Texto: Marcos Anubis
Fotos e revisão: Pri Oliveira
O show no festival Coolritiba teve clássicos, versões e a participação do rapper Black Alien
Falar da Nação Zumbi é abordar boa parte do que de melhor foi produzido na música brasileira nos últimos 24 anos. Desde o clássico “Da Lama ao Caos” (1994), disco de estreia do grupo, Jorge du Peixe (vocal), Lúcio Maia (guitarra), Dengue (baixo), Pupillo (bateria), Toca Ogan (percussão), Marcos Matias, Da Lua e Tom Rocha (alfaias) se mantêm como uma das forças da música brasileira.
Nesse sábado (5), na 2ª edição do festival Coolritiba, na Pedreira Paulo Leminski, o grupo esteve diante dos velhos fãs, mas também de muitos jovens que nunca tinham visto a banda ao vivo.
A Nação abriu o show com “Refazenda”, de Gilberto Gil, versão que foi gravada no mais recente álbum dos pernambucanos, “RadiolaNZ Vol.1” (2017). O CD apresenta a banda tocando covers de artistas completamente distintos, entre eles, “Ashes to ashes”, de David Bowie,“Tomorrow never knows”, dos Beatles,e “Sexual healing”, de Marvin Gaye.
O setlist ainda contou com vários clássicos da carreira do grupo, como “Por amor”, “Blunt of Judah” e “Hoje, amanhã e depois”. Curiosamente, talvez com a intenção de não se prender exageradamente ao passado, o Nação não tocou “Da lama ao caos”, um dos maiores sucessos do grupo.
Já na metade do show, o convidado especial da banda, o rapper Black Alien, juntou-se ao grupo para executar uma música dele, “Na segunda vinda”; e “Rios, pontes e overdrives”, da Nação. Na sequência, antes de “Banditismo por uma questão de classe”, Jorge du Peixe falou sobre a conturbada situação política do país, e Lúcio Maia puxou um coro de “Lula livre”.
Duas características são muito fortes na música da Nação: as marcações dos alfaias e os riffs e levadas da guitarra de Lúcio Maia, que é um dos guitarristas mais criativos do país. Juntas, elas dão um peso e uma originalidade impressionantes ao som do grupo.
“Quando a maré encher” encerrou o show. Mesmo precisando superar a perda do vocalista Chico Science, em 1997, que era o principal compositor da banda e, mais do que isso, uma espécie de mentor do movimento Manguebeat, a Nação não entregou os pontos. O grupo se reconstruiu, seguiu lançando bons discos e manteve a criatividade. Hoje, 24 anos após o seu álbum de estreia, é um privilégio ainda ter a Nação Zumbi se apresentando regularmente em um cenário musical completamente diferente daquela época.
Assista aos vídeos de “Banditismo por uma questão de classe” e “Blunt of Judah”, gravados ao vivo no show, e confira também o nosso álbum de fotos da apresentação.
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