Texto: Marcos Anubis
Foto: Reprodução Facebook Serguei

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O cantor Serguei morreu na manhã desta sexta-feira (7) no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Zilda Arns, na cidade de Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Serguei, que tinha 85 anos, foi internado no Hospital Nossa Senhora de Nazaré, em Saquarema. no dia 6 de maio. Ele apresentava anemia, infecção urinária e pneumonia e, no dia 28, acabou sendo transferido para Volta Redonda com arritmia severa e insuficiência respiratória aguda. Além disso, o cantor sofria de Alzheimer.

Serguei foi um dos primeiros artistas brasileiros que decidiram se aventurar pelo mundo do Rock’n’roll ao lançar um compacto com as músicacas “As alucinações de Serguei” e “Eu não volto mais”, em 1966. O cantor se apresentou em quatro edições do Rock in Rio nos anos de 1991, 2001, 2011 e em 2013, quando também foi destaque do Carnaval do Rio desfilando pela escola de samba Mocidade Independente, que estava homenageando o festival. Serguei usou uma fantasia que trazia a frase “Eu comi a Janis Joplin”, que fazia referência a uma das histórias que ele mais gostava de contar. A casa na qual Serguei vivia, em Saquarema, é um Museu do Rock e reúne vários objetos pessoais que contam a vida do cantor, como discos, prêmios, cartazes, filmes e roupas.

Após o anúncio da morte de Serguei, muitos amigos do cantor começaram a se manifestar. Um deles foi o vocalista e baixista do Made in Brazil, Oswaldo Vecchione, um dos ícones do Rock brasileiro e uma das pessoas que mais demonstraram preocupação com o estado de saúde do cantor nos últimos anos. “No meu mundo ideal, ninguém, deve passar seu aniversário sozinho, sem amigos, sem família, principalmente um amigo tão querido com mais de oitenta anos. Nesses quatro últimos anos, ele veio cantar na gravação dos 48 anos do Made no CCSP, depois nos dois anos seguintes eu me virei e deu um jeito de ir a Saquarema (junto com minha adorada Sol Blessa), levar um bolo e um abraço pro Serguei! Nessa última vez, no final do ano passado, não consegui ir na data do seu aniversário, pois estava tocando, viajando pelo sul do país, fui no começo do ano, depois do Carnaval, eu e a Sol. Ele já não estava bem. Cheguei numa sexta, ele havia passado a quinta no hospital e algumas horas nessa sexta. Levei bolo e pizza. Ele demorou um pouco pra me reconhecer, mas chorou quando eu o abracei. No dia seguinte, no sábado, mais horas no hospital. Consegui pegar ele quase meia noite e fomos comer alguma coisa. No domingo, ele estava melhor e fomos almoçar juntos. No meio do almoço, ele ‘lúcido’, sentado na minha frente, fez um sinal que estava ‘pirando’ e falou: ‘Oswaldo, que macumba é essa, o que fizeram comigo, com minha cabeça? Que loucura’! Brinquei e desconversei, falei ‘Serguei, você esta indo ao medico, está sendo tratado, tem que continuar tomando os remédios, tem que comer e ficar forte outra vez e logo você vai estar fazendo shows novamente’. Depois, como era uma tarde linda de sol, fomos para uma praia e sentamos num quiosque. O pessoal começou a chegar, ele foi se animando com as fotos que todos queriam tirar, teve até uma garota que começou a cantar uma música da Janis Joplin (RIP) pra ele! Ficou feliz e começou a sorrir. Essa é a última memória e o que eu vou guardar na minha mente, na minha alma, no meu coração! Vai em paz, Serguei, amigo querido, guerreiro do Rock, amigo fiel e leal! Que dona Maria (sua mãezinha), Deus e a Virgem Maria te recebam com os anjos em festa , cantando!”, diz o post publicado por Oswaldo.