A cantora veio acompanhada por uma banda repleta de músicos que ajudaram a construir a história na MPB
Marisa Monte é uma das mais belas vozes da MPB e possui uma trajetória que já inclui 11 álbuns de estúdio e inúmeros sucessos. Afinal, desde que foi descoberta pelo jornalista Nelson Motta, em 1987, ela construiu uma sólida e bem-sucedida carreira.
Junte a isso uma banda talentosíssima formada por Dadi (baixo, teclado e guitarra), Davi Moraes (guitarras), Pupillo (bateria), Pretinho da Serrinha (percussão, cavaquinho e voz), Chico Brown (teclado, guitarra, baixo e voz), Antonio Neves (trombone, adaptações e arranjos de metais), Eduardo Santanna (trompete e flugelhorn) e Lessa (flauta e sax) e você terá um espetáculo inesquecível.
Foi exatamente isso que o público que lotou o Teatro Positivo, em Curitiba, pôde presenciar nessa sexta-feira (9). A apresentação teve a produção local da MCA Concerts.
Talento e carisma
Quando as cortinas do palco se abriram, Marisa abriu o show com duas músicas do mais recente álbum lançado por ela, “Portas” (2021): a faixa-tílulo e “Quanto tempo”.
“Portas” é o primeiro trabalho de estúdio da cantora desde “O Que Você Quer Saber de Verdade” (2011) e, felizmente, mostra que Marisa segue inspirada e inspirando os músicos que caminham ao lado dela.
Usando um vestido que cintilava sob as luzes, Marisa esbanjou simpatia e carisma durante toda a noite.
No show, Marisa apresentou um setlist que incluiu canções que marcaram a carreira dela nas últimas três décadas. Entre elas, estavam “Maria de verdade” , “Infinito particular”, “Vento sardo”, e “Eu sei (na mira)”.
No final de “Ainda bem”, vendo que todo o público no teatro se levantou para aplaudir, Marisa foi às lágrimas no palco e brincou com a situação dizendo que “é difícil cantar chorando”.
Um dos atrativos do show foi a configuração do palco, que foi montado para parecer uma espécie de “caixa” que envolvia os músicos e na qual eram projetadas imagens e fundos temáticos.
Time de estrelas
Na turnê “Portas”, Marisa conta com uma banda que, certamente, está entre as mais talentosas da história da MPB.
O baixista Dadi Carvalho, por exemplo, tem uma trajetória que se confunde com a própria história da música brasileira.
Afinal, ele fez parte dos Novos Baianos, de A Cor do Som e do Barão Vermelho, além de gravar alguns dos álbuns mais importantes de Rita Lee, Jorge Ben Jor e Moraes Moreira. Dadi também é o “muso inspirador” de Caetano Veloso na música “O leãozinho”.
Já o baterista e percussionista Pupillo fez parte da Nação Zumbi até 2018 e ajudou a construir boa parte da revolução da Manguebeat, o último movimento que realmente mudou a cara da música brasileira.
O “caçula” da turma é o multi-instrumentista Chico Brown, uma grata surpresa na banda de Marisa porque é um daqueles talentos que simplesmente nascem com o dom da música e merecia esse reconhecimento.
Chico é filho de Carlinhos Brown e neto de Chico Buarque, ou seja, a arte corre nas veias do jovem baiano desde a infância.
Em 2019, quando ainda não fazia parte da banda de Marisa, Chico Brown fez um show com repertório autoral no Teatro da Reitoria, como parte da programação da Oficina de Música de Curitiba daquele ano. Veja neste link um vídeo daquela apresentação.
E os anjos, de onde vêm?
A letra de “Magamalabares”, que encerrou a primeira parte do show, faz um questionamento que não tem resposta. Afinal, não se sabe de onde as míticas criaturas angelicais vêm ou se elas realmente existem.
Porém, para os que acreditam, a voz de Marisa certamente representa um pouco das supostas características dessa raça superior na Terra.
Aos 55 anos de idade, ela continua ostentando uma voz perfeitamente entonada que, aliada a uma intepretação impecável, faz com que Marisa siga na linha de frente da MPB.
Essa aura pôde ser sentida nas quatro músicas que fecharam a primeira parte do show. Primeiro, veio a linda “O canto das sereias” e os sucessos “Na estrada” e “Não vá embora”.
Depois, toda a banda se posicionou mais à frente no palco para tocar “Magamalabares”. A música, que foi um dos momentos mais emocionantes do show, tem uma estrutura construída como se fosse uma espécie de oração e foi cantada por todo o público no teatro.
No final da canção, toda a banda se abraçou para reverenciar e agradecer o público e deixou rapidamente o palco.
Na volta, Marisa cantou “Pra melhorar” e a animada “Já sei namorar”, dos Tribalistas. Então, os músicos se retiraram e o palco foi deixado às escuras.
Esse ato final do show certamente ficará por muito tempo na memória dos fãs que estiveram no Teatro Positivo.
Sozinha no palco, somente com uma luz posicionada em cima de si, Marisa cantou a cappella a belíssima “Bem que se quis”.
Só que, depois da primeira parte da música, ela se retirou e deixou que o público cantasse toda a canção, com as imagens da plateia sendo projetadas em todo o palco.
Depois do show do público, as cortinas foram fechadas e as luzes do teatro foram acesas, encerrando uma noite que foi realmente especial.
Marisa entregou uma apresentação que foi muito além do simples entretenimento. Visivelmente emocionada com o carinho dos fãs curitibanos, a cantora se entregou de corpo e alma à sua arte e encantou o público, que vivenciou uma espécie de libertação das amarguras vivenciadas durante o período mais pesado da pandemia.
Devido à grande procura por ingressos, Marisa ainda faz mais um show neste sábado (10) no próprio Teatro Positivo. Os bilhetes ainda podem ser adquiridos na plataforma Disk Ingressos com valores a partir de R$ 190,00 + taxa administrativa.
Confira os vídeos das músicas “Magamalabares” e “Bem que se quis”, gravadas ao vivo no show da Marisa Monte no Teatro Positivo, e veja o nosso álbum de fotos.
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