João Gordo faz parte da história do underground brasileiro há mais de 40 anos. Tanto ao lado dos Ratos de Porão quanto em iniciativas na TV e na área social, o vocalista construiu uma longa trajetória repleta de projetos diferentes.

Em 2022, João começou a escrever mais um capítulo desse livro, com o lançamento do álbum “Brutal Brega”, que traz versões de músicas que foram lançadas originalmente por ícones da cultura popular brasileira.

Entre elas, estão “Fuscão Preto” (gravada por Almir Rogério e pelo Trio Parada Dura), “Feiticeira” (Carlos Alexandre), e “Não se vá” (Jane e Herondy) que, na versão de João Gordo, conta com a participação especial da atriz Marisa Orth. Obviamente, cada uma dessas faixas é interpretada ao “estilo João Gordo”, com energia e descontração.

O álbum foi lançado por meio do selo Wikimetal Music, com produção do músico e produtor Val Santos, e está disponível para audição nas principais plataformas de música digital. No formato físico, ele vem com as faixas bônus “Doces Beijos” (Menudo) e “Sandra Rosa Madalena” (Sidney Magal).

Nesta sexta-feira (24), acompanhado por Val Santos e Rogério Wecko (guitarras), Daniel ET (baixo), e Guilherme Martin (bateria), João se apresenta no Jokers Pub, como parte da turnê de lançamento do álbum solo “Brutal Brega”.

A abertura será do trio curitibano Magaivers, um dos grandes nomes da cena Punk curitibana, que está completando 23 anos de estrada. “Eu só tenho história louca em Curitiba! Foi a cidade onde eu mais enfiei o pé na jaca, mais fiz merda, que mais teve show legal, e eu estou vivo aqui pra contar essas histórias. Tenho muitos amigos aí, muita gente boa! Eu adoro Curitiba!”, diz João Gordo.

Brega com brutalidade

João entrou nos Ratos de Porão em 1983 e, até hoje, ele já gravou 13 álbuns de estúdio com o grupo, além de diversos EPs, trabalhos ao vivo, e participações em coletâneas. Entre os mais importantes, estão “Crucificados Pelo Sistema” (1984), “Brasil” (1989), e “Anarkphobia” (1991).

Obviamente, a capital paranaense tem um lugar bem especial na história da banda paulista. “A gente toca em Curitiba desde 1986. Eu lembro direitinho porque foi o show de ‘uma lâmpada’. Foi a primeira vez que nós ficamos em hotel!”, conta.

Nos anos 1990/2000, João também foi VJ da MTV e apresentou diversos programas na emissora, entre eles, o “Gordo Pop Show”, e o “Gordo A Go-Go”.

Atualmente, além dos Ratos, João também encontra tempo para outras iniciativas. A mais recente é o álbum “Brutal Brega”, que surgiu durante a pandemia, quando o guitarrista Val Santos estava trabalhando em algumas versões de clássicos populares brasileiros e o vocalista acabou se interessando pelo projeto.

A partir daí, os dois começaram a montar um repertório que foi finalizado com a escolha de 35 canções e cada uma delas tem uma ligação com a infância e adolescência de João Gordo. “Nos anos 1970, o Rock ainda tocava nas rádios AM! Tinha Suzi Quatro, Alice Cooper, Rita Lee, Casa das Máquinas, e os bregas. Está tudo gravado em uma gaveta da memória, principalmente, as letras. Essa trilha sonora ficava rolando eternamente lá em casa, na Rádio América”, conta.

O novo projeto do vocalista tem um significado bem abrangente porque, de maneira geral, dentro do Punk, do Metal, e de outros estilos do underground, uma parte significativa do público costuma ter alguma resistência em relação a gêneros musicais mais “populares”, digamos assim.

Justamente por causa dessa realidade, as iniciativas que João tem protagonizado nos últimos tempos estão, de certa maneira, arejando o pensamento dos fãs mais radicais. “O pessoal que vai aos shows adora porque é divertido pra caramba! Não tem compromisso nenhum a não ser se divertir. Todo mundo conhece as letras, as músicas. Também tem um showzinho meio de piada, um stand up no qual eu começo a contar umas histórias”, diz.

A segunda fase do projeto “Brutal Brega” teve início nessa sexta-feira (17), com o lançamento do single “Coroné Antônio Bento”, uma composição de João do Vale e Luiz Wanderley que foi imortalizada na voz de Tim Maia.

No momento, além do tributo aos ícones populares da música brasileira, João também está trabalhando ao lado da banda paulista Asteroides Trio, partindo de uma ideia que começou a ganhar forma em 2019, quando o grupo foi tocar no programa Central Panelaço, apresentado por Gordo no YouTube.

Na época, a banda tinha acabado de lançar o álbum “Asteroides Trio – Punkabilly – Tributo Rockabilly Ao Punk Nacional”, com covers de diversos grandes nomes do estilo no país, entre eles, “Pátria amada”, dos Inocentes, e “Medo”, do Cólera.

Naquela visita ao Panelaço, João se juntou ao grupo para cantar o clássico “Delinquentes”, do Fogo Cruzado, e sentiu que algo poderia ser feito a partir dali. “Eu achei do caralho aquelas versões que eles fizeram!”, elogia.

Três anos depois, foi lançado o álbum “João Gordo & Asteroides Trio” (2022), com músicas dos Ratos tocadas com uma pegada Psychobilly. “Nós gravamos durante a pandemia e as versões do Formiga (guitarrista dos Asteroides) ficaram sensacionais!”, diz.

Agora, João e os integrantes do grupo estão trabalhando em outro álbum que terá músicas inéditas compostas especialmente para o projeto. “Para não ficar igual, nós faremos um disco de Psychobilly satânico, com uma temática Black Metal. As músicas são Psychobilly e as letras falam de Diabo e cocaína (risos)! Nós já temos quatro músicas gravadas e, quando chegarmos a 12, nós lançaremos o disco”, conta.

Além do trabalho artístico, João ainda encontra tempo para se dedicar a outras iniciativas. Uma das mais importantes é a Solidariedade Vegan, comandada pela esposa do vocalista, Vivi Torrico, para oferecer uma ajuda essencial para as pessoas que vivem em situação de rua na cidade de São Paulo. “O projeto está nas mãos da Vivi. Nós entramos nessa e não dá para sair mais porque é um compromisso que a gente tem com todos os moradores de rua. É um pessoal que precisa e a gente entendeu isso, estamos junto com eles!”, afirma.

Entretanto, sem nenhuma ajuda do poder público, a dupla luta incessantemente para seguir com o Solidariedade Vegan e não deixar na mão as pessoas que contam com essa ajuda para sobreviver. “Nós precisamos muito da força dos fãs e eles ajudam levando mantimentos quando nós temos os ingressos solidários. Várias casas de São Paulo, entre elas, a La Iglesia e o Hangar, além de produtores de Rock/Metal/Punk, fazem essa corrida para a gente. Isso ajuda muito porque toda semana eles arrecadam vários quilos de mantimentos e isso alimenta muita gente! Seguimos sozinhos nessa aí porque não tem ninguém para ajudar. Somos nós e o Capeta!”, finaliza João Gordo.

Jokers Pub

Inaugurado em 2001, o Jokers Pub é um dos mais tradicionais bares da capital paranaense. O local possui quatro ambientes diferentes, além da área do palco na qual acontecem os shows. Nesses espaços, são realizados diversos eventos, de shows a festas temáticas.

A cozinha do bar oferece várias opções aos frequentadores, entre elas, sanduíches, cafés, saladas, sobremesas e sopas, com valores acessíveis para todos os públicos. Além disso, o Jokers conta com uma grande variedade de bebidas, cervejas e drinks.

Os horários de funcionamento do Jokers Pub são os seguintes: segunda-feira, das 10h às 15h, terça a sábado, a partir das 10h.

Cafeteria – Segunda a sábado, a partir das 10h.

Almoço – Segunda a sábado, das 11h30 às 15h.

Happy hour – Terça a sexta-feira, das 18h às 20h30.

Jantar – Terça a sexta-feira, a partir das 18h, e sábados, a partir das 20h.

Acompanhe as informações sobre o Jokers Pub no Instagram e Facebook @jokerspub e no site www.jokers.com.br.