Texto: Marcos Anubis
Fotos: Divulgação
Lançado no Brasil pela Editora Belas Letras, o livro retrata de maneira detalhada a trajetória da banda estadounidense
Sexo, drogas e Rock’n’roll sempre fizeram parte da vida da maioria dos grandes astros da música. Dentro desse contexto, poucas bandas acumularam tantos escândalos, orgias, brigas e excessos quanto o Mötley Crüe.
Assim, seria muito difícil que uma autobiografia que retratasse a história de Vince Neil (vocal), Mick Mars (guitarra), Nikki Sixx (baixo) e Tommy Lee (bateria) não chamasse atenção do público.
Escrito pelo jornalista Neil Strauss, em conjunto os quatro integrantes do grupo, “The Dirt – Confissões da Banda de Rock Mais Infame do Mundo” foi lançado originalmente no dia 22 de maio de 2001.
Agora, finalmente, a autobiografia chega ao Brasil por meio da iniciativa da Editora Belas Letras, com tradução de Paulo Alves.
A obra é uma relato sujo, explícito e sem meias palavras, alguns dos princípios básicos que compõem a personalidade de cada um dos integrantes do Mötley Crüe. Justamente por isso, o livro tem tudo para agradar aos fãs.
A trilogia do Rock
Formado em 1981 por Nikki Sixx e Tommy Lee na efervescente Los Angeles, até hoje, o Mötley Crüe já vendeu mais de 80 milhões de álbuns em todo o mundo.
Assumindo o protagonismo como um dos mais importantes grupos do Glam Rock, a banda lançou alguns dos grandes clássicos do estilo, entre eles, “Girls, girls, girls”, “Shout at the Devil”, “Too fast for love” e “Dr. Feelgood”.
Entretanto, nesses quase 40 anos de trajetória, a quantidade de escândalos e situações inusitadas vividas pela banda é quase tão grande quanto o impacto que ela continua causando no mundo do Rock.
Só que a história de um artista nem sempre é suficiente para render um bom livro. Para que seja interessante, uma biografia ou uma cinebiografia não pode ser “chapa branca”, ou seja, não pode esconder nenhum fato.
Esse é o grande mérito dos integrantes do Mötley Crüe e do jornalista Neil Strauss em “The Dirt – Confissões da Banda de Rock Mais Infame do Mundo”.
Strauss costuma fazer trabalhos para o jornal New York Times, para a revista Rolling Stone, e é o coautor do best-seller “The Long Hard Road Out of Hell with Marilyn Manson”.
Porém, a decisão de colocá-lo na linha de frente da autobiografia não deixa de ser surpreendente porque Neil também é conhecido por publicar livros que abordam temas pouco usuais.
Nessa lista, está o polêmico “O jogo – A Bíblia da Sedução”. Na obra, usando o pseudônimo “Style”, o jornalista relata “técnicas que fizeram com que ele se tornasse um objeto do desejo feminino”.
Nas 448 páginas de “The Dirt – Confissões da Banda de Rock Mais Infame do Mundo”, o grupo não quis criar uma aura de “músicos politicamente corretos” em nenhum momento.
O que se vê, por meio do texto construído de Strauss (que organizou as histórias relatadas pela banda), é a luxúria etílica e junkie que o quarteto californiano sempre ostentou sem nenhuma vergonha ou culpa.
A obra também reúne mais de 100 fotos que ajudam a ilustrar e aumentar o impacto que as histórias causam no leitor.
Obviamente, o enredo do livro e construído por meio das histórias que os integrantes do Mötley Crüe relataram ao jornalista e não existiu nenhum tipo de filtro para barrar os temas mais delicados. “A música já é censurada demais: nos discos, não se pode dizer ‘cagar’, ‘mijar’, ‘foder’ ou ‘caralho de merda’ se você quiser que eles toquem no rádio ou sejam vendidos no Walmart. Não é permitido. E se você quiser seu clipe na TV, não pode usar certas roupas e nem ter imagens de armas de fogo ou sacos de corpos. Será que a música é tão perigosa assim? Mais perigosa do que as mortes, assassinatos, suicídios e estupros que vejo na TV e no cinema o tempo todo? No entanto, escreva uma ‘cantigazinha’ sobre esses mesmos assuntos e ninguém vai tocá-la no rádio. E você não pode ouvi-la a todo volume em casa, porque aí essa porra é alta demais para os seus vizinhos. A música é um negócio muito potente, mas eu não aceitaria menos do que isso. As pessoas são uma merda, a música, não”, diz Mick Mars.
Outros personagens também foram entrevistados, entre eles, o vocalista John Corabi, que fez parte da banda entre 1992 e 1996. O ex-gerente do Mötley Crüe, Doc McGhee, e o produtor Tom Zutaut, que fechou o primeiro contrato do grupo com a gravadora Elektra, em agosto de 1982, também jogam lenha na fogueira.
Além dos momentos históricos, Strauss também abordou alguns fatos tristes na vida da banda. O principal é a morte da filha de Vince Neil, Skylar, que é retratada com grande destaque.
Skylar faleceu em 1995, aos cinco anos, após uma batalha contra o câncer. A tragédia fez com que Neil mergulhasse ainda mais profundamente no álcool e nas drogas.
“The Dirt – Confissões da Banda de Rock Mais Infame do Mundo” serviu como base para o filme “The Dirt”, dirigido pelo diretor Jeff Tremaine, que se tornou um dos grandes sucessos da plataforma Netflix, em março de 2019.
O filme chamou tanto atenção que, em novembro, o Mötley Crüe anunciou que resolveu voltar aos palcos após quatro anos de inatividade.
Ou seja, para os fãs que sempre tiveram vontade de conhecer mais de perto as loucuras protagonizadas por Vince Neil, Mick Mars , Nikki Sixx e Tommy Lee, a autobiografia do Mötley Crüe é um prato cheio.
“The Dirt – Confissões da Banda de Rock Mais Infame do Mundo” pode ser adquirido no site da Editora Belas Letras.
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