Texto: Marcos Anubis
Fotos e revisão: Pri Oliveira
Billy Duffy, do The Cult, roubou a cena e mostrou porque é um dos melhores guitarristas de sua geração
As bandas The Cult e Alter Bridge se apresentaram nessa terça-feira (19) na Live Curitiba, na capital paranaense. A noite foi um contraste entre a história de cada uma das bandas e a relação que elas mantêm com os seus fãs.
Enquanto o The Cult, com mais de 30 anos de estrada, teve ao lado o seu fiel e veterano público, o Alter Bridge, que começou a construir a sua história na última década, levou muitos jovens ao show.
Alter Bridge
O primeiro show da noite ficou a cargo do grupo norte-americano Alter Bridge. O som da banda é uma mescla de Hard Rock com passagens mais pesadas, calcadas no Nu Metal, e o quarteto executa muito bem o que se propõe a fazer.
Myles Kennedy (vocal), Mark Tremonti (guitarra e backing), Brian Marshall (baixo) e Scott Phillips (bateria) abriram o show com “Come to life”. A banda não fez apenas a “abertura” para o The Cult. Foi um show completo, que durou 1 hora e meia no palco. Parte do público, inclusive, foi especialmente para assistir ao show do Alter Bridge. Muitos desses fãs eram adolescentes e estavam acompanhados por seus pais.
Myles parecia surpreso com a quantidade de fãs. Ele se mostrou nitidamente emocionado e fez questão de agradecer em várias ocasiões. O setlist da primeira apresentação no Brasil da “The Last Hero Tour” foi um passeio pelos cinco álbuns de estúdio lançados pela banda e incluiu, entre outras canções, “Cry of Achilles”, “Water rising” e “Open your eyes”.
O grupo foi formado em 2004 e reúne, em sua parte instrumental, três ex-integrantes do Creed: Mar, Brian e Scott. Seu mais recente álbum é “The Last Hero”, lançado no ano passado. Ao vivo, o grupo apresenta uma massa sonora bem pesada, muito em função das afinações mais baixas que ressaltam o trabalho de Brian e Scott.
Mas o destaque da banda, sem dúvida, é o vocalista e guitarrista Myles Kennedy. Seu alcance vocal fez com que ele, inclusive, fosse convidado para integrar a banda do guitarrista do Guns N’ Roses, Slash. Eles chegaram a se apresentar em Curitiba em 2015.
“Rise today” encerrou a apresentação. O Alter Bridge toca nesta quinta-feira (21) no Allianz Park, em São Paulo, e depois no Rock in Rio, na sexta-feira (22), encerrando a passagem pelo Brasil. Na sequência, o grupo segue para uma temporada de shows na Europa.
Confira o vídeo de “Come to life”, que abriu o show do Alter Bridge na Live Curitiba. Veja, também, o nosso álbum de fotos da apresentação.
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The Cult
Em seguida, foi a vez do The Cult se apresentar pela terceira vez em Curitiba. Os outros shows aconteceram em 2008 no Master Hall, que hoje é a Live, e em 2011 no festival Lupaluna que, naquela ocasião, foi realizado no BioParque, em São José dos Pinhais. De longe, essa foi a melhor das três apresentações.
A banda abriu o show com “Wild flower”. Das cinco músicas que vieram na sequência, quatro fazem parte do hall de preciosidades que o The Cult lançou ao longo de suas mais de três décadas de estrada: “Rain”, “Peace dog”, “Lil’ devil” e “Nirvana”. O setlist, como se vê, foi um desfile de clássicos que ainda incluiu, entre outros, “Sweet soul sister”, “Phoenix”, “She sells sanctuary” e “Fire woman”.
Ian Astbury (vocais), Billy Duffy (guitarra), Grant Fitzpatrick (baixo), Damon Fox (teclados, guitarra base e backing vocal) e John Tempesta (bateria) pareciam entusiasmados com o carinho do público. Já na ala mais “veterana” dos fãs, o clima era de reverência total a Ian e Duff. Afinal, a dupla construiu a trilha sonora de boa parte da vida dessas pessoas.
O The Cult possui, em sua discografia, três álbuns que fazem parte da galeria sagrada do Rock’n’roll: “Love” (1985), “Eletric” (1987) e “Sonic Temple” (1989). Essa trilogia resume muito bem a proposta musical do grupo. Obviamente, diante de tanto material bom, algumas músicas fizeram falta, entre elas, “Revolution” e “Edie (Ciao Baby)”, que costumam estar no repertório do Cult.
Ian não é (e nunca foi) de muita conversa com o público, mas tentou ser simpático em várias ocasiões. É claro que a sua forma de cantar precisou ser adaptada com o passar dos anos. Aqueles agudos mais ferozes dos anos 1980 já não estão presentes, mas nada disso prejudica a sua performance. Ele também não abandonou o seu fiel companheiro, uma espécie de pandeiro que ele usa para marcar o tempo das músicas. Alguns, inclusive, foram jogados de presente para o público.
Além de Ian e Duffy, outro destaque do show foi John Tempesta. O baterista já fez parte do Exodus, do Testament e do White Zombie, com quem gravou o CD mais importante da história da banda, “Astro Creep” (1995). Com o Cult, ele gravou três álbuns: “Born Into This (2007), “Choice of Weapon” (2012) e o mais recente,“Hidden City (2016).
Billy Duffy e a essência do guitarrista
Para quem toca guitarra ou só é fã do instrumento mais marcante do Rock’n’roll, ver Billy Duff ao vivo é uma obrigação. Alguns guitarristas possuem uma capacidade incrível de criar riffs. O mais célebre, justamente chamado de “Riffmaster”, é Tony Iommi do Black Sabbath. Além dele, outros que se destacam são Angus e Malcom Young do AC/DC, Glenn Tipton e K.K. Downing do Judas Priest, entre outros. Billy Duffy faz parte dessa seleta lista.
Duffy encarna a postura do guitarrista clássico, do tipo que coloca o pé em cima do retorno para solar encarando o público. Suas célebres guitarras Gretsch são uma característica fortíssima, que ajudam a criar a sua aura de guitar hero. Não aquele virtuose chato que toca seis mil notas em um minuto, mas de um músico que tira do seu instrumento, de forma criativa, exatamente o que a as canções pedem. Pouquíssimos têm esse talento.
“Love removal machine” encerrou a apresentação de forma apoteótica. Billy e Ian agradeceram muito o público. Para eles (assim como para os fãs), talvez a sensação que tenha ficado é a de que esse foi o melhor show do grupo em Curitiba.
Afinal, em 2008, Ian teve uma performance vocal limitada, pois sua voz não alcançava as notas que as músicas pediam. Já no Lupaluna, em 2011, a banda parecia incomodada por ter sido escalada na mesma noite da cantora Ivete Sangalo. Ian chegou a fazer algumas piadas durante o show diante da situação inusitada (um público que tinha ido para ver Ivete e não conhecia o The Cult). Dessa vez, todos estavam cheios de energia e conectados diretamente com seus fãs. O resultado foi uma apresentação fantástica, que lavou a alma dos que ainda gostam do bom e velho Rock’n’roll.
Confira o vídeo de “Wild flower”, que abriu o show do The Cult na Live Curitiba. Veja, também, o nosso álbum de fotos da apresentação.
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