Texto: Marcos Anubis
Fotos e revisão: Pri Oliveira

CAPA DIA 1 MODELO 2

O tradicional festival curitibano Psycho Carnival, que aconteceu entre os dias 9 e 12, no Jokers, estava cercado de expectativa. O motivo principal é que, no final do ano passado, por causa da situação econômica do país, foram cancelados os shows do Batmobile e do Frantic Flintstones, duas das principais atrações do evento.

Mesmo assim, os organizadores Vlad Urban e Orleone Recz afirmavam categoricamente que essa seria uma das melhores edições do festival. A previsão realmente se confirmou, pois, entre as 24 atrações nacionais e internacionais, várias bandas surpreenderam de forma muito positiva.

A noite de abertura aconteceu na sexta-feira (9) e reuniu diferentes estilos musicais entre grupos estreantes e já consagrados.

skullbillies

Skullbillies

A banda curitibana Skullbillies foi a primeira a se apresentar. Com sua nova formação, Guilherme “Thrash” Eggers (vocal), Diego “Bone Shaker” (bateria), Douglas “Voorhees” (guitarra) e Fabrício Vitor (baixo) mostraram um som bem mais pesado do que na sua estreia no festival, em 2016. Mesmo nas músicas mais antigas, a pegada estava nitidamente diferente.

A banda abriu o show com “Corcel anos 70”, seguida por “Querida vítima” e “Planeta psycho”. Como de costume, o “zumbi Noel” acompanhou a banda, fazendo uma performance durante toda a apresentação.

“Sete palmos” encerrou o show. “Foi sensacional retornar ao palco do Jokers. Provamos para nós mesmos que temos capacidade para tocar em um festival dessa grandeza. Muito sangue escorreu do palco, muita festa foi feita pelo público e a diversão foi garantida para todos. Cravamos com força o nosso som pesado com temas de horror, zumbis e amor após a morte e fizemos um show vibrante, enérgico e divertido. Nosso zumbi dançou a noite toda e distribuiu brindes e muita pinga com ódio. Foi um show animal, como tem que ser o Psychobilly”, diz Guilherme.

Leia neste link uma entrevista com o Skullbillies. Confira um vídeo do show e veja também o nosso álbum de fotos da apresentação.


Skullbillies - Psycho Carnival 2018
chucrobilly

O Lendário Chucrobillyman

Em seguida, Klaus Koti encarnou O Lendário Chucrobillyman em sua segunda participação na história do Psycho Carnival. Utilizando o conceito de one man band, no qual o artista toca sozinho dois ou mais instrumentos ao mesmo tempo, Koti impressionou quem nunca tinha visto suas apresentações.

Ele abriu o show com a trinca “Nothing to choose”, “Whiskey & wine” e “Heart ignition”. A essência das músicas do Lendário Chucrobilly é o Rock Primitivo, com batidas e harmonias constantes e hipnóticas. O repertório abrangeu boa parte de sua carreira, que já conta com 15 álbuns lançados.

“Esquizofrenic love” encerrou a apresentação. “É sempre bom participar do Psycho Carnival, que é um evento bem tradicional para o Carnaval de Curitiba e de todo o Brasil”, diz Koti.

Leia neste link uma entrevista com Klaus Koti. Confira um vídeo do show e veja também o nosso álbum de fotos da apresentação.


O Lendário Chucrobillyman - Psycho Carnival 2018
nausea

Nausea Bomb

A banda francesa Nausea Bomb fez a sua estreia no festival. Marion (vocal), Adrien (guitarra e vocal) Amine (baixo) e Dru Matic (bateria) se divertiram muito no palco com a sua mistura de Psychobilly e Punk com pitadas de Ska.

A banda abriu o show com “Nausea bomb”. Entre as músicas do setlist, “Death floor”, faixa do mais recente álbum dos franceses, “Bonechestra” (2016), é a que melhor sintetiza o som do Nausea Bomb. O repertório ainda contou com, entre outras músicas, “Diên biên phù”, “Billy the kick” e “United without you”.

Destaque para a técnica do baixista Dru Matic e para a vocalista Marion, que foi muito simpática com o público. Mesmo não falando português, ela arriscou algumas palavras para interagir com os fãs. “Se vocês forem à França, podem ficar nas nossas casas!”, brincou.

Para encerrar a apresentação, a banda chamou o multi-instrumentista Mutant Cox (Sick Sick Sinners, Os Catalépticos e Hillbilly Rawhide, entre outros) para tocar uma versão da música “Anarquia oi!”, dos Garotos Podres, que foi  transformada em “Psychobilly oi!”.

Confira um vídeo do show e veja também o nosso álbum de fotos da apresentação.


Nausea Bomb - Psycho Carnival 2018
crazy horses

Crazy Horses

O Crazy Horses, de Londrina, fez a sua 9ª apresentação na história do Psycho Carnival. Reforçados por Dead Horse, guitarrista da formação original da banda, Jhonny Horse (baixo e vocal), Marine Horse (guitarras e vocais) e Junkie Horse (bateria) abriram o show com “Mescalito”, “Satan’s nihon” e “Out kill”.

O som do Crazy Horses é marcado por harmonias e vocais graves que criam um clima soturno em todas as músicas da banda. Com a formação usando duas guitarras, músicas como “Rain of rock”, uma das melhores da banda, ficaram ainda mais pesadas.

“Cup drug” encerrou a apresentação. “Como sempre, tivemos vários defeitos especiais antes do show, mas ver o Dead Horse de volta aos palcos foi emocionante! É sempre foda participar do festival e esse foi um dos melhores em que já toquei. Além disso, meter a cara com duas guitarras, o som não embolar e ainda agradar também foi especial, ainda mais com a galera da Califórnia ali, curtindo. Foi inesquecível!”, diz Johnny Horse.

Leia neste link uma entrevista com o Crazy Horses. Confira um vídeo do show e veja também o nosso álbum de fotos da apresentação.


Crazy Horses - Psycho Carnival 2018
flicts

Flicts

O trio paulista Flicts representou o Punk Rock no Psycho Carnival. Fazendo a sua estreia no festival, desde o começo do show o grupo parecia disposto a fazer uma grande apresentação, e foi o que aconteceu.

Uma característica muito marcante do som do Flicts é abordar temas políticos e sociais sem meias palavras, mas com inteligência. O ponto alto foi a música “Desmascarar sua bandeira”, que foi cantada por todo o público e se tornou, sem dúvidas, um dos momentos mais marcantes dessa edição do Psycho Carnival.

A essência do Punk Rock é ir na jugular da sociedade e, atualmente, é muito bom ver que ainda existem bandas com essa coragem. Leia neste link uma entrevista com o Flicts. Confira um vídeo do show e veja também o nosso álbum de fotos da apresentação.


Flicts - Psycho Carnival 2018
sinners

Sick Sick Sinners

O trio curitibano Sick Sick Sinners, um dos maiores nomes do Psychobilly brasileiro, encerrou a primeira noite do festival com um show ao estilo da banda: pesado, intenso e sem firulas.

Vlad Urban (guitarra e vocal), Mutant Cox (baixo e vocal) e Neri (bateria e vocal) iniciaram o show com uma sequência de quatro músicas sem intervalo: “Evil cabin”, “Nitro girl”, “Hospital hell” e “Beer and flesh meat”. Estava dado o recado de como a banda levaria o show até o final. As apresentações do Sinners agradam mesmo quem não acompanha o movimento psychobilly. Ao vivo, o grupo toca alto e sem piedade, trazendo elementos do Heavy Metal, no que a banda chama de Psychobilly Maldito.

Clássicos do estilo, como “I wanna drink some more” e “Diabolica sed” fizeram a alegria dos fãs da banda. “Curitiba Rotterdam psycho” encerrou a apresentação. “O show foi muito legal porque teve uma vibração muito boa na banda, um clima de jogar o som pra cima, e foi sensacional porque o público retribuiu essa vibe”, diz Vlad.

Leia neste link uma entrevista com o Sick Sick Sinners. Confira um vídeo do show e veja também o nosso álbum de fotos da apresentação.


Sick Sick Sinners - Psycho Carnival 2018