Em 1996, uma banda vinda da Finlândia causava espanto em todo mundo ao gravar um álbum com canções do Metallica executadas somente com instrumentos de Música Clássica. “Plays Metallica by Four Cellos” apresentou o Apocalyptica ao universo do Heavy Metal mesmo que, naquele momento, isso ainda soasse de forma despretensiosa.

Nessa sexta-feira (24), o quarteto finlandês se apresentou na Ópera de Arame, em Curitiba. Pouco mais de meia hora antes do horário previsto para o início do show, uma fila enorme ainda se estendia em frente ao Parque das Pedreiras.

Com a Ópera praticamente lotada, Eicca Toppinen, Paavo Lötjönen, Perttu Kivilaakso e Antero Manninen começaram o show com “Enter Sandman” seguida por “Master of puppets”. Manninen é um dos fundadores do Apocalyptica e, apesar de ter saído da banda no ano 2000, ele ainda costuma participar de turnês ao lado do grupo.

Na primeira parte da apresentação, a banda tocou na íntegra o álbum “Plays Metallica by Four Cellos”. As músicas, inclusive, foram executadas na sequência do CD.

Destaque para a fantástica “Harvester of sorrow”, faixa daquele que talvez seja o álbum mais menosprezado do Metallica, o genial “…And Justice For All” (1988). Porém, as canções que melhor se encaixam nos arranjos para os cellos são as mais lentas, como “The unforgiven”.

A discografia do Apocalyptica ainda conta com sete álbuns: “Inquisition Symphony” (1998), “Cult” (2000), “Reflections” (2003), “Apocalyptica” (2005), “Worlds Collide” (2007), “7th Symphony” (2010) e “Shadowmaker” (2015).

Após “Welcome home sanitarium”, o grupo se retirou e fez um intervalo de aproximadamente dez minutos. De volta ao palco, já acompanhados pelo baterista/percussionista Mikko Sirén, a banda iniciou o bloco final com “Fade to black” e “From whon the bell tolls”. Nessa parte do setlist, o grupo também apresentou só músicas do Metallica, entre elas, “Battery” e “Seek and destroy”.

Nos shows, durante a execução das canções, o protagonismo fica por conta de Eicca Toppinen e Perttu Kivilaakso. Afinal, além de tocarem as melodias vocais, os dois também são os responsáveis pela maioria dos solos originalmente feitos pelas guitarras.

Uma das coisas que mais chamou a atenção foi a sinergia entre o Apocalyptica e o seu público. A participação dos fãs durante toda a apresentação foi tão intensa que mereceu inúmeros elogios de Eicca Toppinen durante todo o show.

“Nothing else matters”, cantada por toda a Ópera em um momento belíssimo, seguida pela apoteótica “One”, encerraram a apresentação. Ao final, o grupo parecia não acreditar na recepção extremamente calorosa que receberam. Talvez ainda comovido com o carinho dos curitibanos, antes de sair do palco, Toppinen afirmou que a banda voltará em breve a Curitiba.

Assista aos vídeos das músicas de “Enter sandman”, “The unforgiven” e “Harvester of sorrow”, gravados ao vivo na apresentação.

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