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Foto postada neste domingo nas redes sociais de Lou (Foto – Facebook/Lou Reed)

 

O rock vai morrer? Essa é uma pergunta recorrente entre os fãs de música. Nos últimos anos, essa dúvida vem ganhando força devido à morte de artistas importantes como o cantor Ronnie James Dio, em 2010, e o tecladista John Lord, em 2012. A falta de confiança de que a nova geração de bandas possa suprir essas ausências só aumenta essa desconfiança.

Hoje, uma parte do rock and roll nos deixou. O guitarrista, vocalista e compositor Lou Reed morreu na manhã deste domingo (27) em Long Island nos Estados Unidos. O músico, que tinha 71 anos, se submeteu a um transplante de fígado, em maio deste ano. O agente literário do artista, Andrew Wylie, confirmou à agência de notícias Associated Press que a morte foi causa por complicações no órgão transplantado.

 

Esperança na recuperação

 

Após a cirurgia, que foi realizada na Cleveland Clinic, em Ohio nos Estados Unidos, Reed publicou uma nota em seu site dizendo que se sentia “mais forte do que nunca” e esperava uma pronta recuperação. “Sou uma vitória da medicina, da física e da química modernas”, afirmou. Na época, sua esposa, a também artista Laurie Anderson, disse ao jornal britânico The Times que o transplante foi realizado porque a situação da saúde do músico era muito complicada. “Ele estava morrendo. Foi uma cirurgia séria, mas tudo correu bem”, afirmou.

Em junho, Lou voltou a se pronunciar em seu site dizendo que esperava voltar em breve a escrever canções que tocassem o espírito e o coração de seus fãs.

 

Walk on the wild side

 
Lou Reed nasceu em 2 de março de 1942, em Nova York, nos EUA. Em 1964 fundou o Velvet Underground, ao lado do multi-instrumentista John Cale e do guitarrista Sterling Morrison. O grupo é, até hoje, um dos mais originais e inovadores da história do rock and roll. Sua influência pode ser sentida em várias gerações de bandas, do Jesus And Mary Chain ao Radiohead.

As letras das canções de Reed abordavam seu lar, a cidade de Nova York, como ninguém. A prostituição, as drogas e a decadência da “capital do mundo” eram temas ácidos que Lou não tinha medo de encarar. “Será que alguém precisa de outro político pego de calças arreadas, dinheiro saindo pelo cu? Será que alguém precisa de outro pregador racista cuspindo contra o vento? Só pode te fazer mal”, diz a letra de “Strawman”, do álbum “New York” (1989).

Durante meio século de carreira, Lou gravou álbuns emblemáticos como “The Velvet Underground and Nico”, lançado em1967 e que teve a sua capa desenhada pelo artista plástico Andy Warhol, “Transformer” (1972), “Berlin” (1973) e  “New York”  (1989)”. O último registro fonográfico feito por Reed foi “Lulu”, álbum gravado em 2011 com o Metallica.

Neste domingo, antes da confirmação da morte de Lou, uma imagem foi divulgada nos perfis do músico no Facebook e no Twitter mostrando uma foto do cantor colada em uma porta. A legenda diz apenas “The door” (a porta).

As luzes se apagam, mas a imensa obra de Lou Reed permanecerá na lembrança dos velhos fãs e dos que apreciam o rock como uma arte. Lou soube tratá-lo dessa forma.

Confira três pérolas da carreira de Lou Reed, “Heroin”“Venus In Furs” “Strawman” .