O livro faz um recorde histórico da cena musical curitibana
No dia 19 de dezembro (quinta-feira), na Livraria Telaranha, será lançado o livro “Cena de Cenas – Do Rock De Inverno aos Índios Eletrônicos”, do músico e pesquisador Asaph Eleutério.
Resultado do Mestrado desenvolvido em 2021, pela UNESPAR, o projeto levou o autor a um mergulho na cena musical curitibana dos anos 2000, especificamente aquela que teve na produtora De Inverno Records seu principal grupo de atores ou agentes. “Com esta cena, mapeei as atividades de bandas que estavam performando suas identidades naquele espaço de visibilidade, proporcionado pela rede sociotécnica da época. Meu objetivo foi identificar elementos que trouxessem a esta movimentação coesão ou discursos compartilhados”, diz Eleutério.
A publicação do livro foi viabilizada por incentivo de um edital da Funarte e terá a primeira edição toda distribuída gratuitamente.
Exemplares também serão enviados para jornalistas locais e nacionais, além de bibliotecas e acervos de instituições de pesquisa.
No lançamento em Curitiba, haverá sessão de autógrafos e entrega dos primeiros exemplares gratuitos. As entrevistas realizadas recentemente com alguns dos envolvidos serão disponibilizadas nos canais digitais do autor.
A partir das bandas OAEOZ, Poléxia, Criaturas, ruído/mm, Lorena Foi Embora e Terminal Guadalupe, formações musicais que nascem em meio ao movimento cultural do início da década de 90 do século passado, ele traça “a característica que melhor definiu o emaranhado de práticas musicais presentes naquele recorte”, que se inicia com a realização da primeira edição do Festival Rock De Inverno, no Circus Bar, em junho de 2000.
No ambiente acadêmico, Asaph chegou ao insight para abarcar em um conceito o mosaico composto pela cena que havia conseguido juntar ao longo da pesquisa. “Uma cena de cenas. Um mosaico. Um caleidoscópio. Metáforas adequadas àquela cena que era tão intensamente influenciada pelas mudanças estruturais dos anos 2000, mas que ainda assim exibia uma autenticidade absolutamente singular em cada identidade, cada discurso”, completa, sobre a pesquisa contemplada na região Sul, por edital UNARTE.
A pesquisa de campo, com material jornalístico, foi completada com entrevistas que serão disponibilizadas digitalmente em breve no canal de Eleutério no YouTube (@asapheleuterio). “A revolução digital a pleno vapor foi amplamente explorada por todos estes grupos. A redução das produções fonográficas, a presença da língua portuguesa (ou de linguagem não-verbal, como no caso da ruído/mm), a forte influência vinda do jornalismo cultural dos anos 90 no terreno digital e a presença do feminino foram elementos que se destacaram durante minhas investigações sobre a obra daquela cena”, explica Eleutério.
Entre os entrevistados estão os proprietários da De Inverno, os jornalistas Adriane Perin e Ivan Santos (OAEOZ), os musicistas Xanda Lemos (Criaturas), Mariele Loyola (Cores D’ Flores), Rapha Morais (Poléxia), Dary Jr. (Lorena Foi Embora e Termina Guadalupe), Allan Yokohama (Poléxia, Terminal Guadalupe), André Ramiro (ruído/mm e Índios Eletrônicos).
O fotógrafo e videomaker Marcelo Borges, pioneiro que produziu vídeos das ações da cena já a partir de 1991, também faz parte do livro.
Todos seguem em plena atividade, artística, de pesquisa e na área da comunicação e produção cultural. “Meu trabalho tem como missão combater a minha própria ignorância. Utilizando o que tenho e cada vez mais junto de pessoas que querem ver a cena cultural curitibana forte, apresento este meu complexo labirinto, que identifica o que hoje parece ser sistematicamente apagado: nossa memória coletiva e local. Nossos grandes feitos, as marcas que definem o canto da nossa aldeia”, pontua o autor.
Para ele, respeitando e lembrando poderemos construir uma cultura mais cheia de significado. “Entendendo a cena de cenas curitibana entendemos com mais clareza este nosso momento presente. Não apenas local, mas globalmente. Onde as juventudes organizadas e com energia mudaram seus contextos, utilizando a arte como ponto de partida? Bem, em Curitiba, nos anos 2000 apresento um claro exemplo. Falando daqui, de coisas que presenciei enquanto piá, apresento para a academia e também para o mundo uma cena rica, cheia de discursos prontos para ser pesquisados e iluminados por reflexão e conhecimento”, analisa.
O evento começa às 16h30 e a entrada é franca. A Livraria Telaranha fica na Rua Ébano Pereira, 269, no Centro.
Ficha Técnica do Projeto
Coordenação de projeto – Guilherme Machado
Edição – João Vitor Schmidt
Capa e projeto gráfico do livro –Kevin Diniz
Revisão, textos de contracapa e orelha, gravação e edição do audiolivro – Murilo Pepler
Gravação e edição do documentário – Igor Nazário
Assistência de produção – Enzo Merolli
Assessoria de imprensa – De Inverno Comunicação
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