A banda londrinense Mary Lee & The B-Side Brothers se apresenta pela primeira vez em uma edição do Psycho Carnival no próximo dia 14/2. O grupo foi formado em 2009 como Mary Lee & The Sideburn Brothers. Após cinco anos de estrada, e com uma turnê europeia na bagagem que incluiu um show no festival Muddy Roots Europe, o grupo adotou seu nome atual, Mary Lee & The B-Side Brothers.
A formação atual tem Mary Lee (vocal e guitarra acústica), Mauro Montezuma (bateria e vocais), Gabriel (baixo) e Fly (guitarra e dobro). O quarteto tem um CD lançado, “Meet Mary Lee”. O trabalho tem dez faixas, sendo oito músicas próprias e duas versões: “Girls Just Wanna Have Fun”, da cantora americana Cyndi Lauper, e “Needles And Pins”, do Ramones. O segundo CD, chamado “Fighting Demons”, está em fase de produção e deve ser lançado ainda em 2015. “Serão músicas clássicas no estilo Country/Bluegrass. O álbum também terá algumas participações mais do que especiais de músicos que a banda conheceu durante a tour pela Europa. Uma delas é a violinista texana Liz Sloan”, diz a vocalista Mary Lee.
Também no mês de fevereiro, após o Psycho Carnival, a banda tem dez shows programados em várias cidades brasileiras, ao lado dos americanos do The Goddman Gallows, que se apresentarão no Curitiba Rock Carnival no dia 14/2.
Apesar de fazer o seu debut no festival, em 2012 a Mary Lee se apresentou na Zombie Walk. Na ocasião, uma faceta da natureza marcou a apresentação do quarteto londrinense. “No meio do show começou uma chuva, ou melhor, uma tempestade. Estávamos na quarta música e começou a sair fumaça da aparelhagem de som! Tinha milhares de pessoas vestidas de zumbi curtindo o som quando começou aquela loucura (risos). Não posso dizer que foi ruim, foi um cenário típico de filme, mesmo. Só foi uma pena porque tocamos pouco, mas o pouco que tocamos valeu a pena”, relembra.
A importância do Psycho Carnival e a cena independente brasileira
Consciente das barreiras que os grupos nacionais precisam superar, Mary destaca a importância do Psycho Carnival para a cena psychobilly brasileira, divulgando as bandas e colocando o estilo sob os holofotes da mídia nacional. “Sem dúvida o Psycho Carnival é o que mantém a cultura psycho no Brasil. Além de ser o maior festival de bandas do estilo, ainda traz grupos que margeiam a cultura psycho, como o Country, Bluegrass, Rockabilly e Punk. Além disso, é uma ótima oportunidade para as bandas independentes mostrarem seu trabalho para um grande público”, elogia.
Avaliando as dificuldades que esses artistas enfrentam para conseguirem um lugar ao sol, Mary afirma que o cenário ainda é complicado, mas o público psycho continua mantendo viva essa chama. “No Brasil, toda a cultura underground independente sofre para alcançar espaço, infelizmente não só no meio psycho. Mas acredito que de forma lenta, nós estamos progredindo nessa parte. O que faz a cena não acabar é o reconhecimento dos fãs e a maneira como eles são fiéis às bandas independentes”, diz.
Mary acredita que algumas atitudes das casas de show poderiam fazer a diferença para mudar esse cenário. “Por isso digo que o progresso é de forma lenta. Os bares têm que começar a enxergar isso e disponibilizar essa cultura para o seu público. Se o bar não abrir o espaço para a banda tocar e mostrar o seu trabalho, como eles querem que a banda fique ‘conhecida’, como eles mesmos dizem, na hora de avaliar seu cachê e de verificar a disponibilidade de datas?”, pergunta. “Graças a Deus nós temos grandes parceiros e locais onde tocamos sempre e toda vez que voltamos é melhor do que a última. Mas para viver da música, sendo uma banda independente, ainda falta chão!”, critica.
Para a sua apresentação na segunda noite do Psycho Carnival, Mary Lee e sua banda preparam um setlist especial, seguramente com mais músicas do que na sua participação “tempestuosa” na Zombie Walk 2012. “Nosso repertório é basicamente de músicas autorais. Tocamos uma ou outra versão de canções que gostamos e temos vontade de tocar. Como estaremos em turnê com os americanos do The Goddamn Gallows, estamos preparando um repertório bem enérgico, inclusive com músicas inéditas”, revela.
A Mary Lee & The B-Side Brothers se apresenta no dia 14/2 ao lado dos grupos Cherry Rat & Os Gatunos, The Violentures, As Diabatz e The Magnetix. “Esperamos encontrar amigos de longa data, que não vemos há algum tempo, e também fazer novas amizades. Esperamos que curtam o nosso show, pois garanto que nós realmente amamos o que fazemos. Até porque, se não fosse assim nós não estaríamos na luta dessa longa estrada, até hoje”, finaliza Mary Lee. Confira o som da Mary Lee & The B-Side Brothers.
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