Texto: Marcos Anubis
Foto: Divulgação

raimundos

O ano é 1994 e o Raimundos está no auge da fama. O primeiro álbum do grupo, autointitulado, tinha acabado de ser lançado e projetou a banda nacionalmente. Como prêmio, o quarteto se apresentou na “Acid Chaos Tour” ao lado dos Ramones, do Sepultura e do Viper na Pedreira Paulo Leminski. Essa seria uma das últimas turnês dos Ramones no Brasil. “Além do evento em si, aquele foi o melhor show dos três que fizemos naquela tour! Mas pra mim tem um significado maior, pois foi o último show que o João, meu falecido irmão, viu”, diz o vocalista e guitarrista dos Raimundos, Digão.

Aquela tarde também ficou marcada por causa de uma tempestade impressionante que desabou em Curitiba e fez com que o Sepultura tivesse que encerrar o show após seis músicas. Todas essas lembranças certamente voltarão à tona neste fim de semana na mente de Digão (guitarra e vocal) e Canisso (baixo), os remanescentes daquela tarde histórica, que hoje tocam ao lado de Marquim (guitarra) e Caio (bateria).

No sábado (12), o Raimundos volta à Pedreira, desta vez para participar do festival Rock’n’road ao lado do Ira!, do Motorocker, de Frejat e de Marcelo Falcão. Além das atrações no palco principal, o Rock’n’road também terá um palco montado pelo Hard Rock Café no qual se apresentarão as bandas curitibanas Punkake, República Pine, BOR e Rock Bugs (além do grupo vencedor do Viva Rock Latino, festival que envolve toda a rede Hard Rock para escolher a melhor banda da América Latina, e o ganhador do Festival Canta Curitiba).

Curitiba, uma segunda casa

Curitiba faz parte da carreira dos Raimundos desde o início, pois a banda sempre teve uma base de fãs muito grande na capital paranaense. Essa conexão começou em 1995, quando o grupo escolheu o Aeroanta (que na época era a principal casa de shows da cidade) para gravar o primeiro DVD ao vivo da história da banda. No ano 2000, o grupo também registrou algumas imagens do CD/DVD “MTV Ao Vivo” no antigo Curitiba Master Hall e, em 2017, o Raimundos gravou o DVD/CD “Acústico” no Teatro Positivo. Atualmente, o grupo já está pensando em começar a trabalhar em um novo álbum. “O nosso próximo passo é lançar algo inédito, só não sabemos em qual formato será, pois o mundo muda os formatos numa rapidez”, diz.

Essa ligação com a cidade de Curitiba, inclusive, se estende ao templo do underground na capital paranaense, o espaço cultural 92 Graus. Em 2015, quando o 92 estava correndo o risco de fechar, Canisso chegou inclusive a ir até o local para gravar um vídeo de apoio. Esse vínculo com o underground, tão essencial para manter a identidade de qualquer grupo, é uma coisa que o Raimundos nunca perdeu. “Você acredita que frequentamos o 92, mas não fizemos nenhum show lá? Mas sempre tive um grande respeito e apreço pela história roqueira de Curitiba! O underground é a manjedoura do Rock, mantemos a nossa essência aonde for!”, afirma.

O Raimundos chega a Curitiba após um show muito marcante no Rock in Rio, ao lado do CPM 22. A apresentação foi uma grande celebração do Rock brasileiro, principalmente por causa do envolvimento do público que demonstrou um respeito enorme pelo trabalho que as duas bandas construíram ao longo dos anos. “Essa dobradinha foi ideia dos organizadores do festival. Como somos amigos de longa data, foi muito tranquilo e natural que as coisas andassem no mesmo sentido. Já no primeiro ensaio eu tive a certeza de que faríamos história naquele palco”, diz.

Essa sinergia que o Raimundos consegue estabelecer com público se deve muito à química entre os integrantes originais do grupo, Digão e Canisso. Porém, a entrada de Marquim (em 2002) e Caio (em 2007) deram um novo gás para a banda e jogaram ainda mais lenha na fogueira. “Não existe nada igual quando essa banda está com ‘sangue nos óio’ em cima do palco. Somos uma família com alegrias e brigas, mas sempre com amor e buscando a evolução! As coisas sempre vão acontecendo no Raimundos e o Marquim e o Caio se tornaram parte de uma história vencedora!”, finaliza Digão.

Serviço

Os ingressos para o festival Rock’n’road, que acontece no sábado (12) na Pedreira Paulo Leminski custam: Pista – R$ 210 (inteira) e R$ 110 (meia-entrada). Motoclubes Promocional – R$ 100 (valor único). Já está incluso o valor de R$ 10 de acréscimo por bilhete referente à taxa de administração Disk Ingressos.

A meia-entrada é válida para estudantes, pessoas acima de 60 anos, professores, doadores de sangue e portadores de necessidades especiais (PNE) e de câncer. Clientes Clube Prime e portadores do cartão fidelidade Disk Ingressos possuem 50% de desconto na compra de até dois ingressos por associado. É obrigatória a apresentação de documento previsto em lei que comprove a condição do beneficiário na compra do ingresso e na entrada do teatro.

Os bilhetes podem ser adquiridos no site Disk Ingressos, na loja da empresa no Shopping Palladium (de segunda a sexta, das 11h às 23h, aos sábados, das 10h às 22h, e aos domingos, das 14h às 20h), nos quiosques instalados nos shoppings Mueller e Estação (de segunda a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos, das 14h às 20h), no Call Center pelo fone (41) 3315-0808 (de segunda a sexta, das 9h às 22h, e aos domingos, das 9h às 18h) e na bilheteria do Teatro Guaíra (de terça a sábado, das 12h às 21h).

Os portões serão abertos às 12h e os shows começam às 13h. A classificação etária é de 18 anos (de 16 a 18 anos o público entra acompanhado de um maior responsável. De 12 a 14 anos apenas com o pai, a mãe ou o responsável legal. A Pedreira Paulo Leminski fica na Rua João Gava, s/n, no Abranches.