Texto: Marcos Anubis
Tradução: Pri Oliveira
Fotos: Reprodução Facebook The Freeborn Brothers

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Tradicionalmente, o festival curitibano Psycho Carnival é um prato cheio para quem gosta de descobrir bandas novas. Na verdade,  até quem acompanha a cena Psychobilly com mais atenção costuma se surpreender com algumas atrações do evento.

Na 21ª edição, que acontece de 20 a 24 de fevereiro no Jokers Pub e em outros espaços culturais curitibanos, não deve ser diferente. No lineup deste ano, que terá 37 bandas de sete países diferentes, um dos grupos que deve surpreender o público é o The Freeborn Brothers, da Polônia.

Afinal, Niko Soszynski (banjo, bateria e vocal), Mateusz Plesniak (acordeom, guitarra e vocal), Pawel Kus (baixo e vocal), Arkadiusz Hawro (trumpete) e Krzysztof Rakoczy (trombone) fazem um som muito peculiar que mistura Folk, ritmos do leste europeu e uma boa dose de música cigana.

Todas essas influências fizeram com que a banda chamasse atenção da cena europeia justamente por causa da criatividade e da energia das canções. “Cada membro da banda tem um background musical diferente. Colocamos todos os estilos que gostamos juntos e conseguimos nosso estilo. Também mudamos muito a nossa música ao longo de seis anos fazendo muitos shows. Nossa música e nosso estilo estão crescendo conosco”, explica Niko, que nos últimos dois anos concorreu ao prêmio de “personalidade polonesa do ano”.

O The Freeborn Brothers foi formado em 2013 na cidade de Rzeszów e essa é a segunda vez que o grupo vem ao Brasil (a primeira foi em 2015). Até hoje,  a banda lançou quatro álbuns: “Two Men Orchestra” (2013), “Gypsy Hobo Trash Grass” (2014), “Theatro Ridiculous” (2016) e “Instant Magic” (2017).

Essa será a primeira vez que o grupo polonês se apresentará no Psycho Carnival, mas a banda conhece bem a importância do festival curitibano. “Nós sabemos que é um grande evento, que conta com a participação de muitas bandas incríveis, da cena psychobilly e de outras cenas também”, diz.

Nas últimas décadas, a Polônia tem revelado grandes bandas de Heavy Metal extremo, como o Behemoth e o Vader. Porém, Niko revela que essas bandas estão enfrentando algumas situações difíceis. “Atualmente, na Polônia, são dias difíceis para o Heavy Metal, principalmente para o Behemoth e o Vader. Há pessoas que querem atrapalhá-los em relação aos shows que eles querem fazer na Polônia, mas acredito que a permanência no palco e a inviolabilidade da música permanecerão intocadas. Não há apoio de nenhuma autoridade para esse tipo de música na Polônia”, conta.

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Conexões com o Brasil

Um dos instrumentos mais usados no som do Freeborn Brothers é o acordeom e é justamente ele que dá um ar mais cigano às composições do grupo. Por coincidência (ou não), o acordeom, que também é chamado de sanfona no Brasil, é muito utilizado na música brasileira, principalmente na MPB. “Descobrimos isso nesta turnê, temos que verificar, mas tenho certeza de que o nosso sanfoneiro possui algumas influências do Forró. Na última vez que estivemos no Brasil, compramos uma viola caipira e a trouxemos para a Polônia. Nós a usamos em uma música no último álbum  e gostamos muito!”, conta.

Além da conexão musical, o grupo também tem outro motivo para comemora à vinda à Curitiba. Afinal, a capital paranaense tem uma das maiores colônias polonesas do Brasil e a influência desses imigrantes faz parte da própria identidade do povo do Paraná. “Nós sabemos e estamos animados para tocar em Curitiba! Gostamos de trocar algumas palavras com pessoas com raízes polonesas e também gostamos de cantar em polonês para elas”, diz.

Na atual turnê, o Freeborn Brothers fará ao todo 16 shows no Brasil em cidades do Paraná, São Paulo e Santa Catarina. A série de apresentações começou no dia 5 de fevereiro no Sujinho’s Bar, em Rio Claro, interior de São Paulo, e termina no dia 25 na Ilha do Mel, na Ressaca do Psycho Carnival. Os dez que aconteceram até agora já foram suficientes para a banda perceber que o Brasil possui um público muito acolhedor. “Estamos profundamente apaixonados pelo Brasil. Tudo é ótimo aqui! Amamos o público, a comida e a natureza! Queremos voltar com mais frequência no futuro!”, finaliza Niko.

Serviço

Cinco dias para celebrar a música, a amizade e a diversão. Esse é o espírito da 21ª edição do tradicional festival curitibano Psycho Carnival, que será realizado entre os dias 20 (quinta-feira) e 24 de fevereiro (segunda-feira) no Jokers Pub, em Curitiba. “Boa parte do público que vem todo ano ao festival acabou construindo amizades que permanecem até hoje”, diz um dos organizadores do Psycho Carnival, o músico e produtor cultural Vlad Urban.

Em 2020, o evento reunirá 37 bandas de oito países. A ideia é apresentar um grande panorama do que há de melhor no mundo do Psychobilly, Rockabilly, Punk Rock, Outlaw Country e Surf Music. Entre as atrações deste ano estão o Guana Batz (Inglaterra), o Cenobites (Holanda), e os grupo curitibanos Ovos Presley, Os Catalépticos e Hillbilly Rawhide.

Assim como nos últimos quatro anos, o festival terá como base principal o Jokers Pub, localizado na região central de Curitiba. Porém, nesta edição, também serão realizados alguns shows gratuitos no Lado B Bar, nas Ruínas de São Francisco, no Largo da Ordem (com o apoio da Rádio Mundo Livre FM) e na Gibiteca de Curitiba. “Os eventos gratuitos são muito importantes! Independentemente do apoio ou não do poder público, nós acreditamos que todos devem ter acesso à cultura”, afirma Vlad Urban.

Os ingressos custam de R$ 50 a R$ 250 e podem ser adquiridos no site Sympla. Confira todas as informações sobre a 21ª edição do Psycho Carnival neste link.

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