A banda apresentou um setlist cronológico que retratou cada um dos álbuns do grupo desde 1985

Após dois anos de espera, o público curitibano finalmente teve a oportunidade de ver a turnê do mais recente álbum do Sepultura, “Machine Messiah” (2017).

Nesse sábado (9), na Live Curitiba, o maior nome da história do Heavy Metal brasileiro se apresentou no Curitiba MotorCycles e demonstrou que ainda está no hall das bandas mais contundentes do estilo. O show ainda contou com as bandas curitibanas Motorocker, Hillbilly Rawhide, Didley Duo e Fourface.




De tirar o fôlego

Após uma introdução com a música “Polícia”, do Titãs, Andreas Kisser (guitarra), Paulo Jr. (baixo), Derrick Green (vocal) e Eloy Casagrande (bateria) abriram o show com seis clássicos.

Primeiro veio a intro “The curse” seguida por “Bestial devastation”, “Troops of doom”, “Escape to the void” e “Beneath the remains”. Na sequência, “Dead Embryonic Cells”, “Territory” e “Attitude”.

O impacto desse bloco foi impressionante! Andreas tinha adiantado em uma entrevista concedida ao Cwb Live (que você pode ler neste link) que o setlist do show em Curitiba seria composto por músicas em ordem cronológica. Ou seja, o repertório começaria no álbum“Bestial Devastation” (1985) até chegar ao recente “Machine Messiah”. Porém, somente ao vivo é possível sentir realmente a quantidade de boas composições que o Sepultura construiu durante os 35 anos de estrada da banda.

Como fazia dois anos que o Sepultura não se apresentava na capital paranaense, o grupo estava visivelmente com “sangue nos olhos”. Na sequência do show, após as músicas que fazem parte do período em que o Sepultura teve a formação clássica com Max Cavalera (vocal e guitarra) e Igor Cavalera (bateria), vieram as faixas do período Derrick Green.

A primeira foi “Against”, do álbum homônimo lançado em 1998 e que marcou a entrada do Derrick nos vocais. Entre outras músicas dessa fase, a banda tocou “Sepulnation”, “Corrupted” e a excelente “Kairos”.

Desse período da cronologia fonográfica da banda, duas músicas se destacam: a primeira é “Choke”, faixa do primeiro álbum com Derrick, e que já mostrava claramente o caminho musical que o Sepultura seguiria nos anos seguintes, com músicas mais técnicas e trabalhadas melodicamente.

A segunda é “The vatican”, faixa do álbum “The Mediator Between Head and Hands Must Be the Heart” (2013). Essa é uma das melhores músicas do Sepultura e pode ser incluída tranquilamente na lista de clássicos da banda.

No início da execução da música na Live, durante a introdução com vocalizações ao estilo do canto gregoriano, os fãs abriram uma roda de mosh. Até aí, nada de mais. A surpresa é que público ficou girando em um círculo, com as mãos para cima, como se estivesse realizando um ritual. Tudo isso na escuridão, com apenas alguns flashes de luz iluminando partes da plateia.




De prodígio a realidade

Eloy Casagrande entrou no Sepultura após a saída de Jean Dolabella, em 2011. Na época, ele tinha 21 anos e era considerado um prodígio e uma promessa. Nada disso é garantia de sucesso porque a lista de músicos que tinham um futuro enorme e se perderam no meio do caminho é gigantesca.

Nesse caso, ainda entra o fato de que qualquer músico que venha a ocupar o posto que já foi de Igor Cavalera vai encontrar dificuldades. Afinal, a missão de “substituir” um dos bateristas mais talentosos, criativos e brutais da história do Heavy Metal é ingrata.

Porém, com muita personalidade e capacidade, Eloy hoje já pode dizer que construiu uma história ao lado do Sepultura. Ao vivo, o baterista impressiona até os que ainda sentem saudades de Igor porque conduz com muita precisão e técnica a violência das composições do Sepultura.

Após “Phantom self”, que encerra a primeira parte do setlist cronológico, a banda não saiu do palco para que o público pedisse bis, como é de praxe na maioria dos shows. Em vez disso, o grupo tocou mais quatro clássicos: “Arise”, “Refuse/Resist”, “Ratamahatta” e, para fechar, “Roots bloody roots”.

Mais de três décadas após sair do Brasil e conquistar o mundo, o Sepultura se mantém como uma das principais forças do Heavy Metal internacional. O feito é ainda maior pelo fato de banda ter desbravado o mundo levando o nome do Brasil quando isso era impensável e por ter enfrentado tantas mudanças drásticas que acabariam com a maioria das bandas.

Confira a música “Beneath the remains”, gravada ao vivo no show na Live Curitiba, e veja também o álbum de fotos da apresentação.

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Sepultura - Live Curitiba - 09/02/2019