Hillbilly Rawhide encerra o Psycho Carnival comemorando 15 anos de estrada

O grupo curitibano Hillbilly Rawhide terá a honra de encerrar a 19ª edição do Psycho Carnival. O show acontece no dia 12, no Jokers. A princípio, a banda tocaria no dia 9, mas após o cancelamento dos shows do Frantic Flintstones e do Batmobile, a banda foi escalada para fazer o último show do evento.

Nada mais justo, pois Mutant Cox (voz, guitarra e violão), Mark Cleverson (violino e voz), Osmar Cavera (baixo acústico), Juliano Cocktail (bateria e cajón) e Eduardo Ribeiro (banjo, violão, backing vocal, acordeon, mandolin e jaw harp) estão completando 15 anos de estrada. “Claro que, para nós, é um peso enorme ter que substituir ninguém menos do que o Batmobile ou o último show do Frantic Flintstones! Mas, por outro lado, é uma oportunidade ótima para fazer o nosso show comemorando exatos 15 anos do primeiro concerto que fizemos com a banda ‘maior’, fora os que fizemos como trio bem no início”, diz Mutant Cox.

A apresentação também será uma das primeiras com a nova formação da banda, reformulada após a saída do tecladista Joe Ferriday e a entrada de Eduardo Ribeiro. De início, Eduardo era um dos convidados que participam da gravação do novo álbum do Hillbilly, “My Name is Rattlesnake”, que está quase finalizado.

No decorrer das gravações, percebendo o entrosamento, o grupo resolveu efetivar o músico como um dos integrantes da banda. “Gravamos várias músicas com ele e, então, decidimos convidá-lo para fazer parte do bando, oficialmente! Acredito que essa é a melhor formação que já tivemos no Hillbilly Rawhide! Estamos com uma renovação enorme no som, mas ao mesmo tempo voltando às nossas origens. Com o tempo, acho que só vamos melhorar! Estamos muito ansiosos para o nosso show nesse Psycho Carnival!”, diz.

“My Name is Rattlesnake” é o sétimo trabalho da carreira do grupo e está sendo gravado e produzido no Studio Audio Stamp, do músico e produtor Virgílio Milleo. “Gostamos muito de gravar com ele, pois ali estamos em casa. Temos a liberdade de chegar onde queremos com o som, mas sempre com uma qualidade excelente. Esse disco veio em um momento perfeito, pois trocamos de formação e o som deu uma certa mudada, mas para melhor! Estamos voltando às nossas raízes, mais Country, puxado mais para o Bluegrass, claro, por termos o banjo de volta a banda. Mas ele está bastante Rock também, às vezes mais pesado, como na faixa-título que fizemos em homenagem ao Lemmy logo quando ele faleceu”, conta.

Mesmo com todas essas influências, o novo álbum não deixa de lado a veia Country do Hillbilly. “Temos algumas faixas  bem Country de raiz, como “All I want is you”, que remete muito ao Country dos anos 1940/50, principalmente. Essa, inclusive, tem a participação do Tony Taboada, um pianista amigo nosso lá do Texas. O Cezar Benzoni, nosso parceiro de São Paulo que já tocou e gravou muito com a gente, também participa na steel guitar e no mandolin. Também temos o brother Augusto Freitas na gaita. Na música “Vivendo por Dois”, quem participa é outro irmão nosso, o Ivan Rodrigues, em um homenagem perfeita ao Ivo Rodrigues. Está emocionante! Não estou de brincadeira, esse disco está mesmo de chorar!, revela.

“Vivendo por Dois”, aliás, promete chamar muito a atenção por ser uma homenagem que o Hillbilly faz ao ex-vocalista do Blindagem. A música foi composta há mais ou menos 40 anos pelo cantor e por seu eterno parceiro, o guitarrista Paulinho Teixeira.

A ideia surgiu no show “O Velho Homem do Folk”, realizado no fim do ano passado justamente em homenagem ao maior ícone da música paranaense. Foi o filho de Ivo, o baterista Ivan Rodrigues, quem concedeu ao Hillbilly a honra de interpretar a canção. “Ele sugeriu que a gente escolhesse qualquer música desse novo disco que o pai tinha deixado e fizesse uma versão, aí fizemos e ainda chamamos o Ivan para gravar a bateria. Em minha opinião, o Ivo é um dos maiores, se não o maior, ‘Country and Rock’n’roll hero’ que já tivemos no Paraná!”, elogia.

Algumas músicas do álbum também foram compostas em parceria com outros artistas, entre eles o multi-instrumentista Klaus Koti, conhecido também como O Lendário Chucrobilly Man, e o vocalista Ademir Wisbeck, do Ovos Presley. “Eles são dois dos maiores gênios da música underground curitibana!”, elogia. “Estamos realmente muito orgulhosos desse novo disco! Ele é mesmo muito especial e bem variado. Tem todas as ‘facetas’ do Hillbilly Rawhide”, complementa.

Formada em 2003, a banda conta com seis álbuns em sua discografia: “Ramblin’, Primitive, Outlaws!” CD (2006), “F.N.M.” EP (2006), “Lost and Found” CD (2011), “Ao Vivo no Teatro Paiol” CD  (2012) , “Outlaw Sessions” CD (2012) e “Ten Years on the Road” CD (2013), além do DVD “Outlaw Music for Outlaw People” (2016).

A “veia paranaense”

Uma das mais fortes características do Hillbilly é a de abordar a cultura paranaense nas letras da banda. Entre as músicas do grupo que citam personagens ou locais relevantes estão “Honky tonk Lino’s”, feita em homenagem ao Lino’s Bar, e “Cavaleiros da morte”, que fala sobre o Cerco da Lapa.

Na visão de Mutant Cox, essa ‘veia paranaense’ faz parte do DNA da banda. “Está no sangue de cada um de nós, querendo ou não. O novo álbum não tem exatamente uma música que fale de algum local específico, mas sempre tem algo que faz parte. Um exemplo é ‘Asphalt fire & steel’, que é sobre um caminhoneiro que a princípio era daqui do Paraná. Outro é a homenagem ao grande Ivo Rodrigues, herói local como o Koti e o Ademir, que em minha opinião, também são nossos heróis. Então, está tudo ligado, estamos em casa!”, conta.

Aventuras no Velho Mundo

Além da agenda sempre lotada com apresentações em todo o país nos últimos anos, o Hillbilly também já teve a oportunidade de excursionar pela Europa. Os shows aconteceram em 2013, durante o lançamento o álbum “Ten Years on the Road” e as comemorações dos dez anos da banda. “Foram 22 shows em 24 dias, passando por cinco países: Holanda, Alemanha, França, Inglaterra e Áustria. Foi uma experiência incrível, pois além de estar no Velho Continente, tocamos em todo tipo de lugar, para todos os públicos. Desde pequenos cafés ou pubs até grandes festivais de Psychobilly, como o já tradicional Bedlam Breakout, na Inglaterra, ou o Psychout Circus, na Holanda”, conta.

Fora os shows maiores, o grupo também teve a oportunidade de percorrer o circuito underground desses países. “Chegamos a fazer um som acústico em um pequeno café muito antigo, na Holanda, apenas para ‘velhinhos’, digamos assim. Também tocamos em alguns squats punks na França e na Alemanha e no primeiro bar de Country da Europa, o Rattlesnake Saloon, em Munique, Alemanha. Fizemos até um acústico na cozinha da casa de uns amigos nos alpes da Áustria. Foi uma turnê mágica e inesquecível! Estamos muito ansiosos para voltar agora com o novo disco e a nova formação!”, relembra.

Experiência e envolvimento

Além do seu trabalho com o Hillbilly Rawhide, Mutant Cox também é um “operário” da música curitibana. Ele fez ou faz parte de inúmeros projetos musicais na capital paranaense, entre eles, o Sick Sick Sinners (baixo e vocal), o 99 Noizagain (guitarra e vocal) e trio Os Catalépticos (bateria e vocal).

Por causa de todo esse envolvimento com a cena, Cox tem a exata noção da importância do festival. “O Psycho Carnival, para nós, anda junto com a história do Hillbilly Rawhide!! Como eu participo um pouco na organização e toco em várias bandas todos os anos desde a primeira edição, o festival faz parte da minha história e da banda. Sempre tocamos todos os anos em algum evento do Psycho desde o início do Hillbilly. É sempre um prazer e uma diversão garantida!”, afirma.

Além de apresentar a sua musicalidade com as bandas das quais faz parte, Mutant Cox ressalta a concretização dos sonhos que o grupo que organiza o Psycho Carnival sempre teve. “Para o Psychobilly brasileiro, eu acho que o festival foi o maior marco na história! Aquele sonho que tínhamos quando ainda moleques, de ver as nossas bandas favoritas tocando por aqui, era algo quase impossível! E agora com o Carnival já conseguimos trazer quase todas as principais bandas da história do Psychobilly para tocar no Carnaval de Curitiba. Isso nunca aconteceria se não fosse o festival! Além, é claro, de agregar todo o público, bandas e amigos de longa data do Brasil e do mundo, todos os anos! É algo mágico, não tem preço!”, finaliza.

Valores e formas de compra dos ingressos

O Hillbilly Rawhide se apresenta no dia 12, na última noite do Psycho Carnival, ao lado das bandas The Mullet Monster Mafia (Piracicaba), Wild Rooster (Suécia), Tampa do Caixão (Joinville), Luisonz (Paraguai) e Voodoo Brothers (São Paulo). O Jokers fica na Rua São Francisco, 164, no Centro.

Os ingressos individuais e os pacotes são limitados e já estão à venda. Os valores são: Pacote 4 noites – R$ 260. Pacote 3 noites – R$ 230. Ingresso Individual 9/2 – R$ 40. Ingresso Individual 10/2 – R$ 75. Ingresso Individual 11/2 – R$ 95. Ingresso Individual 12/2 – R$ 75. Os valores dos ingressos são promocionais. É necessário levar 1kg de alimento não perecível na entrada de cada show.

Os bilhetes podem ser adquiridos no site Sympla. A compra também pode ser efetuada por meio de depósito bancário na conta: Banco do Brasil, em nome de Juliana Ribeiro, agência 0056-6, conta poupança 83970-1, operação 51, CPF 224.119.648 70.

O valor dos ingressos pode ser depositado em dinheiro, por meio de envelopes nos caixas eletrônicos, direto no caixa ou por meio de transferência entre contas do Banco do Brasil. A retirada desses ingressos será feita no Jokers Pub nos respectivos dias e horários do evento.

Após a compra é necessário enviar um e-mail para zombiesunion@gmail.com seguindo o formato: nome completo, data e hora do depósito, valor do depósito, nome completo dos acompanhantes, especificando o tipo e dia do ingresso e tipo de depósito. Também é obrigatório informar os dados do comprovante, que deverão ser: o número do envelope (depósito no caixa eletrônico), o número do documento (depósito direto no caixa), número da agência, conta de origem e nome completo do titular da conta (transferência entre contas).

Exemplo – Nome completo: Fulano de tal. Data e hora do depósito: 20/11/2017 às 10:20. Valor do depósito: R$ 300. Nome completo dos acompanhantes, especificando o tipo e dia do ingresso: Fulano, 1 pacote, 3 noites, R$ 270, número do envelope 000.000.000. Os e-mails de confirmação serão enviados em até sete dias após a confirmação do recebimento.