Retratar uma época onde a união das bandas curitibanas resultou em uma cena local forte e produtiva. Patricia Filus, estudante do último semestre do curso de Publicidade e Propaganda na UFPR, resolveu resgatar um cenário que era bem diferente do que vivemos hoje. O documentário “Curitiba Underground”, produzido por ela, conta a história da cena musical curitibana nos anos 1990. Na época, Curitiba chegou a ser chamada pela revista Showbizz de “Seattle brasileira”, devido a grande quantidade de grupos grunge existentes na capital paranaense.
O filme fala de boa parte dos personagens que participaram, de alguma forma, de um dos festivais mais emblemáticos da história do rock curitibano, o Leite Quente, que foi realizado no Centro Politécnico em 1995. A ideia surgiu do pai da filha de Patricia, o ex-guitarrista do Tods, Rodrigo Elias. “Ele participou dessa edição do festival e, como eu queria abordar algum tema específico da música curitibana do final dos anos 80/90, achei que ia dar uma delineada legal, para não ficar muito amplo”, explica Patricia.
Por meio de depoimentos de figuras importantes da cena musical paranaense, entre eles Vlad Urban (Sick Sick Sinners, Os Catalépticos), Caio Marques (Bad Folks), Fábio Elias (Relespública) e o dono do bar 92 Graus, JR, o filme procura abordar temas como a união que esses grupos tinham, na época, o que fez com que toda a música curitibana crescesse nacionalmente. Leia neste link a matéria que conta toda a história do bar 92 Graus, o templo da música autoral curitibana.
A comparação com o momento atual da arte em Curitiba é preocupante, e inevitável. “Eu tive que tomar cuidado, ao menos tentei, para não deixar muito pessimista e nem saudosista, com relação à cena hoje”, revela. Um dos depoimentos de Fábio Elias no filme também aborda essa realidade. “Se o público prefere pagar R$ 200, R$ 500 para ver um artista que vem uma vez a cada 50 anos pra cá, tudo bem. Mas não deixe de pagar os R$ 10, R$ 20 para ver uma banda daqui”, diz.
O resultado final do documentário “Curitiba Underground” vai além do resgate histórico. Conhecer o momento em que a música curitibana esteve mais em evidência no país pode “inspirar” as novas gerações a buscarem algo ainda mais forte. “Foi uma época legal, mas acho que o mais importante é ver o que foi ‘herdado’ dessa época. Mesmo os que não tocam mais ainda produzem, ajudam, ou servem de exemplo para a garotada que está começando”, finaliza Patricia.
Confira o documentário “Curitiba Underground” .
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