Texto: Marcos Anubis
Fotos e revisão: Pri Oliveira
Um dos shows mais esperados da 18ª edição do Psycho Carnival é o do trio curitibano As Diabatz. Afinal, a banda não esteve presente no festival do ano passado e promete novidades para a apresentação do próximo dia 26, no Jokers.
O grupo, formado em 2006 por Carol Baby Rebbel (guitarra), Killer Klaw (baixo) e Clau Sweet Zombie (bateria), está mais do que acostumado a se apresentar em festivais ao redor do mundo.
O Psycho Carnival, porém, é o lugar onde elas mais sentem-se em casa. “Foi o primeiro grande festival de que nós participamos, além de ser em nossa cidade natal, onde conhecemos a maioria das pessoas. Nos sentimos em casa”, diz Clau.
Essa tranquilidade se justifica. Afinal, a primeira apresentação das Diabatz no festival aconteceu em 2008. “Com certeza é um festival que nos deu muita visibilidade e, principalmente, muito apoio. Pessoalmente, ele nos reúne com velhos amigos que moram longe. Também nos dá a oportunidade de ver bandas nacionais incríveis e as grandes lendas internacionais, além de nos render histórias que contaremos pelo resto de nossas vidas”, complementa Carol.
A expectativa para o show no Psycho Carnival deve ser recompensada, inclusive, com algumas novidades. “Existe uma grande possibilidade de tocarmos uma ou duas músicas inéditas”, revela Klaw.
Além disso, a banda está trabalhando em um novo CD, o primeiro após cinco anos. Até hoje, a discografia da banda conta com os álbuns “Witches Stomp” EP (2007), “Riding Through The Devil’s” CD (2009) e “Crazy Psychos, First Degree” EP (2012). “Ainda estamos trabalhando no novo álbum e logo teremos mais informações. Por enquanto, sigilo total!”, diz Carol.
Esta edição do festival terá 24 bandas, que se apresentarão durante quatro dias, no Jokers. As Diabatz já tiveram, inclusive, a oportunidade de tocar com algumas das atrações desta edição. “Tocamos com o Phantom Rockers em um lugar muito louco na Dinamarca, em 2009, na nossa primeira tour na Europa. Foi muito legal e eles são gente boa”, conta Klaw. “Acho que tocamos com eles muitas vezes, na verdade. No Psycho Carnival e também no Psychobilly Earthquake, em Bremen. É sempre engraçado encontrar os caras”, complementa Carol.
Cidadãs do mundo
Atualmente, As Diabatz têm “três nacionalidades”, por assim dizer. Isso porque Clau mora em Curitiba, Carol na Alemanha e Killer Klaw na Bélgica. A distância, entretanto, não impede o trio de manter a banda se apresentando dentro e fora do Brasil. “Acima de tudo, nós temos uma relação de amizade que não acaba só porque alguém mudou país. A nossa vontade de tocar vai além de qualquer fronteira. Somos uma família, e de família a gente não pode se livrar (risos). Brincadeiras à parte, nós damos um jeitinho. Estamos sempre tocando em algum canto do mundo, então, sempre nos vemos, tocamos e ensaiamos”, explica Clau.
Mesmo com a mudança de Klaw e Carol, a banda não cogitou o seu fim em nenhum momento. “Nós nunca conversamos sobre o futuro da banda quando eu resolvi me mudar para a Alemanha. Sempre foi bem entendido que não deixaríamos de tocar, isso estava fora de questão. Depois, com a Klaw se mudando para mais perto, também conseguimos nos encontrar mais vezes para tocar”, complementa Carol.
De uma coisa, entretanto, a banda sente falta. “Shows internacionais não ficaram menos frequentes. O que faz muita falta são as turnês e shows nacionais que sempre fazíamos, passando por vários estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas Gerais, Tocantins, Pará, etc.”, diz Carol.
Psycho Carnival: diversão garantida
As três integrantes das Diabatz mantêm bastante contato com as bandas e a cena psycho fora do Brasil. Essa proximidade faz com que o trio consiga ter uma boa ideia de como o Psycho Carnival e a cena psychobilly brasileira são vistos fora do Brasil. “Tem muita gente de fora que vem para o Psycho Carnival e sabe que vai se divertir e ver shows legais. Tem muita gente que também olha o lineup e não se anima, por não conhecer muitas bandas (digamos que conhecem só as duas headliners de cada noite). Isso é bem chato, na minha opinião. Afinal, é uma oportunidade única de conhecer bandas novas e descobrir o que está acontecendo no meio psychobilly no outro hemisfério, do outro lado do mundo”, diz Carol.
A fama do festival alcança também as bandas psycho. Muitos dos grandes nomes do gênero já tiveram a oportunidade de tocar em Curitiba, como o Mad Sin, The Ricochets, The Sharks e King Kurt. “Acho que a maioria das bandas adoraria tocar no festival, inclusive as menores que, infelizmente, ainda não conquistaram um público maior no Brasil”, complementa Carol.
Respeito e reconhecimento
As Diabatz despertam um respeito muito grande por parte da cena curitibana. Além disso, muitas bandas importantes de fora do país, entre elas o The Magnetix e o The Ricochets, também demonstram conhecer e admirar o trabalho do grupo. “Todas as bandas com as quais nós tivemos a oportunidade de tocar, no final, saem como grandes amigas. Tocar e dividir o palco com alguém é uma experiência bem massa”, afirma Clau.
Em 2015, por exemplo, o trio curitibano foi convidado a abrir alguns shows do Frantic Flintstones na Europa. O grupo inglês é um dos nomes mais importantes da história do Psychobilly. A turnê foi batizada de “Psycho Samba Tour” e foi composta por 20 shows que passaram por Alemanha, Bélgica, Inglaterra, Holanda, Espanha, Itália, República Tcheca, Dinamarca e Suíça. “Isso foi algo importante tanto para a divulgação quanto para o nosso amadurecimento. Ouvimos muitos elogios de pessoas que admiramos e cada um deles nos marcou muito. É sempre uma conquista quando os seus ídolos e influências musicais dizem que estão orgulhosos do seu trabalho”, conta Carol.
Outro momento importante na carreira internacional da banda aconteceu no ano passado, quando As Diabatz se apresentaram no Long Beach Psyclone Weekender. O evento é considerado um dos mais importantes da cena Psychobilly mundial. “Foi incrível! A produção, estrutura e organização do festival são impecáveis. Long Beach é um lugar muito foda! Passeamos com um bus tour pela cidade, tivemos festa na piscina, churrasco… Toda a galera e as bandas ficaram hospedadas no mesmo hotel, que inclusive é onde rolava o festival. Foi uma experiência única! Esperamos que ela se repita!”, diz Clau.
Além da organização, a banda também ressalta o respeito demonstrado pelo público. “Dormi durante a metade do festival por causa de um jet lag forte (risos), mas como a Clau disse, tudo isso no mesmo festival é simplesmente surreal. Também fiquei impressionada com a simplicidade das pessoas na cena da Califórnia. Eles vêm conversar, dão presentes, querem muitas fotos e são superqueridos! Só querem conhecer, bater papo com a gente, tomar cerveja e se divertir”, relembra Carol.
A “irmandade” Psycho Carnival
O Psycho Carnival reúne a cena psychobilly brasileira e também recebe pessoas de fora do país. Mas, além da parte musical, a irmandade que existe entre as pessoas da cena sempre é destacada como o principal fator que faz o festival ser forte. “Com certeza o que faz a força do festival é a irmandade entre as pessoas que curtem a cena e querem fazer o Psycho Carnival crescer. Isso é muito legal, porque todo mundo participa da organização, ajuda na divulgação, etc.”, afirma Klaw.
Outra constatação dos músicos e organizadores do festival é a quantidade de bandas novas que estão surgindo no continente. “O festival reúne o maior público psycho na América do Sul. Nos últimos anos, estão surgindo mais bandas e um maior número de pessoas têm vindo. Por exemplo, as bandas e fãs que vêm do Chile, Paraguai, Colômbia e, claro, de todos os cantos do mundo”, complementa Klaw.
As Diabatz se apresentam na terceira noite da 18ª edição do Psycho Carnival, que acontece no domingo (26), no Jokers. “Sabemos que muitas pessoas estão esperando pelo nosso show, muitos amigos que acompanham a banda desde o começo. Também estamos ansiosas e vamos fazer um show especial com muita energia. Esperamos ver todo mundo se divertindo e curtindo nosso som”, finaliza Klaw.
As entradas são limitadas e estão à venda no site Sympla. O Jokers Pub fica na Rua São Francisco, 164, no bairro São Francisco. Informações pelo fone (41) 3013-5164.
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