“Caçadores de Espécies e o Símbolo Secreto” estreia neste fim de semana na Cinemateca

O cinema paranaense sempre rendeu bons frutos para a arte brasileira. Neste fim de semana, Curitiba receberá a visita de extraterrestres e alguns representantes da raça humana serão “escolhidos” para desvendar uma trama que pode levar a extinção da humanidade. Não, não estamos sendo invadidos. No próximo sábado (25), a Cinemateca exibe a pré-estreia do longa-metragem de ficção cientifica “Caçadores de Espécies e o Símbolo Secreto”. O filme trata de temas obscuros como discos voadores, sociedades secretas, religião, símbolos místicos e conspirações.

“Caçadores de Espécies e o Símbolo Secreto” traz depoimentos de ufólogos, religiosos, autoridades civis e militares abordando a existência ou não de seres extraterrestres. Entre os entrevistados está o ufólogo suíço Erich Von Dänicken, autor de um dos maiores best-sellers do gênero, o livro “Chariots of the Gods?”, batizado de “Eram os Deuses Astronautas?” na versão brasileira.

A primeira “versão” do filme foi criada em 2008 pelo diretor Nyck Maftum e pelo produtor Guata Maftum. O vídeo experimental participou de alguns festivais, mas não chegou a ser exibido em salas de cinema. A ideia de começar um novo projeto, de forma profissional, e criar uma trilogia para o filme, surgiu em 2010 baseada na história apresentada pelo escritor e ufólogo curitibano Ruisdael Marques.

O processo de gravação

As gravações começaram no início de 2012. A criação do roteiro demorou um ano para ser finalizada e a produção do filme, dois. “Em Curitiba gravamos na Ordem Rosacruz, Rua XV de Novembro, praças, pontos turísticos, igrejas, túneis subterrâneos e no Cemitério Municipal de Curitiba”, conta Ruisdael.

As filmagens se estenderam a outros locais, fora de Curitiba, como a baía de Paranaguá, Serra do Mar e Morro do Anhangava. Também foram realizadas externas nos trens da empresa Serra Verde Express. “Gravamos, também, em nossos sets de filmagens onde recriamos a sala de um navio e o interior de uma nave alienígena. Temos também cenas em Machu Picchu (Peru), Egito e dos Moais, no Chile”, revela.

Eram os deuses astronautas?

Um dos grandes momentos de “Caçadores de Espécies e o Símbolo Secreto” é a participação do ufólogo suíço Erich Von Dänicken. “A participação do Däniken tem um peso muito grande, pois muitas de suas pesquisas influenciaram a ficção científica contemporânea. Um dos exemplos é o filme ‘Stargate’. A reação dele foi de expectativa, e para a equipe, foi uma grande oportunidade, pois todos são fãs de seu trabalho”, conta o diretor Nyck Maftum.

Em primeiro plano o Capitão Maftum, personagem central da trama (Foto – Divulgação)

A trama

O filme é uma história de ficção onde militares repetem um suposto experimento mal sucedido realizado em 1943 pela Marinha dos Estados Unidos, conhecido pelo codinome de “Projeto Filadélfia”. Nele, o navio USS Eldridge teria “sumido” do Estaleiro Naval da Filadélfia, no estado da Pensilvânia, e reaparecido em alto mar perto da base naval de Norfolk, no estado da Virgínia, há pouco mais de 346 km de distância.

No filme, o “experimento curitibano” acontece na baía de Paranaguá. O desenrolar do evento provoca um contato com seres extraterrestres. Um deles, chamado de “Alset”, representa o “povo das estrelas”, se comunica com um grupo de ufólogos que terão que preparar o mundo para um possível contato.

O protagonista da trama é o Capitão Maftum, que acaba tendo a “simples” missão de decifrar símbolos antigos espalhados pela cidade de Curitiba, que seriam a linguagem dos deuses. Nas suas mãos está uma possível intervenção extraterrestre e o consequente destino da humanidade.

O filme é repleto de simbolismos e personagens misteriosos, alguns retratados como deuses da mitologia egípcia. “Alguns ufólogos acreditam que os antigos deuses egípcios eram extraterrestres e, baseados nesta teoria, criamos alguns personagens de apoio e outros de grande repercussão”, explica o produtor Guata Maftum.

No filme, Alset é um extraterrestre enviado por Deus para intervir pela raça humana. “Seu verdadeiro nome é Toth, e por isso usa uma máscara de Íbis, além de ter o olho de Hórus em seu rosto e o símbolo de Rá, circumponto, na testa”, diz Guata.

O filme tem personagens inspirados na mitologia egípcia, como Hórus e Anubis (Foto – Divulgação)

Trilha sonora

A trilha sonora do filme, escolhida de acordo com o personagem, tem os artistas curitibanos Archityrants, Relespública e Plá, além da santista Confuzie. “Precisávamos de trilhas especiais para nossos personagens e fizemos um grande trabalho de pesquisa para chegar ao resultado final. Cada banda tem seu estilo próprio e as músicas escolhidas foram perfeitas para as cenas de ação e emoção”, explica o diretor de som do longa, Danilo Custódio.

O protagonista do filme, Capitão Maftum, e o extraterrestre Alset, receberam a trilha da banda Confuzie. Gabriel Allotte, o polêmico agente secreto da série, ganhou sua trilha especial através do Archityrants. “A música é uma identidade do personagem e tem uma pegada surreal, por isso decidimos utilizá-la em diversos momentos”, conta Danilo.

 A trilogia

Além da expectativa pela estreia do primeiro longa da série, a continuação também tem gerado interesse não só do público, mas também da comunidade ufológica mundial. “Recentemente registramos o segundo filme, ‘Caçadores de Espécies – Operação Prato’, que fará parte da trilogia e começará a ser gravado em 2015. Foi uma grande surpresa quando divulgamos”, diz Ruisdael.

A “Operação Prato” foi uma grande investigação ufológica que aconteceu na cidade de Colares, no Pará, no final dos anos 1970. O local foi alvo de acontecimentos, até hoje, obscuros. Luzes eram avistadas sobre a cidade e pessoas apareciam com queimaduras e ferimentos, tudo sem uma explicação lógica. Cerca de mil foram afetadas de alguma forma e quatro morreram. O fenômeno provocou uma investigação da Força Aérea Brasileira, comandada pelo Capitão Uyrangê Hollanda.

A sequência da trilogia deve abordar o caso, um dos mais famosos e intrigantes da história da ufologia. “Ufólogos de todo o Brasil manifestaram apoio a nossa ideia de levar um dos casos mais famosos do mundo para as telonas. O Capitão Maftum é um grande herói e, em breve, as pessoas vão saber os mistérios que rondam sua vida e porque ele está ligado à Operação Prato”, finaliza Ruisdael.

O filme será exibido neste sábado somente para convidados e imprensa. A Cinemateca dica na Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1174, no bairro São Francisco, em Curitiba.

Confira o trailer de “Caçadores de Espécies e o Símbolo Secreto”.