Whitesnake trouxe as raízes do Hard Rock para o solo curitibano

Curitiba recebeu, na noite da última terça-feira (15), duas das maiores bandas da história do hard rock. Whitesnake e Aerosmith deram uma aula de carisma, profissionalismo e domínio de palco.

O primeiro a subir no palco foi o Whitesnake. Comandados pela lenda David Coverdale, que vestia uma camisa branca com um desenho da bandeira do Brasil, o grupo mandou, logo de cara, quatro de seus maiores clássicos: “Give Me All Your Love”, “Ready N’ Willing”, “Love Ain’t No Stranger” e “Is This Love” .

Para recuperar o fôlego dos fãs, o quinteto tocou algumas composições mais recentes, como “Love Will Set You Free”, do álbum, “Forevermore”, lançado em 2011. Logicamente, uma banda com quase quatro décadas de estrada pode escolher o seu setlist com muita tranquilidade.

Ao vivo, é impressionante perceber como músicas compostas há mais de 20 anos continuam soando pesadas e atuais. “Love Ain’t No Stranger”, por exemplo, foi tema de uma propaganda do cigarro Hollywood, nos anos 1980. Por conta disso, a canção ficou muito conhecida do grande público brasileiro. Ainda falando de sucessos, o Whitesnake ostenta algumas das mais bem construídas baladas da história do hard rock. “Is This Love” e “Here I Go Again”, também executada no show,  fazem parte dessa lista e, ao vivo, ganham ainda mais força devido a participação do público.

A apresentação, como é de praxe, teve solos de guitarra, onde Doug Aldrich e e Reb Beach puderam mostrar toda a sua técnica, e de bateria, com Tommy Aldridge tocando até com as mãos, sem as baquetas. Encerrando a apresentação, o grupo presenteou os fãs com dois clássicos do Deep Purple, “Burn” e “Stormbringer”.

Ninho de “cobras”

Uma grande banda de rock and roll é, normalmente, construída sobre três pilares: guitarra, bateria e voz. Se você tiver talento nesses quesitos, a possibilidade de sucesso será grande. No Whitesnake, Coverdale sempre soube recrutar grandes instrumentistas. Basta dizer que o “indomável” Steve Vai desfilou o seu virtuosismo ao lado de David.

Atualmente, essa tradição continua. O guitarrista Doug Aldrich já tocou com ninguém menos do que Ronnie James Dio. O baterista Tommy Aldridge fez parte de grupos importantes com o Thin Lizzy e participou de grandes álbuns da carreira de Ozzy Osbourne, entre eles “Diary of a Madman” (1981), “Speak of the Devil” (1982) e “Bark At The Moon” (1983).

E o que dizer de David Coverdale? A presença de palco do vocalista continua espetacular. Sua voz, se já não alcança os agudos de antigamente, dá conta tranquilamente das canções do quinteto. Seu carisma, sua forma de jogar o pedestal do microfone para o ar e sua interação com o público, continuam iguais a um momento que, certamente, é lembrado por ele até hoje.

Em 1985, no primeiro Rock In Rio, um golpe do destino apresentou o Whitesnake ao Brasil. Em dezembro de 1984, um mês antes do festival, o baterista do Def Leppard, Rick Allen, perdeu seu braço esquerdo em um acidente de carro. Com a fatalidade, a banda cancelou a sua apresentação no RIR.

Coube ao Whitesnake substituir o quinteto inglês. Ali, diante de 200.000 pessoas, Coverdale e seus asseclas, entre eles o falecido baterista Cozy Powell e o fantástico guitarrista John Sykes, tiveram um dos maiores momentos de sua carreira.

Após a apresentação desta terça no BioParque, o Whitesnake terá mais um boa lembrança do Brasil. Uma frase de Coverdale, durante o show, resume bem essa relação carinhosa entre a banda e os fãs brasileiros: “obrigado por sua hospitalidade”. Nós é que agradecemos. Voltem sempre.

Confira três músicas do show do Whitesnake: “Love Ain’t No Stranger” , “Is This Love” e “Ready N’ Willing”.

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