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Nibbs Carter, baixista da banda inglesa, fala sobre o novo álbum e a carreira de um dos maiores nomes da história do Heavy Metal

No mundo da música, de acordo com o perfil da carreira de um artista, é possível saber o que esperar quando ele lança um novo trabalho. Dentro do Heavy Metal, esse é o caso dos ingleses do Saxon. O grupo, que está completando 42 anos de estrada, não nega as suas raízes e continua como um dos principais nomes da NWOBHM, sigla para New Wave of British Heavy Metal.

O movimento, surgido no final dos anos 1970, revelou várias excelentes bandas que iam na contramão do Punk Rock, estilo que dominava o mundo naquele período. Entre elas, estavam o Saxon, o Iron Maiden e o Judas Priest.

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No início de 2018, mais precisamente no dia 2 de fevereiro, Biff Byford (vocal), Paul Quinn e Doug Scarratt (guitarras), Nibbs Carter (baixo) e Nigel Glockler (bateria) lançaram o 22º álbum de estúdio de sua carreira. “Thunderbolt” vem sendo muito bem-aceito pelos fãs, e alguns motivos ajudam a explicar essa receptividade. O principal é a nítida intenção de manter a linha musical do Saxon.

Recentemente, em uma entrevista para o programa The Breakfast Show, comandado pelo apresentador Tony Heare na web rádio Midlands Metalheads Radio, Byford disse que o Saxon “se perdeu” um pouco em alguns álbuns na década de 1980. O motivo teria sido a “heresia” de incluir elementos do Hard Rock no som do grupo.

Em “Thunderbolt”, a banda não correu esse risco. As músicas mostram o Saxon em seu estado puro, com muita criatividade. “Eu acho que, se você ama música, então algo sempre sairá de você, mas você tem que ter cuidado para não se repetir e ter sempre em mente a direção que você está traçando para a banda. Nós não queremos mudar, nós sempre quisemos ser o Saxon e soar como o Saxon”, afirma.

Além disso, na parte executiva, o grupo retomou a parceria com o produtor britânico Andy Sneap, que já trabalhou com eles no álbum “Sacrifice” (2013). Andy também já produziu trabalhos de grandes nomes do Heavy Metal com sons completamente distintos. Entre eles, estão os CDs “Grind Bastard” (1998), do Benediction, “Silicon Messiah” (2000), do cantor Blaze Bayley, “Caravan Beyond Redemption” (1999), do Cathedral e “Tempo of the Damned” (2004), do Exodus.

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Na visão do baixista Nibbs Carter, a decisão de contar com Andy desde o início da concepção de “Thunderbolt” fez toda a diferença. “A energia de todo o álbum é muito pesada e poderosa. Foi uma progressão lógica do ‘Battering Ram’ (CD anterior do grupo). Essa é a segunda vez que gravamos o álbum inteiro com Andy Sneap no estúdio dele, e isso teve uma grande influência no som em geral. Estamos muito satisfeitos com o álbum e acho que os fãs gostam tanto quanto é possível ver em todas as manifestações”, explica.

No CD, o Saxon prestou uma homenagem ao Motörhead com a música “They Played Rock’n’roll”. O título é uma referência a célebre frase com que o baixista e vocalista Lemmy Kilmister, falecido em 2016, começava todos os shows da banda: “Good evening! We are Motörhead and we play Rock’n’roll!”, dizia.

As duas bandas são contemporâneas e dividiram os palcos inúmeras vezes ao redor do mundo. “Nós fomos grandes amigos do Lemmy e de todos os caras do Motörhead ao longo dos anos e fizemos turnês com eles muitas vezes. A nossa intenção era deixar um tributo duradouro a ele e ao Motörhead. O Lemmy foi um ícone e não deve ser esquecido. São muitas histórias para conseguir falar agora… mas todas são verdadeiras (risos)”, diz Nibbs.

Outra música que chama a atenção no CD é “Nosferatu (The vampire’s waltz)”, que também ganhou um belo clipe com um clima misterioso que remete claramente aos filmes do gênero, como o clássico “Drácula” (1992), de Bram Stoker. “O Biff foi convidado a escrever uma música para um filme. Em muitos filmes do Drácula, ao longo dos anos, houve cenas em que as pessoas estavam dançando, geralmente em roupas vitorianas, dançando no salão de baile, e você não podia ver os vampiros no espelho. Essa foi a imagem que tivemos na nossa frente. Se você vai escrever uma canção sobre vampiros, então, é claro, tem que ser tenebroso e gótico. Os vampiros são bem assustadores, assim, a música tem que se encaixar, e isso funcionou bem para o álbum”, conta.

Uma das grandes características do Saxon é abordar temas históricos em suas letras. “Cruzader”, que aborda o tema dos cavaleiros templários, é um dos muitos exemplos disso. Niggel não se arrisca a afirmar quais são as inspirações de Biff, que escreve todas as letras, mas dá algumas dicas. “Eu sei que ele é influenciado por livros que ele lê, filmes e documentários. E logo ele tem um tema, que em seguida vai para o álbum”, conta.

Para divulgar o novo álbum, o Saxon se apresenta no dia 3 de maio no Tropical Butantã, em São Paulo. Infelizmente para os fãs brasileiros, desta vez, o show na capital paulista será o único no país. “Estamos em turnê com o Judas Priest e, por questão de logística, faremos apenas o show em São Paulo. Mas nós tentaremos voltar para tocar em mais cidades”, revela.

O grupo já veio ao Brasil em cinco oportunidades: 1997, 1998, 2002, 2011 (quando tocou em Curitiba) e 2013. “Não é apenas Curitiba que é ótima. O Brasil é um país maravilhoso e enorme, e se você vê algumas cidades em que nem tocou durante alguma passagem pelo Brasil, você só tem um gostinho disso. Os fãs brasileiros são loucos, leais e divertidos, além de gostarem muito de Rock e Heavy Metal – eu não tenho a menor dúvida disso”, finaliza Nibbs Carter.