girlie hell

Julia Stoppa, Carol Pasquali , Bullas Attekita e Fernanda Simmonds (Foto – Divulgação/Girlie Hell)

Quando você pensa na cidade de Goiânia, o que lhe vem à cabeça? Certamente as inúmeras duplas sertanejas oriundas dessa região. A banda Girlie Hell, formada só por mulheres, vem quebrando essa “fama” que o estado de Goiás carrega. O Cwb Live conversou com a baterista do grupo, Carol Pasquali, abordando esse e outros assuntos.

Girlie Hell, que teve início em 2007, tem em sua formação atual a guitarrista e vocalista Bullas Attekita, Carol Pasquali na bateria, Fernanda Simmonds no baixo e Julia Stoppa na guitarra. Entre as influências do quarteto estão as bandas DeftonesL7Pantera Mastodon.

O grupo vem conseguindo espaço dentro do cenário heavy metal nacional depois do lançamento do seu primeiro álbum,“Get Hard”no ano passado. O CD foi gravado no estúdio Rock Lab, em Goiânia, e lançado pelo selo Monstro Discos. As 11 faixas foram produzidas por Gustavo Vazquez e Luis Maldonalle. “A pré-produção foi um pouco corrida. Ele tinha prazo para ser finalizado, pois foi gravado graças à aprovação de um projeto na Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Tivemos cerca de dois meses para finalizar e até compor por inteiro algumas músicas”, explica a baterista.

“Get Hard” colocou a banda em evidência e proporcionou convites para shows em São Paulo, Minas Gerais, Brasília e outros estados. Em 2012, o grupo se apresentou ao lado de nomes como Sepultura e Kyuss Lives!, além de participar de uma mini turnê ao lado de uma das referências do quarteto, o Crucified Barbara.

Girlie Hell lançou, no último mês de abril, o clipe da música “Winter”. O vídeo foi produzido por Marcello Pompeu e Heros Trench, vocalista e guitarrista do Korzus. A dupla ganhou o Grammy Latino 2009, na categoria melhor álbum cristão em português, pela produção, mixagem e masterização do disco “Depois da guerra”, do Oficina G3.

“Winter” foi masterizado nos EUA por Ted Jensen, vencedor do Grammy Award 2003 na categoria melhor álbum do ano com o disco “Come away with me”, de Norah Jones. Jensen já trabalhou com bandas de vários estilos como Kreator,Coldplay e Lynyrd Skynyrd.

Superando barreiras

Poucos sabem que a região de Goiás recebe alguns dos mais respeitados festivais de bandas independentes do país, como o Goiânia Noise e o Bananada.  “Goiânia leva essa fama do sertanejo, mas dizer que só existe isso por aqui, hoje em dia, já é preconceito. Além das botinas e chapéus, temos uma das cenas de rock independente mais respeitadas do país”, afirma a baterista.

Falando em preconceito, como o rock, e principalmente o heavy metal, é um universo predominantemente masculino, os obstáculos enfrentados pelo quarteto vão além do mundo musical. Segundo a baterista, ainda existe uma resistência às bandas femininas e ela precisa ser enfrentada. “Claro! E não é pouco! Mas, muitas vezes, ele se dá de forma mascarada, com a simples indiferença de algumas pessoas em relação ao nosso trabalho”, explica.

A forma que o grupo encontra para encarar essas dificuldades é acreditar no seu trabalho, buscando apoio dentro da própria banda e na força que vem dos fãs. “Quando as distorções começam a gritar e o palco a tremer, a diferença some e as pessoas começam a curtir o nosso som, a performance e a nossa presença, batendo cabeça junto conosco. Esse é o momento que faz todo o sofrimento valer a pena”, finaliza Carol.

Confira o clipe da música “Winter”, da Girlie Hell.