Neste fim de semana mais duas bandas que fazem parte do projeto Psycho Circus se apresentaram no Teatro Universitário de Curitiba (TUC). Movie Star Trash na sexta-feira (15) e Chernobillies no sábado (16) mostraram duas vertentes diferentes e criativas do psychobilly curitibano.
O projeto reúne clipes de dez bandas autorais da capital paranaense e foi viabilizado em parceria com o Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e a Prefeitura Municipal de Curitiba. A produção foi da Ciranda Produções, encabeçada pelo guitarrista e vocalista do Beijo AA Força, Rodrigão.
Movie Star Trash
Na sexta-feira (15) o trio Movie Star Trash abriu o fim de semana psycho no TUC. A banda faz um som instrumental baseado na surf music e nas influências psychos. Antes da apresentação foi exibido o vídeo de “No Limite Do Alerta”, música escolhida pelo grupo para participar do projeto.
Nei Rodrigues (baixo), Matheus Moro (bateria) e Davi Dornellas (guitarra) iniciaram o show com “Movie Star Trash”. “Tentáculos Do Polvo Doppler”, “West Dickens” e “Solaris Stomp” também fizeram parte do setlist. Destaque para “Lampião vs Alien”, uma espécie de baião psychobilly extremamente criativo. Antes da música, Nei comentou que apesar de não ter letra a canção conta uma história. E todo o trabalho da banda pode ser enquadrado nessa descrição, pois como em um livro ou filme, as canções do MST são construídas de uma forma que realmente passa essa impressão. Além do psychobaião, o trio também flerta com outros ritmos, como a valsa em “Valsa Com Bashir”. “Nitro” encerrou a apresentação.
O clipe
A participação no projeto Psycho Circus está abrindo portas para o trio, levando a sua música para um universo de público mais abrangente, e o staff que foi montado para que a iniciativa se concretizasse tem tudo a ver com isso. De acordo com Nei, a equipe da Ciranda Produções contribuiu muito para que o clipe saísse como a banda esperava. “A experiência do Rodrigão e de toda a equipe de filmagem nos ajudou bastante. Nós ensaiamos umas três vezes e na quarta já captamos as imagens para o vídeo”, conta o baixista. “Nós temos quase três anos de banda. Foi muito importante para mostrarmos o nosso trabalho”, complementa Matheus.
Outro fator que contribuiu para o sucesso do projeto foi o intervalo entre a veiculação dos clipes no YouTube e os shows de lançamento no TUC. Como os vídeos foram lançados em maio, a maioria do público presente já conhecia as bandas. “O clipe já estava rolando na Internet, então muita gente começou a visitar a página do MST. Isso deu uma movimentada bem legal”, diz Matheus. O Movie Star Trash já está trabalhando no seu primeiro CD. O full lenght terá 16 músicas e deve ser lançado ainda neste ano.
Chernobillies
No sábado (16) foi a vez do quarteto Chernobillies. Caminhando por influências mais tradicionais do psychobilly, como Frantic Flintstones e Demented Are Go, a banda sempre faz grandes apresentações ao vivo. Após a exibição do clipe de “Perversão E Sadomasoquismo”, o grupo subiu no palco ao som de “New Song”.
O bom humor sarcástico da banda, principalmente do vocalista G-Lerm, torna o show do Chernobillies uma grande “celebração”, ao estilo de um grandes nomes do estilo, a banda inglesa King Kurt. A parte instrumental do quarteto tem Toshiro (baixo), Elvis (bateria) e Ariton (guitarra). O setlist ainda teve “Um Litro De Cachaça”, “O Filho Do Diabo” e uma homenagem ao trio curitibano Catalépticos, um dos precursores do psychobilly nacional, com “Psychobilly Is All Around” em uma versão mais ska.
Destaque para “Coffin Surfers”, que narra a história dos “surfistas amaldiçoados”. “Toda meia-noite eles vão levantar. Pegar o seu caixão e sair para o mar. Mortos vivos eles são, e essa é a sua maldição”, diz a letra. “Brand New Gun” encerrou o show.
A participação no projeto Psycho Circus
Assim como para o Movie Star Trash e as outras oito bandas do projeto Psycho Circus, o clipe de “Perversão E Sadomasoquismo” está colocando em evidência o Chernobillies, que está completando 13 anos de estrada. Isso também se deve à equipe que produziu os vídeos. O grupo faz questão de elogiar o trabalho da Ciranda Produções não só no seu clipe, mas em todo o projeto. “A produção foi muito boa. Eles conseguiram captar ao vivo muita coisa de palco, do clima das bandas. A pegada do ao vivo dá mais feeling do que aquela coisa sistemática de estúdio”, analisa Elvis.
A importância do projeto para a cena psychobilly também foi ressaltada pelo Chernobillies. “Nós estamos nessa cena há uns 20 anos, 13 com a banda. Há uns dez anos até saiam algumas coletâneas, mas com o surgimento do MP3 o lançamento de CDs diminuiu. A maioria dos grupos não tem condição de ficar lançando discos, direto. Então foi muito legal o projeto porque conseguiu reunir as bandas de psychobilly e afins para fazer algo juntas”, afirma G-Lerm.
Nesta semana o quarteto entra em estúdio para a gravação de um novo trabalho. O EP deve ter quatro músicas e ser lançado ainda neste ano. Em 2015 o grupo pretende partir para o seu segundo full lenght, o primeiro desde “Are You Ready To Rock?” (2004). “Há dez anos que a gente não lança um disco, então temos muita coisa nova”, diz G-Lerm. Em 2006 o grupo participou da coletânea “Muh To The Muh”, um tributo ao Frantic Flintstones, tocando a música “Let’s Go Somewhere”.
A programação dos shows de lançamento do festival Psycho Circus segue no próximo final de semana com os shows das bandas Feras do Caos na sexta-feira (22) e Kráppulas no sábado (23). Confira quatro músicas dos shows: “Lampião vs Alien” e “Valsa Com Bashir” com o Movie Star Trash e “Coffin Surfers” e “Um Litro De Cachaça” com o Chernobillies.
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