Texto: Marcos Anubis
Revisão: Pri Oliveira
Foto: Dyego Martins
O surgimento do CD, na década de 1980, veio acompanhado de muitas promessas. Uma delas sentenciava que os velhos LPs sumiriam. Não foi o que aconteceu. A cultura do vinil permanece forte e vem se renovando nos últimos anos.
Nesta sexta-feira (7), no Jokers, a banda Pallets, de São José dos Pinhais, será mais um grupo brasileiro a se orgulhar por ter a sua obra registrada em vinil. O compacto de 7”, autointitulado, tem uma tiragem limitada e traz duas músicas inéditas: “Estrada” e “Eu preciso”.
Renan Alves (voz), Aldo Luiz e Emanuel Weltener (guitarras), Ricardo Coração de Leão (baixo) e Junior Mendes (bateria) são fãs dos tradicionais “bolachões”. Portanto, essa é a realização de um antigo desejo do grupo. “Acredito que lançar um vinil é o desejo de toda banda. Esse compacto surgiu da ideia de apresentar algo novo. Estávamos desde 2014 sem lançar nada, por causa de algumas mudanças na formação da banda. Depois que o Juninho (baterista) se firmou na Pallets, tudo foi acontecendo naturalmente e, hoje, estamos realizando esse sonho”, conta Renan.
O disco foi prensado pela Polysom, uma das mais antigas e tradicionais gravadoras do Brasil. “A ideia surgiu de forma despretensiosa, em um churrasco da banda regado a bastante ‘refresco’, pois sempre tivemos o sonho de ter algum registro nesse formato. Amadurecemos a ideia de forma totalmente independente. Fizemos alguns estudos de viabilidade com fabricantes nacionais e internacionais e optamos pela Polysom. Conhecemos bem o trabalho e a qualidade dos materiais lançados por eles”, diz Junior.
Rock de camiseta
O grupo foi formado em 2004 e sua discografia conta com o CD “Independência ou Sorte” (2012) e o single “Entre o Céu e o Inferno na Terra da Bala” (2014). A banda também lançou o DVD “Pallets ao Vivo na Terra da Bala” (2014).
O Pallets chama o seu som de “Rock de camiseta”. O termo, como não poderia deixar de ser, só pode ser decifrado pelos seus integrantes. “O ‘Rock de camiseta’ é um título criado pelo nosso ‘Capitão Aldo’, assim como o ‘Rock‘n’Rabo’ (risos). É a ideia do Rock mais cru, simples e sem muita frescura, que não precisa muito de enfeite. Acredito que a melhor maneira para explicar isso é ver qualquer foto do Malcolm Young. Já o ‘Rock‘n’Rabo’, no dicionário do Capitão, é o que as bandas da cena independente vivem diariamente. Coisas como ter que empurrar o carro após um ensaio ou bater o cartão em uma fábrica após um show, essas coisas (risos)”, explica Renan.
Em seus 13 anos de estrada, o Pallets acompanhou algumas mudanças na cena musical curitibana. Na visão do grupo, aos poucos, esse cenário vem crescendo. “A cena curitibana vem evoluindo, sim. Além de bandas muito boas, entre elas O Sebbo, o Trilho (gravando disco novo), o Red Foot (gravando disco novo), Pão de Hambúrguer (gravando disco novo) e o Trem Fantasma, que acabou de lançar um disco, temos muita gente muito boa envolvida no meio. É uma cena que se renova constantemente. Na questão de apoio do público, temos obtido um ótimo retorno nos nossos shows e nos festivais independentes em que tocamos. Mas é visível que ainda há muito espaço para crescer”, diz Junior.
Ao mesmo tempo, o grupo ressalta que, quanto mais os artistas paranaenses colaborarem uns com os outros, mais a cena se fortalecerá. “O cenário se renova constantemente. Nesses 13 anos, eu vi muitas bandas boas surgirem e acabarem. Outras acabaram e depois voltaram. Atualmente, o cenário de Curitiba é riquíssimo. As bandas estão produzindo muito, acredito que em todo esse tempo nunca vi tanto material novo. Porém, o que falta, em minha opinião, é um pouco de união, parcerias entre as bandas. Nos últimos três anos, vejo que isso está melhorando. Acredito que, se as bandas se unirem, o cenário vai crescer de verdade e aí sim teremos uma cena muito forte. Assim, poderemos mostrá-la para o Brasil e o mundo, e não se limitar apenas à nossa região”, complementa Renan.
Após o lançamento do compacto, o Pallets deve começar a pensar na gravação de seu segundo full length. “Pretendemos lançar mais um álbum em breve, mas ainda não temos previsão. Algumas músicas já estão terminadas e pré-produzidas, outras ainda estão em fase de composição. Por enquanto, estamos trabalhando na divulgação do nosso compacto 7”, terminando a produção dos clipes e fazendo shows”, revela Junior.
A abertura do show desta sexta-feira no Jokers será do trio Nevilton, de Umuarama, e ainda contará com a participação de nomes importantes do rock curitibano. “Chamamos o Nevilton justamente para tornar esta noite ainda melhor. Acredito que a última vez que nós tocamos juntos em Curitiba foi em 2011 e nessa época já acompanhávamos o excelente trabalho deles. Também teremos a participação do Marcelus (Motorocker), Rafael Marchiorato (O Sebbo) e da Birlla Malerba, do Trilho. São nossos convidados especiais para abrilhantar ainda mais essa festa. E no final de uma boa festa, sempre há possibilidade de uma jam. Isso vai depender do público. Aí eu pergunto: vocês querem uma jam? (risos), diz Renan. “Será uma celebração. Um lançamento é sempre muito especial. Escolhemos a dedo todos os convidados para que seja realmente uma festa inesquecível! Aguarde e confie (risos), finaliza Junior.
Os ingressos custam R$ 10 (lote promocional nas vendas online), R$ 15 antecipado e R$ 25 na hora do show. Os bilhetes podem ser adquiridos no site Sympla, no Jokers, no Estúdio dos Pallets (Rua Professor Teodoro Winkler, 127, São José dos Pinhais), no Villa Bambu Cantina (Rua Trajano Reis, 58, Centro) e na Rei Arthur Hamburgueria Gourmet (Rua Visconde do Rio Branco, 1900, São José dos Pinhais).
A casa abre às 22h e os shows começam às 23h20. O Jokers fica na Rua São Francisco, 164, no Centro.
Deixar um comentário