As Diabatz - Crédito Camila Zanon - Entrevista Cwb Live Psycho carnival 2015

As Diabatz, trio é um dos destaques doPsycho Carnival 2015 (Foto – Camila Zanon)

 

Uma das grandes atrações desta edição do Psycho Carnival é o trio curitibano As Diabatz. A banda não se apresenta no festival desde 2013 e, por conta disso, se mostra ansiosa por essa volta aos palcos.

O grupo foi formado em 2006 por Baby Rebbel (guitarra), Killer Klaw (baixo) e Clau Sweet Zombie (bateria). “A intenção era tocar o Psychobilly clássico, do início dos anos 1980, com bases simples e guitarras limpas. As letras são feitas em conjunto e abordam temas como terror, diversão, insanidade e pesadelos”, diz Clau. As principais influências das Diabatz são The Meteors, Torment, Dypsomaniaxe, Krewmen, Batmobille e Ricochets. A banda tem três trabalhos lançados, “Witches Stomp” EP (2007), “Riding Through The Devil’s” CD (2009) e “Crazy Psychos, First Degree” EP (2012).

“Riding Through The Devil’s” foi lançado pelo selo belga Drunkabilly Records, o mesmo do grupo Frantic Flintstones, um dos mais importantes da história do Psychobilly. Como o Frantic também havia acabado de gravar seu novo trabalho, os dois grupos resolveram fazer uma turnê pela Europa que foi batizada de “Psycho Samba Tour”. A tour passou por Alemanha, Bélgica, Inglaterra, Holanda, Espanha, Itália, República Tcheca, Dinamarca e Suíça. Em 2013 a vocalista Baby Rebbel foi morar na Alemanha, o que fez com que a banda passasse o ano apenas compondo.

As Diabatz são uma presença assídua no festival curitibano e reconhecem a sua importância para a cena local. “O Psycho Carnival é sem dúvidas o cartão de visitas do Psychobilly no Brasil. É onde todos os psychos e adeptos se encontram uma vez por ano para matar as saudades, tomar uma cerveja gelada e curtir bandas incríveis de dentro e de fora do Brasil”, diz Clau. “Sem dúvida nenhuma o festival é o grande responsável pelo incentivo às bandas novas, por trazer grupos de fora e por fazer a cena crescer por aqui. O Carnival hoje é um dos maiores festivais Psycho do mundo, então acho que isso já explica um pouquinho a importância dele, não é?”, complementa.

As Diabatz já se apresentaram em seis edições do festival, acompanhando a consolidação do Psycho Carnival como um dos mais importantes festivais do mundo Psychobilly. “O Psycho Carnival é a nossa casa, onde encontramos amigos e nos sentimos bem. Nos apresentamos nele desde 2008 e cada ano é diferente, mas sempre com aquele friozinho na barriga, sabe? Esse tempo sem tocar no Carnival deu aquele aperto no coração, como se estivesse faltando alguma coisa dentro de nós. Agora estamos na expectativa, pois todo Carnival nos rende experiências incríveis”, conta Clau.

A luta fora dos holofotes da “grande mídia”

Como toda cena independente e underground, o movimento Psychobilly brasileiro enfrenta dificuldades para se estabelecer de forma mais consistente. São vários os motivos que levam a esse cenário. Um dos mais importantes é o pouco espaço que a “grande mídia”, principalmente, dedica às bandas. “Eu acredito que durante algum tempo a cena estava ficando mais fria. Algumas pessoas estavam deixando de ir aos shows das bandas locais e dando importância somente quando vinham bandas de fora. Mas particularmente eu observei que do meio do ano passado para cá a cena está se fortalecendo novamente. As bandas estão tocando mais, as pessoas estão indo aos shows e, principalmente, grupos novos estão aparecendo e público novo também”, analisa. “A grande mídia não foca muito nas subculturas. Algumas mídias independentes e algumas pessoas do meio sempre estão dispostas a ajudar de alguma forma. O importante é não parar”, complementa.

Apesar das dificuldades, a cena psychobilly curitibana conseguiu se estabelecer como uma das mais fortes do país, talvez a mais organizada de todas. Isso é fruto das soluções encontradas pelas pessoas que tomam a frente do movimento, visando minimizar essas barreiras e evoluir a cena como um todo. “Eu acho que em questão de volume de público, São Paulo é maior. Mas acredito que Curitiba tenha se destacado porque a maioria das bandas são daqui e sempre damos um jeito de fazer algum show, procuramos apoio. Também conseguimos executar projetos que beneficiem as bandas e que promovam shows gratuitos para que mais pessoas conheçam a cena psycho. O Vlad Urban é uma das pessoas que mais corre atrás disso. Acho que dedicação é a chave de tudo”, opina.

Após dois anos fora dos palcos, esse retorno da banda ao convívio de seu público está sendo tratado com expectativa. Por conta disso, o trio está preparando algumas surpresas. “Será um show especial para nós. Estamos com muita saudade, depois de mais ou menos um ano e meio sem tocar. Será um show com as músicas clássicas e novidades. Também estamos preparando uma surpresa (uma versão de uma banda muito conhecida e adorada por todos os roqueiros) que com certeza o público vai curtir”, diz Killer Klaw.

Antes de se apresentar no Psycho Carnival o trio tem um show marcado no dia 7 de fevereiro em Antuérpia, na Bélgica. Na volta para Curitiba, As Diabatz se apresentam no sábado 14/2 ao lado da Mary Lee & The B-Side Brothers, Cherry Rat & Os Gatunos, The Violentures e The Magnetix. “Esperamos encontrar todos os nossos amigos, nossos fãs antigos que estão sempre perguntando quando vamos voltar e também os novos fãs que irão nos ver pela primeira vez”, finaliza Killer Klaw. Veja dois momentos da banda no Psycho Carnival 2013: “Necrolove” e “Undead Girl”.