Texto: Marcos Anubis
Revisão e fotos: Pri Oliveira
A banda curitibana High School Massacre acaba de lançar duas músicas que farão parte de seu novo álbum. “Disturbance” e a faixa-título do EP, “Alienation”, foram disponibilizadas no site Bandcamp.
O grupo nasceu em 2011, criado pelo guitarrista e vocalista Marcelo Mattos (True) e pelo baterista Weliton Lisboa, (ex – A Tribute to the Plague e Archityrants). “A intenção era nos divertirmos. Se alguma coisa acontecesse seria lucro para nós. No fim o Marcelo teve que arcar com outros compromissos além da banda e não pôde continuar, assim chamei outras pessoas para manter a banda comigo”, diz Weliton.
A formação atual tem, além de Weliton, Hernan Oliveira (guitarra), Icaro Freitas (baixo) e Larissa Pires (vocal). Em 2012 o grupo lançou sua primeira demo, “High School Massacre”, com seis músicas, que também está disponível no Bandcamp.
A High School Massacre “rotula” seu estilo como Death/Grind/Crust, mas o quarteto absorve várias outras vertentes. “Nossas influências vão do Punk ao Death Metal, então, nosso som é bem diversificado. A parte lírica fica toda a cargo da Larissa. Ela gosta de falar do eu interior e de política”, explica.
A versão completa do EP “Alienation”, gravado no estúdio Avant Garde e produzido por Maiko Thomé e pela própria banda, será lançada ainda neste primeiro semestre. “Serão cinco músicas. Assim que estivermos com as cópias físicas vamos disponibilizar o restante em nossas redes sociais”, diz o baterista.
A realidade do som extremo
Fazer música extrema, em seus variados estilos, é um desafio. E as dificuldades são maiores no Brasil, onde o underground ainda é composto por pessoas abnegadas que dedicam as suas vidas a abrir espaço para artistas independentes.
Em Curitiba, a música extrema sempre teve exímios representantes, como os veteranos Infernal, Imperious Malevolence e Necrotério, passando pelos atuais Offal e Division Hell, entre outros. Mesmo assim, a cena ainda luta para existir. “Ela sempre teve altos e baixos. Hoje acredito que ela está bem diversificada. Lembro que nos anos 1980/90 ela tinha momentos onde predominavam bandas Death, Doom, Black ou outros estilos. Hoje não existe mais isso”, avalia.
Algumas características da cena extrema, na visão de Weliton, acabam atrapalhando o seu crescimento. “Infelizmente existe muita ‘panelinha’, tanto entre as bandas quanto entre o público. Eu acredito que elas se formam sem intenção, mas o problema é que quando as pessoas veem de fora elas não enxergam dessa maneira. Sempre acaba rolando uma intriga/inveja por causa disso e é aí que acontece o enfraquecimento da cena”, avalia.
Voices of chaos
Um dos destaques do High School Massacre é a vocalista Larissa Pires. Dona de uma voz poderosa e bem postada, ela se destaca entre a violência sonora executada pelo grupo. Nos shows da High School, é nítido que o público respeita e admira o trabalho de Larissa. “Me sinto feliz em poder fazer parte disso e perceber que as pessoas gostam do que eu faço e me apoiam”, afirma.
Larissa é uma das poucas vozes femininas no som extremo brasileiro e sua técnica foi desenvolvida de forma autodidata. “Basicamente eu aprendi sozinha, observando e ouvindo a maneira como os vocalistas cantam. Apenas reproduzo da maneira mais próxima que consegui”, explica Larissa. “Me baseio muito no Chris Barnes e no Alex Camargo, que além de serem minhas maiores influências, fizeram ou fazem parte das bandas que mais gosto (Cannibal Corpse e Krisiun). Também gosto do George Fisher, Sven De Caluwé e Shaun LaCanne”, complementa.
Após o lançamento de “Alienation”, a intenção da banda é gravar um full-length ainda neste ano. “Estamos com mais 20 músicas prontas. Procuramos fazer tudo com calma, usando a grana dos materiais que vendemos, como camisetas e CDs das outras bandas que já tocamos”, finaliza Weliton.
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