DSC03655 (Small)

Rafael e o álbum “Noble Savage” (Foto – Adriane Bardal)

 

Cwb Live inicia hoje a coluna Álbuns Clássicos. A ideia do quadro é trazer sempre um colecionador de vinis analisando um disco de sua preferência. O primeiro convidado é o engenheiro Rafael Bardal (33). O álbum escolhido por ele foi “Noble Savage” da banda americana Virgin Steele. O fã tem mais de 100 itens do grupo em sua coleção particular, entre CDs, LPs, fitas cassete e DVDs, oficiais e bootlegs.

Segundo Rafael, conseguir material da banda, no Brasil, é uma tarefa quase impossível. A solução é apelar para sites americanos e europeus. “Ele foi um dos itens mais difíceis de conseguir, pois era novo e lacrado. Comprei em um leilão do Ebay, bem disputado. Todos os meus LP´s foram adquiridos assim, em leilões de sites gringos”, explica.

Formado em 1981 nos Estados Unidos pelo guitarrista Jack Starr e pelo vocalista David DeFeis, o grupo une peso, melodia e grandiosidade em suas músicas. O disco, lançado em 1986, é o terceiro trabalho de estúdio do Virgin Steele. Pouco antes do início da gravação, o guitarrista Jack Starr resolveu deixar o grupo. Com a baixa repentina, o mentor intelectual da banda, David Defeis, recrutou Edward Pursino para o cargo. O vocalista também produziu e cuidou dos teclados e da orquestração do álbum. A formação era completada por Joe O’Reilly no baixo e pelo baterista Joey Ayvazian. A arte e as fotos foram de Hugh Syme e Dimo Safari.

Segundo Rafael, o disco foi um marco na carreira do grupo, pois formatou o que seria o som da banda. “Para muitos, esse é considerado o primeiro algum do grupo. Foi nele que o Virgin Steele definiu o seu estilo, músicas épicas, com bastante teclado e orquestrações”, analisa. O fã destaca três músicas do álbum que acabaram se tornando clássicos. “As canções ‘We Rule the Night’‘Thy Kingdom Come’ ‘Noble Savage’ são composições épicas, mas ainda com um pé no hard rock”, diz.

Essa aura grandiosa que marca a obra do Virgin Steele se deve, principalmente, ao vocalista David DeFeis. Fortemente influenciado pelo Queen de Freddie Mercury, o cantor tem um estilo técnico e uma interpretação emotiva em suas canções. Elas são minuciosamente construídas com camadas sobrepostas de teclados fazendo um pano de fundo para a voz lírica e poderosa do vocalista.

Algumas curiosidades marcam o lançamento de “Noble Savage”. Uma delas é sobre a capa do álbum. “Ela mostra um homem musculoso, no alto de uma montanha, segurando uma espada e com o outro braço erguido. Na verdade, a foto é de um atleta de tanga! Ela já apareceu em várias listas das piores capas de heavy metal de todos os tempos”, conta Rafael.

 

Virgin Steele Dave DeFeis

Rafael e o vocalista do Virgin Steele, Dave DeFeis (Foto – Arquivo pessoal Rafael Bardal)

 

O encontro com o ídolo

 

Em junho de 2011 o Virgin Steele fez uma pequena turnê no Brasil, com shows em São Paulo e Curitiba. Mais uma data estava marcada, no Rio de Janeiro, mas acabou sendo cancelada. Rafael e sua esposa foram até o hotel onde a banda ficou hospedada na capital paranaense. Como o grupo estava demorando chegar, o casal tomou uma decisão radical. “Resolvemos nos hospedar e conhecemos o David DeFeis e os outros integrantes no saguão do hotel. Esse momento foi emocionante, pois não esperava tamanha receptividade e simpatia de todos eles”, relembra emocionado.

Os dois foram presenteados com palhetas, uma baqueta e autógrafos de toda a banda.  No dia do show, Rafael e Adriane tomaram café da manhã no hotel com a tecladista, Linn Del Mato. À noite, na apresentação, o casal realizou o sonho de ver a banda ao vivo. “O baixista Josh Block substituiu muito bem o Pursino. A tecladista convidada executou com maestria os solos e orquestrações de DeFeis. O baterista mostrou que é peça chave no som da banda. O vocalista David Defeis, apesar de ser baixinho, se transforma em um gigante no palco”, analisa.

Na manhã seguinte ao show, Rafael e Adriane estavam tomando café da manhã no hotel quando foram abordados pelo vocalista. “O David DeFeis pediu para sentar conosco enquanto terminava uma xícara de chá. Pudemos conversar por uma meia hora antes de a banda pegar a estrada, novamente”, finaliza Rafael.

Confira três vídeos do show do Virgin Steele em Curitiba, em 2011, “Veni, Vidi, Vici”, “The Orpheus Taboo” e “Kingdom Of Fearless (The Destroy of Troy)”.