Texto: Marcos Anubis
Revisão: Pri Oliveira
Foto: Divulgação

The Mullet Monster Mafia, diversão garantida no Psycho Carnival (Foto - Divulgação/The Mullet Monster Mafia)

O The Mullet Monster Mafia se apresenta na terceira noite do Psycho Carnival, no domingo (15/2). A banda tem em suas fileiras uma das figuras mais carismáticas e importantes da cena psycho brasileira, o baterista Neri, que também toca nas bandas Sick Sick Sinners e 99 Noizagain. No Mullet, Neri assume a alcunha de Emiliano Ramirez.

O grupo foi formado em 2009, em Piracicaba, interior de São Paulo. O line up atual tem Ed Lobo Lopez (guitarra), Marcondinz Vernizério (baixo) e Emiliano Ramirez (bateria). “Começamos na linda e ensolarada Piracicaba com o objetivo de fazer um Surfão encapetado mesmo, virado no saci”, diz Ramirez.

A discografia da banda tem “Power Surf Orchestra” EP (2009) e “Dogs of the Seas” CD (2011). Após o lançamento de seu segundo trabalho, o trio fez a sua primeira turnê pelo Velho Continente. “Fomos pela primeira vez para a Europa, onde fizemos um giro de dez datas por quatro países, com aceitação muito fera, ao lado dos chapas dinamarqueses do The Surfing Henchmen”, conta.

Em 2013 o grupo assinou com o selo belga Drunkabilly e lançou outro trabalho, desta vez em conjunto com uma de suas referências musicais. “Fizemos um Split em CD e vinil com o Spellbound, da Irlanda, nossos heróis e lendas do Psychobilly mundial. Aí pregamos fogo em mais um giro pela Europa. Foram 24 shows em 31 dias e mais uma vez a aceitação foi fera. No intervalo de toda essa bagunça, nós tocamos em vários lugares do Brasil”, diz.

Como um membro importante da cena psycho brasileira, Ramirez reconhece a salienta a relevância do Psycho Carnival no Brasil e no mundo. “É fundamental! Acredito demais que sem o festival a barca aqui já estaria à deriva. A ‘cena’ psycho não é grande. Ela se solidificou com alguns nomes por aqui e o festival é o responsável por fomentar a parada, girar a roda, não só no Brasil, mas em toda América Latina”, opina.

Em relação ao apoio à cena psycho no Brasil, atualmente, Ramirez não vê muitas mudanças. Para o baterista, as bandas continuam tentando caminhar com as suas próprias pernas. “Toda e qualquer cena independente no Brasil se move mais ou menos da mesma forma. As gravadoras normalmente são selos de amigos que estão mais para somar do que para investir uma puta grana nas bandas e/ou tentar atingir outros patamares. Não sei se isso é de todo mal”, analisa. “Para falar a real, acredito que no mundo de hoje, com todas as ferramentas de divulgação disponíveis, ninguém pode trabalhar melhor a tua banda do que você mesmo. Ter o apoio de uma gravadora em lugares distantes como a Europa, USA ou Japão ajuda demais porque te carregam onde é um pouco mais difícil chegar, em razão da logística. Mas aqui dentro é mais uma questão de dar um gás mesmo, eu acho”, complementa.

Olhando para a construção da cena psychobilly no Brasil, ao longo das últimas décadas, Ramirez acredita que Curitiba teve e tem um papel fundamental nesse contexto. “Cara, o Psychobilly no Brasil nasceu no grande ABC, em São Paulo, mas se fortaleceu em Curitiba. Não sei te dizer o motivo, mas foi assim que rolou. Tem uma cena bacana em São Paulo e bandas espalhadas por diversas cidades do Brasa, como Londrina e o interior de Sampa, alguma coisa em outros estados também, mas na cidade sorriso o trem bateu de chapa”, diz. “Todo o corre que Os Catalépticos fizeram no final da década de 1990, começo dos anos 2000, também conta muito. Se formaram em uma cena em ascensão e amadureceram a ideia que gera frutos até hoje”, complementa.

Como é possível perceber, o show do Mullet no Psycho Carnival 2015 deve ser uma grande comunhão entre a banda e a cena psycho brasileira. “Cara, vamos tocar umas músicas novas e pregar fogo no Surf Satânico Universitário”, conta. O The Mullet Monster Mafia se apresenta no dia 15/2 ao lado das bandas Drunk Demons, Mystery Trio, Jinetes Fantasmas e The Ricochets. “Ciganada, vamos chegar chegando que tá na hora do Carnaval mais doido do Brasil. Teremos uma ripa de banda fera junta. É um trampo danado para que a coisa continue a rolar. Como sempre, temos certeza de que vamos trombar vários brothers no festival para que o Psycho Carnival continue com a força própria que possui. Nos vemos no wreck! É nói que txá!”, finaliza Ramirez. Confira o som do The Mullet Monster Mafia.