Texto: Marcos Anubis
Revisão: Pri Oliveira
Foto: Marcos Anubis
A banda sueca Candlemass se apresentou na última quinta-feira (21) no Clash Club, em São Paulo. O grupo, que é um dos alicerces do Doom Metal, não vinha ao Brasil desde 2006. Para os fãs, o show era cercado de expectativa em função da “estreia” em terras brasileiras do novo vocalista do grupo, Mats Levèn.
Os dois shows em solo tupiniquim – na quarta-feira (20) eles também se apresentaram no Rio de Janeiro – fazem parte da turnê que comemora os 30 anos do Candlemass. Com o Clash Club lotado, o quinteto subiu no palco ao som da “Marche funebre” e começou a apresentação com dois clássicos: “Mirror, mirror” e “Bewitched”.
“Prophet”, do álbum “Psalms for the dead” (2012), veio em seguida. “Nós somos os guardiões da chama púrpura. Por favor, mostre-nos o início de tudo. Os sonhos, o caminho dos mortos, a idade das estrelas. Dê a nós o nascimento e a morte da eternidade”, diz a letra. “Psalms for the dead” foi o último trabalho gravado pelo vocalista Robert Lowe e, de certa forma, a letra antecipava o renascimento da banda com a entrada de Mats.
A três músicas iniciais mal deram tempo para os fãs respirarem. Logo de cara, a ausência do baixista Leif Edling chamou a atenção. O músico tem uma doença chamada síndrome de fadiga crônica e se retirou temporariamente das turnês para se recuperar. Seu substituto foi o músico Lord K Philipson (The Project Hate). Na sequência, a banda tocou músicas de todas as fases de sua carreira, entre elas “Under the oak” e “A sorcerer’s pledge” (Epicus Doomicus Metallicus – 1986) e “Emperor of the void” (King of the Grey Islands – 2007).
Mostrando que estava à vontade no palco, antes de “A Soucerer’s Pledge”, Mats brincou com a qualidade da cerveja brasileira: “Eu quero perguntar uma coisa a vocês: Skol é uma boa cerveja?”, disse. Ao receber um sonoro “não” da plateia, ele revelou. “Bom, nós só temos essa cerveja no camarim. De qualquer forma, saúde! Skolllllll!”, completou. Nos países escandinavos, a palavra “Skol” é usada para fazer um brinde em ocasiões especiais.
O novo frontman
Durante suas três décadas de história, o Candlemass teve vocalistas excepcionais. Da loucura e da presença de palco do fantástico Messiah Marcolin até o impressionante alcance vocal de Robert Lowe, todos os cantores que passaram pelo grupo deixaram a sua marca.
Mats Levèn está dando continuidade a essa dinastia. Trazendo em seu currículo passagens por grupos importantes como o Therion, o Krux e pela banda do guitarrista Ingwie Malmsteen, o vocalista provou que sua escolha foi acertada. Sua voz se encaixou muito bem tanto nos grandes clássicos quanto nas novas canções e, na prova de fogo que é segurar o tom e a cadência das músicas ao vivo, Mats passou com louvor.
Além dos vocais, o trabalho das guitarras de Mats Björkman e Lars Johansson é a grande característica da obra do Candlemass. Usando melodias basicamente simples que mesclam dedilhados, bases pesadas e riffs tocados em escalas de quintas e terças, os dois conseguem criar uma atmosfera perfeita.
Antes de “Crystal ball”, Mats novamente tirou um sarrinho da cerveja nacional: “Cerveja para crianças, certo? Ok, eu darei para os meus filhos que têm quatro e dez anos”, disse. O grupo encerrou o show com seu maior clássico, “Solitude”, mas o público exigiu a volta da banda para tocar “Samarithan”. No final, Mats agradeceu a acolhida que eles tiveram no Brasil e a banda fez questão de tirar uma foto mostrando o público brasileiro.
Após essa celebração de suas três décadas de Doom Metal, o Candlemass acaba de lançar uma canção inédita: “Death thy lover”. Uma prova de que o grupo ainda tem lenha para queimar e não sobrevive somente dos louros do passado. Veja três vídeos do show: “Solitude”, “Under the oak” e “At the gallows end”
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