Texto: Marcos Anubis
Revisão: Pri Oliveira
Foto: Divulgação
O Zabilly se apresenta na segunda-feira (16), última noite do Psycho Carnival. O trio foi formado em 2011 no município de Colombo, região metropolitana de Curitiba. O line up atual tem Jura (baixo e vocal), seu filho Guilherme Cordeiro (guitarra, violão e backing vocals) e Mauricio Dieckmann (bateria e backing vocal).
O grupo lançou sua primeira demo, “Live in PsyColombo”, em setembro do ano passado. “São sete faixas com letras baseadas em filmes de horror trash, trazendo o estilo vintage das Pin-ups, e também nos Hot Roads, porque eu era piloto de Dodge V8 em corridas de terra. As canções também falam sobre café racer, pois nosso baterista é customizador de motos. O ‘Live in PsyColombo’ também traz muito sangue, horror, ódio e mentes psicopatas regadas a whisky e bourbon sem gelo”, explica Jura.
O músico rasga elogios ao festival e o coloca como um dos mais importantes do mundo dentro do estilo. “O Psycho Carnival é uma referência do Psychobilly mundial. Ele traz bandas do mundo inteiro para tocar e prestigiar o evento. A grande importância é reunir a galera psycho desde os anos oitenta até a nova geração, onde todos podem ter acesso, em apenas um único lugar, a materiais de bandas e ao estilo Psychobilly. Podemos ver bandas que inspiraram e ainda hoje inspiram o cenário psycho, ao lado de bandas que fazem sua história no cenário nacional”, diz.
Será a primeira vez que a Zabilly se apresentará no Psycho Carnival, fato que certamente ficará marcado na história do trio. “Para nós é uma honra tocar nesse evento que é referência no cenário psychobilly, principalmente por representar a nova geração de Curitiba e região metropolitana. Novas bandas vêm surgindo no cenário e elas têm vindo para somar e fortalecer o movimento”, conta.
Jura e seus companheiros de banda acreditam que a união da cena psychobilly brasileira é o grande segredo para que ela se fortaleça ainda mais. “Ela está em constante crescimento. Ainda são poucos os lugares para tocar, mas o público está cada vez mais receptivo. A cena perdeu um pouco de sua força depois dos anos oitenta e noventa, mas vem se recuperando firmemente e a passos largos. Continua sendo uma cena grande e forte, com grandes eventos e ótimas bandas”, analisa.
Em relação ao espaço que a imprensa local e nacional abre para o estilo, Jura não é tão otimista. “O apoio da mídia não é forte. Melhorou um pouco com a Internet, mas hoje não é possível ouvir bandas de Psychobilly nas rádios e TVs. O foco da mídia parece ser outro. As bandas de Rockabilly e Psychobilly são 100% independentes e arcam com os seus custos para materiais e divulgação, tocando por pouco e muitas vezes por nada. É a realidade que vemos hoje como banda iniciante. No cenário já vimos muitas outras bandas acabarem devido à falta de divulgação e valorização”, diz.
Como membro de uma das cenas psycho mais fortes do país, Jura afirma que se hoje ela tem uma cara mais profissional e organizada, isso foi conseguido com muita luta. “A cena Psychobilly em Curitiba começou no final dos anos oitenta com o surgimento de bandas como Os Cervejas, Playmobillys, Estúpido Estupro e Ovos Presley, entre outras. Depois começou a organização de eventos de Psychobilly, no início com pouca estrutura e muito esforço”, diz. O músico lembra até de alguns “fatos inusitados” da construção dessa cena. “Em uma conversa com o Wallace, guitarrista e um dos fundadores do Ovos Presley, ele me contou que já levou até geral da polícia quando estava levando equipamentos na rua para fazer um desses eventos, mostrando a dificuldade e a força de vontade em fazer acontecer”, conta.
O Zabilly se apresenta na segunda-feira (16) ao lado das bandas Tampa do Caixão, Bad Luck Gamblers, Krappulas e Barnyard Ballers. “Estamos preparando várias músicas novas e inéditas para mostrar. Como faremos o primeiro show do dia de encerramento, será inesquecível. Surpresas acontecerão, aguardem. Vida longa ao Psycho Carnival e a todos os psychobillies. Bebam e curtam muito”, finaliza Jura.
Saudades dessa gurizada! A piazada do então Drákulas Krápulas (Breno, David) e do que viria a ser o Ovos Presley (Wallace) foram algumas vezes nos ensaios do Playmobillys que eram sempre na casa da minha mãe, até hoje ali no Bairro Alto. Não raro juntavam umas 10 ou 15 pessoas nos sábados à tarde. O recorde foi umas 22 cabeças, se não me engano. Excelentes lembranças….cheers!