Texto: Marcos Anubis
Fotos, revisão e tradução: Pri Oliveira
A primeira noite da 17ª edição do Psycho Carnival aconteceu na última sexta-feira (5) no Jokers Pub. Neste ano, o festival estava cercado de grande expectativa por causa da sua lineup, e isso começou a se confirmar logo na abertura do evento.
Kingargoolas
O Kingargoolas, de Guarapuava, teve a honra de abrir essa edição do Psycho Carnival. O som instrumental da banda é baseado na Surf Music, mas o que mais impressiona são os climas “espaciais” que o grupo consegue construir em suas canções. O grande “culpado” por essa atmosfera é o theremin, um instrumento extremamente curioso.
Ele é composto por uma base de madeira ou plástico onde são fixadas duas hastes de ferro. Quando o músico aproxima as mãos dessas hastes, um som é criado. Quanto mais próximo, mais agudo ele será. Para os mais antigos, é fácil fazer uma conexão entre as músicas do Kingargoolas, como “Lambreta Sunburst”, com filmes de ficção científica, como “O Dia em que a Terra Parou”.
A banda apresentou até uma versão para “The Robots” do Kraftwerk. Mackey (guitarra e theremin), Arêdes (guitarra), Joérto (baixo) e Cerso (bateria) fizeram uma grande estreia no Psycho Carnival. “Felizmente fomos muito bem recebidos no Psycho Carnival. A galera chegou cedo e nos ajudou a dar a largada no fest”, diz Cerso.
Zabilly
A segunda atração da noite foi o trio Zabilly. O grupo de Colombo, na região Metropolitana de Curitiba, se apresentou pelo segundo ano seguido no festival. O “PsyColombo” do grupo vem se tornando cada vez mais conhecido e o motivo é simples: eles vêm procurando divulgar o seu trabalho em todos os locais possíveis, da Festa da Uva a shows em motoclubes e festivais.
O grupo sempre costuma ser muito simpático com o público, e dessa vez não foi diferente. Durante a apresentação, o baixista Marcio Maestrelli (Vidia), fez uma participação especial em um “duelo de solos” com Jurandir. A banda tocou músicas que já fazem parte da cena Psychobilly curitibana, como “Casa do Horror” e “V2 Platinado”, além de algumas novas composições.
O show mostrou que a Zabilly não é mais uma promessa, ela se tornou uma realidade. “Foi uma experiência muito singular! Fico sem palavras para expressar o que é estar no palco do Psycho Carnival! Os equipamentos e a qualidade do som estavam perfeitos. Além disso, a galera nos recebeu muito bem e conseguimos apresentar algumas músicas novas”, diz Jurandir. “A galera pulou e dançou ao som de nossas músicas. Muitos amigos vieram de longe para ver o nosso show e recebemos elogios de pessoas de várias partes do mundo que estavam por lá! Foi épico! Vai ficar pra sempre em nossas memórias!”, complementa.
Chernobillies
Os curitibanos do Chernobillies fizeram no Psycho Carnival o último show de sua história. G-Lerm e seus asseclas tocaram boa parte do repertório que fez parte dos 13 anos de vida da banda, como “Coffin Surfers” e “Garota do Cabelo Vermelho”. Da formação tradicional do grupo, somente G-Lerm e o guitarrista Ariton estavam presentes, mas a banda não deixou nada a desejar e executou todas as músicas com tranquilidade.
Na linha da banda inglesa King Kurt, o Chernobillies sempre manteve um “ritual” nas suas apresentações: dar um banho de espuma no público. Dessa vez, a brincadeira aconteceu durante a cover da canção “Halloween (She Get So Mean) de Rob Zombie. Agora, a banda vai renascer sob um novo nome: Mongo.
The Surf Rats
Unindo Rock ‘n’ Roll com Psychobilly, o The Surf Rats foi a primeira atração internacional a subir no palco desta edição do festival. “Nosso show foi ótimo. Eu estive na posição privilegiada de também me apresentar com o Spellbound. Cada show foi muito bem recebido pelo público. Curitiba é uma cidade Rock ‘n’ Roll. A melhor cidade em toda a turnê”, diz o guitarrista e vocalista Gaz Marson.
Durante a apresentação, músicas como “Vampire Lover” e “Zombie Hunt” colocaram o Jokers Pub para dançar. “O público estava muito entusiasmado e intenso. Parecia que eles estavam lá exatamente para isso, bem mais do que alguns públicos europeus”, analisa o guitarrista. Um fato curioso é que Gaz Marson e Thomas (baixo) fizeram jornada dupla em Curitiba. Ambos se apresentaram também no Curitiba Rock Carnival: Gaz com o Spellbound e Thomas com o Frantic Flintstones.
Thomas, aliás, impressiona pela velocidade e pela forma limpa com que toca as notas das músicas no baixo. Muitos o consideram o melhor baixista da cena Psychobilly mundial na atualidade. O vocalista e guitarrista do Spellbound, Frankie Hayes, fez uma participação especial no show do The Surf Rats.
Apesar do pouco tempo que passaram na capital paranaense, o grupo parece ter gostado do que viu. “Nós não tivemos muito tempo para explorar Curitiba, mas o que conseguimos ver foi ótimo. É uma cidade muito cosmopolita, com algumas ótimas atrações”, elogia.
Pelo visto, Curitiba ganhou um lugar especial na carreira do The Surf Rats, a ponto da banda já planejar uma volta. “O festival em si foi fantástico, muito bem organizado por pessoas estusiasmadas e muito focadas no que fazem. Nós gostaríamos de voltar amanhã! Nosso muito obrigado ao Psycho Carnival, especialmente ao Neri e o seu time. Woohoo! Curitiba, esperamos vê-la novamente em breve! Essa cidade é demais!”, finaliza Gaz.
Ovos Presley
Mais uma vez os curitibanos do Ovos Presley fizeram uma das melhores apresentações do festival. É impressionante a catarse coletiva que o quarteto consegue criar em seus shows, e isso sem nenhum esforço ou posturas exageradas.
Canções como “Os Tristes Homens Azuis” e “Bêbado Maloca”, clássicos do Psychobilly curitibano, levaram o Jokers Pub à loucura. Tudo isso comandado pelo vocalista Ademir, que incorpora a insanidade do Ovos Presley e faz com que o público entre na mesma vibração da banda.
O clima criado nos shows do Ovos acontece por causa de suas músicas, sem nenhuma interferência de externa. “O show teve aquela energia de sempre. Subimos no palco, tentamos trazer a galera pro agito e ela correspondeu. Depois, foi só deixar levar”, disse o baixista da banda, Nei Rodrigues.Se a cada ano a lineup do Psycho Carnival se renova, uma coisa não muda: a presença do Ovos Presley e a certeza de que a banda fará um grande show.
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