Os shows fizeram parte da programação do festival Best Of Blues And Rock

No mundo da música, em qualquer gênero, existem centenas de instrumentistas extremamente técnicos, que dominam todas as questões referentes ao modo de executar os seus respectivos instrumentos.

Porém, o que diferencia um grande artista dentro desse imenso mar de talentos é o coração, o sentimento que ele consegue transmitir na hora de executar um solo ou interpretar uma canção.

Dentro do Blues Rock, o guitarrista estadunidense Joe Bonamassa está entre os primeiros dessa lista. Afinal, apesar de ser um prodígio (a guitarra faz parte da vida dele desde a infância), ele não utiliza o virtuosismo de maneira exagerada, como 90% dos instrumentistas costumam fazer.

Pelo contrário, porque, tanto no trabalho solo, quanto nos projetos dos quais ele participa, entre eles, o Black Country Communion, o bom senso na hora de tocar e compor é a regra principal.

Nessa segunda-feira (24), Bonamassa se apresentou na Live Curitiba, na capital paranaense, e foi literalmente reverenciado pelo público curitibano.

O show fez parte da programação do festival Best Of Blues And Rock, que também passou por São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Joe Bonamassa (guitarra e vocal), Josh Smith (guitarra), Calvin Turner (baixo), Reese Wynans (teclado e órgão Hammond), Jade MacRae e Danni D’Andrea (backing vocals) e Lemar Carter (bateria) abriram o show com “Hope you realize it (goodbye again)”, uma das duas faixas inéditas do mais recente álbum de estúdio do guitarrista, “Blues Deluxe Vol. 2” (2023).

Na sequência, veio a belíssima “Twenty‐four hour Blues”, um cover da Bobby “Blue” Bland. No setlist, Bonamassa intercalou músicas autorais, entre elas, “The last matador of Bayonne”, com grandes clássicos do Blues, como “Well, I done got over it”, do guitarrista estadunidense Guitar Slim.

Para os olhares dos fãs mais atentos, um dos destaques do show foi o tecladista Reese Wynans, uma das lendas do Rock, que tocou com vários monstros do estilo, entre eles, o guitarrista Stevie Ray Vaughan e o grupo Double Trouble.

Durante o show, ele praticamente dividiu o protagonismo com Bonamassa, tanto nas bases quanto nos solos. O próprio Hammond utilizado por ele era um show a parte tanto pela sonoridade quanto pela “Leslie”, uma espécie de amplificador usado paralelamente ao teclado.

Nesse periférico extremamente peculiar, um alto-falante e um par de cornetas giram na parte interna de uma caixa de madeira, impulsionados por meio de um motor, criando um som estereofônico magnífico que dominava todo o espaço da Live Curitiba.

Uma das grandes características de Bonamassa é o sustain que ele aplica nas notas durante os solos, fazendo um bend até que as cordas praticamente gritem. Poucos guitarristas no mundo possuem uma técnica tão apurada na execução dessa artimanha.

Entretanto, além de ser um virtuose da guitarra, Bonamassa também canta muito bem tanto os Blues mais groovados quanto os tradicionais.

Antes de “Is it safe to go home”, Bonamassa disse que nunca tinha vindo a Curitiba anteriormente e brincou com a mania brasileira de invadir os posts de artistas e bandas internacionais para pedir que eles venham tocar no Brasil. “No Dia das Mães ‘come to Brazil”, no Natal ‘come to Brazil’, então, nós estamos aqui!”, disse.

Em seguida, ele apresentou a competentíssima banda que participou da mini-tour brasileira. Todos foram muito aplaudidos, mas Reese Wynans foi o mais saudado pelo público, principalmente por quem já conhecia a longa trajetória do tecladista no mundo da música.

Para encerrar o show, Bonamassa chamou Eric Gales para que eles tocassem juntos “The ballad of John Henry”, faixa título do 7º álbum do guitarrista, lançado em 2009, com direito até a um duelo de guitarras sensacional.

Assista ao clipe de “Is it safe to go home”, gravado ao vivo no show de Joe Bonamassa na Live Curitiba.

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Eric Gales

A abertura da noite coube ao excelente guitarrista estadunidense Eric Gales. Ele iniciou o show com “Smokestack lightning” e “Miss you”, dos Rolling Stones.

Em seguida, antes de “You don’t know the Blues”, Eric brincou com a plateia e com o título da música: “vamos ver se os curitibanos conhecem o Blues”, disse em tom irônico.

Gales tem uma pegada cheia de groove porque, até nos Blues mais tradicionais, ele apresenta um estilo bem particular na maneira de tocar.

Em uma comparação de postura, não na parte musical, obviamente, Eric tem uma abordagem muito semelhante ao guitarrista Tom Morello (Rage Against The Machine, Audioslave), no sentido de tocar e compor de maneira livre, sem as limitações das amarras de nenhum gênero específico.

Gales chegou até a brincar com a plateia, tocando uma canção composta pela levada de capoeira mais tradicional do Brasil.

Durante o show, em duas ocasiões, Eric afirmou que voltará a Curitiba em breve, dando a entender que já tem outro show marcado na capital paranaense.

Aliás, para surpresa de boa parte da plateia que não conhecia essa história, o guitarrista lembrou de um show que ele fez em 2003, no bar Era Só O Que Faltava, logo no início da carreira.

O grande momento do show foi a execução da belíssima “Close to the fire”, um Blues lento carregado de melancolia no qual Eric destila todas as influências que fazem parte da formação musical dele.

A participação de Gales, abrindo o show de Bonamassa, não foi à toa. Afinal, eles possuem uma relação de amizade até fora do mundo da música. Joe, inclusive, produziu o mais recente álbum de Eric, “Crown” (2022).

Eric Gales encerrou o show com um medley de “Voodoo child (slight return)”, de Jimi Hendrix, “Für elise”, de Beethoven, “Kashmir”, do Led Zeppelin e “Back in black”, do AC/DC.

Assista ao clipe de “Close to the fire”, gravado ao vivo no show de Eric Gales na Live Curitiba.

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