Texto: Marcos Anubis
Fotos e revisão: Pri Oliveira
A banda italiana Rhapsody construiu uma sólida carreira que já dura 20 anos. O grupo foi um dos criadores do Heavy Metal Sinfônico, que une o peso do Metal às orquestrações. Em 2017, a banda resolveu reunir a sua formação considerada clássica e colocar um ponto final nessas duas décadas.
Nessa sexta-feira (12), o grupo se apresentou na Ópera de Arame, em Curitiba, e impressionou os fãs com uma performance realmente marcante.
Batizada de “20th Anniversary Reunion Farewell Tour”, o setlist da turnê é composto por canções do álbum “Symphony of Enchanted Lands” (1998). Apesar disso, também houve espaço para músicas de outras fases da banda.
Devil Sin
A abertura ficou a cargo dos curitibanos do Devil Sin. A nova formação da banda, com Jack Di Pasetti (baixo) e Giovanni Vicentin (bateria) ao lado dos veteranos Kevan Gillies (vocal) e Ian Axel Gillies (guitarra), ficou ainda mais pesada.
O grupo abriu o show com “Demons never die”. O setlist incluiu canções que já se tornaram conhecidas do público curitibano, entre elas, “White line madness” e a fantástica “Natural born killer”.
Na bateria de Giovanni, os dois bumbos estilizados com as iniciais da banda chamavam bastante a atenção. Aliás, a entrada dos dois novos integrantes parece ter injetado um novo ânimo no grupo e isso foi refletido na apresentação.
Durante a música “New world order”, Kevan anunciou que a banda daria uma guitarra de presente para o fã que “cantasse mais alto”. Na sequência, o vocalista desceu do palco e passou o microfone para que algumas pessoas do público cantassem o refrão.
A ganhadora foi a nutricionista Adriane Bardal, mas a grande vencedora foi a sua filha, Rosa Alice, de oito anos. “Acompanho o Devil Sin há alguns anos e sempre agito muito durante o show. O Kevan é um ótimo stage performancer. Ele já havia prometido que daria uma Peavey durante o show para quem agitasse mais durante a performance deles. Portanto, cantei junto e consegui conquistar a guitarra que a minha pequena tanto queria e eu não tenho condições de comprar. Esse grande presente do Devil Sin vai ajudar a Rosa a explorar o mundo da música mais de perto. Ela está sempre cantando canções que inventa e escreve em seu caderno de música. Agora, vamos passar o que sabemos e encontrar um professor que não bloqueie a criatividade florescida nessa pequena”, diz Adriane.
“Dogs of war” encerrou a apresentação. “Foi a primeira vez que tocamos na Ópera e, provavelmente, tenha sido o nosso melhor show até hoje. A banda nunca esteve tão afiada. O som e a iluminação estavam perfeitos. Quanto ao público, nem se fala! Ver que já existem pessoas que conhecem as nossas músicas e cantam juntos nos enche de orgulho!”, diz Kevan.
Confira um vídeo do show e, também, nosso álbum de fotos.
Rhapsody
Após a introdução de “Epicus Furor”, a banda pisou no palco já executando “Emerald sworld”, um de seus maiores clássicos.
Fabio Lione (vocal), Luca Turilli e Dominique Leurquin (guitarras), Patrice Guers (baixo) e Alex Holzwarth (bateria) executam com extrema maestria suas canções. E não só na parte técnica, mas também na emoção que passam, aflorada ainda mais por estarem se despedindo de seus fãs.
Ao vivo, as orquestrações e narrações que fazem parte das canções do Rhapsody ficam ainda mais marcantes. Algumas foram tocadas por Turilli usando uma guitarra sintetizada, enquanto outras eram gravadas.
Durante todo o show, Fabio conversou bastante com o público, em português. O vocalista, que também faz parte da banda brasileira Angra, certamente aproveitou a convivência com Rafael Bittencourt, Kiko Loureiro e os outros integrantes para aprender a se comunicar com os brasileiros. Confira, neste link, a entrevista que Fabio concedeu ao Cwb Live.
Duas músicas do setlist, “Knightrider of doom” e “The dark tower of abyss”, foram apresentadas por Fabio como “canções que a banda nunca tocou ao vivo”.
Após “Symphony of enchanted lands”, o grupo se retirou, deixando o palco livre para um solo de Alex Holzwarth que incluiu a célebre introdução de “Do you remember Rock’n’Roll Radio?”, dos Ramones. Na sequência, a banda resgatou “Land of immortals”, do primeiro álbum do grupo, “Legendary Tales” (1997).
Depois de “Dawn of victory”, a banda saiu do palco por alguns instantes, sendo ovacionada pelo público. Na volta para o bis, o grupo tocou “Rain of a thousand flames” e a belíssima “Lamento eroico”. “Holy thunderforce” encerrou a apresentação.
Apesar te terem decidido finalizar a história do Rhapsody, Fabio, Luca e seus companheiros certamente ainda possuem ânimo e capacidade criativa para seguir em frente. Mas, como a decisão já está tomada, ao menos, o Rhapsody presenteou os fãs curitibanos com uma noite inesquecível.
Confira um vídeo do show e, também, nosso álbum de fotos.
a banda acabou?
ou apenas acabou o Rhapsody e começaram o “Rhapsody of Fire” ?