O Heavy Metal é um dos gêneros musicais mais importantes e populares do mundo (talvez, o maior deles).

Ao mesmo tempo, tanto entre as bandas quanto na visão do próprio público que acompanha de perto o estilo, nem sempre existe coragem ou mesmo vontade para fazer algo que fuja do lugar comum. Afinal, é mais fácil seguir as regras pré-estabelecidas e se adequar ao que o mercado determina.

Em Curitiba, a banda O Maldito está apostando em outro lado dessa moeda ao misturar o peso das guitarras com outra forma de arte que não costuma caminhar de maneira muito próxima ao Heavy Metal: a poesia. “Quando escrevemos as letras, essa pegada vem naturalmente. Acreditamos que fica mais agradável aos ouvidos, pois o nosso som, apesar de ser pesado, é mais cadenciado. Temos muitas referências de autores que são classificados como malditos, nas mais variadas formas de arte”, explica o baixista do grupo curitibano, Rubão Zampieri.

Nessa lista de autores que influenciam o trabalho da banda, estão Camus, Nietzsche e o curitibano Paulo Leminski.

A estreia

Neste sábado (22), na loja Let’s Rock (Praça Tiradentes, Galeria Pinheiro Lima, nº 106, lojas 03 e 04, no Centro), o grupo fará o lançamento do álbum de estreia, autointitulado. Na ocasião, o público poderá adquirir tanto o CD quanto o material de divulgação da banda.

Rubão Zampieri (baixo e vocal), Jefferson Moraes e Toni Antonio (guitarras e backing vocals) e Vilmar “Koreia” dos Santos (bateria e backing vocals) gravaram o álbum “O Maldito” no MGC Studio, em Curitiba, com produção de Marcelo Gelbke.

A capa foi criada por Cristiano Suarez, um dos melhores ilustradores do país. No encarte, formatado de maneira muito caprichada pelo designer Jean Michel (DSNS Art), estão todas as letras das faixas e as informações técnicas, o que é um deleite para quem gosta de ficar por dentro do processo de produção de um CD.

Das dez faixas que compõem o CD, o maior exemplo da abordagem lírica do grupo é a canção “Versos íntimos”, uma adaptação de um texto do poeta Augusto dos Anjos que foi musicado pela banda. “O ‘poeta da morte’ esteve presente na vida de todos nós na adolescência. Por isso, a vontade de fazer uma adaptação desse poema já era um desejo antigo. Sempre pensamos que ela combinaria com uma atmosfera ‘Black Sabbath’. Dessa forma, lapidamos muito o som e a letra para que a intenção pessimista carregada de misantropia (do poema) estivesse presente em cada verso”, explica.

A canção ganhou até um clipe, gravado no histórico Casarão Recriarte, na Praça Tiradentes, com direção de Estanis Neto. No vídeo, a grandiosidade e a decadência do edifício estão em contraponto, criando uma pano de fundo perfeito para a canção.

Depois do lançamento do álbum, o grupo terá a missão de divulgar o CD em todo o Brasil para tentar conquistar um espaço na cena brasileira e, consequentemente, buscar voos maiores fora de Curitiba. “Sabemos que as cenas de São Paulo e do Nordeste têm uma notória receptividade para o nosso tipo de proposta, porém, ainda estamos organizando a divulgação em Curitiba e pavimentando essa confiança de nossos conterrâneos. Consolidando esse lançamento, já estamos planejando apresentar o nosso som em todos os cantos do Brasil”, finaliza Rubão Zampieri.

Assista ao clipe de “Versos íntimos”, da banda curitibana O Maldito.

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