O público que praticamente lotou o espaço disponível na Live Curitiba, nesse sábado (23), já saiu de casa preparado para mergulhar em um universo macabro. Todos sabiam o que esperar do show do cantor norte-americano Alice Cooper na capital paranaense. Afinal, o Shock Rock apresentado durante toda a sua carreira é muito mais do que simplesmente música.

Certamente, ninguém saiu decepcionado. Cooper levou os fãs ao delírio mesclando seus grandes clássicos com encenações teatrais que são uma extensão de suas músicas.

Rock Horror Show

Alice abriu o show com “Brutal planet”, seguida por “Mr. Nice guy”, um de seus maiores clássicos. O setlist da apresentação incluiu músicas de vários momentos da carreira de Cooper, entre elas, “Pain”, “Woman of mass distraction” e “I love the dead”. A pesadíssima “Paranoiac Personality” foi a única faixa de seu novo álbum, “Paranormal” (2017), a ser executada.

O CD é o seu 38º trabalho (entre álbuns de estúdio, ao vivo e coletâneas). “Paranormal” teve algumas participações especiais, entre elas, a do baterista do U2, Larry Mullen Jr.;  do guitarrista e vocalista do ZZ Top, Billy Gibbons; e do baixista do Deep Purple, Roger Glover.

Na turnê “Spend the Night with Alice Cooper”, Alice é acompanhado por Tommy Henriksen, Ryan Roxie e Nita Strauss (guitarras), Chuck Garric (baixo) e Glen Sobel (bateria). Nita roubou a cena com solos muito bem executados e uma presença de palco impressionante. A guitarrista já fez parte da banda de Hard Rock norte-americana Femme Fatale e do The Iron Maidens, grupo tributo ao Iron Maiden formado só por mulheres.

Nas primeiras canções do show, Alice ia até uma caixa colocada do lado esquerdo do palco e recebia roupas para se trocar. Desde o começo, o público percebeu que, além da música, sempre haveria algo acontecendo no palco. Para isso, uma enfermeira macabra, um personagem vestido com uma máscara de gás e outro trajado como um “esqueleto” ajudavam na composição das encenações.

O público também foi um show à parte, pois participou cantando praticamente todas as canções, especialmente “Poison” e “Only women bleed”. Uma particularidade chamou a atenção dos fãs: com 50 anos de carreira, a voz de Alice não mudou praticamente nada ao vivo. Todas canções do show foram cantadas com tons de voz fiéis aos originais, fato raríssimo no mundo do Rock atualmente.

Outra questão que não passou despercebida foi a relação de Cooper com os seus fãs. Prestes a completar 70 anos de idade, Alice é um artista que sempre se mostrou honesto em sua obra musical. O respeito que ele recebe vem, justamente, dessa simplicidade.

O momento mais marcante do show aconteceu em “Feed my Frankenstein”. Durante a música, uma encenação mostrou Alice sendo eletrocutado e, em seguida, um gigantesco Frankenstein entrou no palco para cantar a música, levando o público a loucura.

“School’s out”, com Alice vestindo uma camisa do Brasil e cantando um pedaço de “Another brick in the wall” do Pink Floyd, encerrou a apresentação. Durante a madrugada deste domingo (24), o cantor postou algumas fotos em seus perfis nas redes sociais. Uma delas trazia a inscrição “Obrigado, Curitiba. Melhor público no ano. Vocês sabem todas as letras (das músicas)”!

Na verdade, esse agradecimento deve partir do público, pois atravessar meio século fazendo música e, sobretudo, manter-se relevante, não é nada fácil.

Confira os vídeos de “Feed my Frankenstein” e “School’s out”, gravados ao vivo no show. Veja, também, o nosso álbum de fotos.

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