers, o Cream e o Blind Faith.

Em maio deste ano ele lançou “I Still Do”, seu 23º álbum de estúdio. O CD teve a produção de Glyn Johns. Os dois já haviam trabalhado juntos no álbum “Slowhand” (1977), que ganhou três discos de platina nos Estados Unidos.

Sobrevivente

Durante a sua vida, Clapton esteve várias vezes “à beira do abismo” por causa de seus vícios em heroína, cocaína e álcool. “Por ainda estar em recuperação do alcoolismo e da dependência de substâncias químicas, considero que é uma grande coisa estar vivo. Por alguma razão, fui arrancado das garras do inferno e me foi dada outra oportunidade”, disse.

Por causa de todas essas situações de risco, Eric acredita que o fato de ainda estar vivo já é uma conquista. “É um trabalho duro tocar guitarra e eu tive que entrar em acordo com o fato de que isso não vai melhorar. Eu estou me recuperando do alcoolismo e da dependência de substâncias, então, considero que é uma grande coisa ainda estar vivo. Eu deveria ter chutado o balde há muito tempo. Por alguma razão eu fui arrancado das garras do inferno e me foi dada outra oportunidade”, analisou.

Não se sabe qual será o futuro de Clapton como músico, mas ele parece estar conformado com a situação e disposto a enfrentá-la. “Eu ainda posso tocar. Quer dizer, é um trabalho duro, às vezes, o lado físico dele. Eu não sei como sobrevivi aos anos setenta, especialmente. Houve um ponto em que eles estavam me levando para o hospital em Saint Paul (Minnesota) e eu estava morrendo. Aparentemente, eu tinha três úlceras e uma delas estava sangrando. Eu estava bebendo três garrafas de conhaque e tomando punhados de codeína. Eu estava perto da morte. Realmente, é incrível que eu ainda esteja aqui”, disse.

O site oficial de Eric Clapton não mostra nenhuma data marcada para shows nos próximos meses. Será que a música vai perder mais um de seus gênios? “Eu ainda amo tocar. Sento-me no canto da sala com uma guitarra, toco na parte da manhã e descanso à tarde… A vida é boa”, finalizou.