Quando surgiu com a banda Tokyo, em 1984, Supla talvez não imaginasse que sua carreira se estenderia às três décadas seguintes. Hoje, aos 50 anos, ele já fez quase tudo dentro do showbizz brasileiro: teve carreira solo, bandas no Brasil e nos Estados Unidos, participou de reality shows e, agora, também se aventura como escritor.

Nessa quinta-feira (11), o “Papito” se apresentou no Crossroads Bar, em Curitiba, e revisitou esses trinta anos de Rock ‘n’ Roll.

Supla abriu o show com “Diga o que você pensa”, faixa-título de seu novo CD que deve ser lançado ainda em 2016. Na sequência, “Charada brasileiro”, um de seus grandes sucessos. A plateia era formada tanto por fãs do Rock nacional dos anos 1980 quanto por jovens que conheceram Supla mais recentemente.

Ao lado do vocalista, estavam os músicos Bruno Luiz (guitarra), Edgar Avian (bateria), Henrique Baboom (baixo) e Camila Lordy (teclados). Destaque para a velocidade e o peso com que Edgar executava as viradas e a condução das músicas no chimbal.

O setlist teve canções de todas as fases da carreira do Papito. Do começo com o Tokyo, passando por sua carreira solo, pelo Psycho 69 e pelo Brothers of Brazil, banda montada ao lado do irmão, João Suplicy. Um dos momentos inusitados foi uma versão bem mais pesada para o clássico “Imagine”, de John Lennon.

As músicas do Tokyo, grupo que apresentou Supla ao Brasil, foram muito bem recebidas durante o show. Além dos dois grandes clássicos da banda, “Humanos” e “Garota de Berlim”, Supla também tocou “Metralhar e não morrer” e “Mão direita”, música que foi censurada na época de seu lançamento porque fazia menção à masturbação.

O grupo lançou apenas dois álbuns: “Humanos” (1985) e “O Outro Lado” (1987). Mesmo assim, foi uma banda que ajudou a mostrar para as rádios da época que o Rock nacional era viável.

Papito

O repertório da apresentação também teve “Trip scene” do Psycho 69 e “On my way” do Brothers of Brazil, faixa-título do álbum que  a banda lançou em 2012. O Psycho 69 foi a banda de Supla quando ele morou nos Estados Unidos, entre 1994 e 1999. Foi nessa época que surgiu o apelido “Papito”.

A alcunha foi dada pelo porteiro do prédio onde o cantor morava, em Nova York. O motivo? Durante as madrugadas, Supla costumava levar algumas beldades para a sua residência, fato que intrigava o desconfiado porteiro.

Em 1996, o Psycho 69 abriu um show dos Ramones em São Paulo, na última turnê do lendário quarteto americano. A recepção do público brasileiro, entretanto, não foi das melhores. Em seu recém-lançado livro, “Crônicas e Fotos do Charada Brasileiro”, Supla comenta que até hoje não entende a razão pela qual o grupo foi vaiado de forma tão contundente nessa apresentação.

Em suas letras, Supla mistura bom humor, ironia e alfinetadas na sociedade. Já no quesito “postura de palco”, poucos artistas brasileiros são como ele. Cantando com a energia que sempre o caracterizou, Papito esbanjou simpatia durante todo o show.

A parte final da apresentação foi reservada a dois grandes clássicos do Rock nacional: “Humanos” e “Garota de Berlim”, do Tokyo. Depois, Supla e sua banda fizeram um medley com versões de três músicas inusitadas: “Ain’t Got No, I Got Life” de Nina Simone, “Surfin’ Bird” do The Trashmen e “Rock And Roll” do Led Zeppelin.

Após o show, Supla tirou muitas fotos ao lado dos fãs e também autografou seu livro. Veja três músicas da apresentação: “Garota de Berlim”, “Humanos” e “Metralhar e não morrer”.

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