O show faz parte da turnê “Crushing the Enemies of Metal” e acontece no dia 20 de novembro, na Live Curitiba
Desde os primeiros passos da cena Headbanger curitibana, no início dos anos 1980, a banda estadunidense Manowar sempre foi uma das preferidas do público da capital paranaense.
Por isso, o show que o grupo fez em 1996 no lendário Aeroanta, que ficava em um grande casarão no bairro Rebouças, é lembrado até hoje pelos fãs.
Na ocasião, a banda estava em turnê para divulgar o álbum “Louder Than Hell”, lançado naquele mesmo ano e que vinha mostrando para o público brasileiro um lado do Heavy Metal que ainda era pouco conhecido, repleto de referências a temas envolventes, entre elas a mitologia.
No dia 20 de novembro (quarta-feira), Eric Adams (vocal), Joey DeMaio (baixo), Michael Angelo Batio (guitarra) e Dave Chedrick (bateria) voltam à capital paranaense.
Dessa vez, o grupo vai se apresentar na Live Curitiba, em um reencontro que está sendo esperado há 28 anos pelos fãs e também pela banda, que ainda guarda na memória o carinho que recebeu dos Headbangers curitibanos. “Eu lembro de uma recepção que poderia abalar os próprios deuses! Naquela noite, a energia era como uma tempestade furiosa, crua e poderosa. Os fãs de Curitiba nos mostraram como é a verdadeira devoção, gritando a plenos pulmões e vivendo cada nota”, afirma Joey DeMaio, que deu uma pausa nos ensaios visando os shows no Brasil para conceder uma entrevista exclusiva ao Cwb Live.
Assim como em outras cidades ao redor do mundo nas quais a banda se sentiu em casa devido a recepção dos fãs, a capital paranaense também ganhou um lugar no coração de Eric e DeMaio, os dois integrantes que estiveram presentes no show de 1996. “Nós sentimos a paixão em seu sangue e em seus corações e isso nos uniu a vocês! Curitiba é e sempre será uma fortaleza do Metal para nós, um lugar onde os ‘Manowarriors’ se mantêm unidos!”, complementa o baixista.
O show na Live Curitiba tem realização da Rider 2 e faz parte da turnê “Crushing the Enemies of Metal”, que tem um setlist baseado nos álbuns “Hail to England” e “Sign of the Hammer”, ambos lançados em 1984.
Leia neste link o serviço completo da apresentação.
A conexão com os fãs
O Manowar nasceu em 1980 na cidade de Auburn, nas redondezas de Nova York.
Naquele momento, Joey DeMaio estava trabalhando como técnico de baixo na turnê que o Black Sabbath estava fazendo nos Estados Unidos, já com o inigualável Ronnie James Dio nos vocais, para promover o álbum “Heaven And Hell”.
No mesmo período, o guitarrista Ross “The Boss” fazia parte da banda Shakin’ Street, que estava abrindo os shows do grupo inglês nos EUA.
Naquelas noites, a dupla conviveu com um dos grandes nomes da história do Heavy Metal, ouvindo algumas das primeiras execuções ao vivo dos clássicos “Heaven and hell” e “Neon nights”.
A inspiração dos mestres fez com que DeMaio e Ross descobrissem que tinham muitos gostos musicais em comum e inspirou a dupla a montar uma banda.
Depois do fim da tour do Black Sabbath em solo estadunidense, os dois chamaram o vocalista Eric Adams e o baterista Carl Canedy (que fazia parte do The Rods e também trabalhava como produtor).
Juntos, os quatro músicos fundaram o Manowar, que se tornaria um dos grandes nomes do Heavy Metal nos anos seguintes.
De lá para cá, o grupo lançou alguns álbuns que definiram os alicerces do que se convencionou chamar de Power Metal, entre eles “Battle Hymns” (1982) e “Kings Of Metal” (1988).
Em 2024, o grupo está comemorando 44 anos de vida e, nessa jornada, a interação com os fãs continua sendo a grande força que impulsiona essa longevidade. “O Manowar é mais do que música, é uma família, uma irmandade, uma reunião de guerreiros de todo o mundo! Por mais de 40 anos nós estivemos com nossos fãs, lado a lado, e eles conosco lutando contra os desafios da vida e celebrando vitórias”, diz DeMaio.
Desse ponto de vista, da mesma maneira que acontece com diversas bandas, entre elas o Iron Maiden e o Kiss, essa conexão com os fãs (que é tão rara de se manter durante tanto tempo) é a grande motivação dos integrantes do Manowar para manter o grupo na estrada. “A lealdade do nosso exército de imortais e suas vozes levantadas em unidade são o fogo que nos alimenta em tudo o que fazemos. Nosso amor e apoio aos nossos fãs leais são a razão pela qual lutamos e continuamos! Os fãs são a espinha dorsal do nosso legado e estamos honrados em compartilhar essa jornada com eles!”, afirma.
Firmes nesse pensamento, nessas mais de quatro décadas de vida, o Manowar enfrentou diversas mudanças no cenário musical, mas permaneceu fiel ao estilo do grupo. “Não seguimos tendências e com certeza não fazemos concessões só porque todo mundo faz!”, diz.
Realmente, independentemente das críticas ou elogios que o grupo recebe, DeMaio e seus asseclas não se desviaram da estrada que eles mesmos construíram e que continuam a pavimentar. “O Manowar nasceu para entregar o Metal puro, sem filtros e estrondoso. Nunca desistiremos disso. A indústria mudou, mas permanecemos fiéis ao nosso credo. Não nos curvamos às gravadoras ou seguimos o caminho de ninguém. O som e o espírito do Manowar são baseados em nossas crenças, não em outras. O verdadeiro Metal é eterno e estamos aqui para provar isso. Basta vir aos nossos shows e você verá e ouvirá!”, complementa o baixista.
Um dos grandes símbolos dessa sinergia entre a banda e os fãs é a música “Warriors of the world united”, do álbum homônimo lançado em 2002.
Na verdade, da mesma maneira que aconteceu em outras partes do mundo, principalmente na América Latina, a canção se tornou um verdadeiro hino para os Headbangers brasileiros. “Ela não é apenas uma música, é nosso hino para os ‘Manowarriors’ em todos os lugares! A letra fala da união, da força e do espírito inquebrável dos nossos fãs. No Brasil, eu sei que esse hino ressoa profundamente, pois fala do espírito feroz dos metaleiros brasileiros. É uma homenagem ao nosso movimento global, um lembrete de que não importa de onde viemos, somos um só sob a bandeira do verdadeiro Metal e dos valores que nos unem!”, explica.
A afirmação do baixista atinge de maneira muito forte o coração dos fãs porque, para o público que acompanha o cenário do Heavy Metal, ser Headbanger é verdadeiramente um modo de vida.
No Brasil, muitas pessoas que gostam do estilo veem o Manowar como um exemplo, no sentido de se apegar ao que você acredita e fazer o que você gosta sem se preocupar com a opinião de ninguém.
Aliás, o grupo tem consciência de que o público que acompanha o Manowar possui características muito especiais, pois não cede aos modismos que vêm e vão no dia a dia do mercado fonográfico. “É um grande privilégio e uma honra saber que nossa música e nossa missão significam tanto para os irmãos e irmãs do Metal do Brasil. Sempre defendemos a força, a honra e a lealdade, valores que transcendem a música. Saber que os nossos fãs vivem pelos mesmos princípios e encontram inspiração no que fazemos e vivemos, que eles nos veem como um farol de resiliência e poder, é uma lição de humildade. Brasileiros, vocês são poderosos em sua paixão e nós temos orgulho de estar ao lado de vocês como guerreiros, amigos e família!”, elogia DeMaio.
Olho no futuro com diversos lançamentos
Mesmo celebrando os 44 anos de estrada, os integrantes do Manowar seguem olhando para o futuro e produzindo material novo.
No ano passado, por exemplo, o grupo lançou o single “Laut und hart stark und schnell” que, em alemão, significa “alto e forte, forte e rápido”.
A música chama bastante a atenção porque, na letra, Eric Adams menciona várias músicas e álbuns que fazem parte da carreira do Manowar. “É a nossa homenagem aos fãs, à música e ao espírito do Manowar! É uma celebração de tudo que criamos juntos ao longo dos anos,” explica.
Indiretamente, a canção também presta um tributo a um dos grandes nomes da música clássica que também faz parte das influências do Manowar. “O título e o refrão são em alemão. É uma homenagem ao país de onde, em nossas mentes, o Metal se origina, graças ao grande Richard Wagner, que compôs uma música que era mais alta, mais forte e mais rápida do que qualquer outra coisa antes dele e que foi um verdadeiro pioneiro na música. Cada menção, cada referência da música é uma homenagem ao exército de fãs que nos apoiaram desde o início e ao legado que construímos juntos. É alto, pesado, forte e rápido, tudo o que o Manowar representa!”, diz.
Seguindo a lista de novidades, nos próximos meses, a banda vai relançar o álbum “Sign Of The Hammer” (1984), o quarto trabalho de estúdio do grupo.
Obviamente, é muito difícil “melhorar” um álbum que é um clássico na discografia do Manowar e é considerado um dos mais importantes da história do Heavy Metal.
Entretanto, a ideia da banda é usar a tecnologia atual para lapidar as músicas e torná-las ainda mais especiais. “O ‘Sign Of The Hammer’ foi forjado no fogo do verdadeiro Metal! Esse relançamento não é sobre mudar o que já é sagrado, mas sobre dar a ele, com a tecnologia moderna, o respeito que merece. Estamos trazendo o trovão e a clareza que somente os avanços de hoje podem fornecer, mantendo cada grama do poder bruto que fez esse álbum virar um clássico. Este é o ‘Sign Of The Hammer’ como você nunca ouviu antes, mais poderoso, mais esmagador e mais verdadeiro do que nunca!”, explica.
Para fechar essa sequência de novidades para os fãs, o Manowar vai lançar um álbum de inéditas em 2025.
O disco ainda não tem nome, mas não vai fugir da tradicionalíssima pegada musical da qual o grupo não se desfez em nenhum momento desde que foi criado. “Ele ainda está nas forjas, mas o que posso dizer é o seguinte: será um testamento do poder e da glória do verdadeiro Metal!”, afirma.
Animado com o novo trabalho, o primeiro full lenght da banda desde “The Lord Of Steel” (2012), o baixista não esconde que a produção de material novo vem dando um novo gás ao quarteto. “As novas músicas são ferozes, poderosas e puras, sem compromissos e sem hesitação. Levaremos a bandeira do Heavy Metal para a próxima era com força imparável. Estejam prontos, porque 2025 marcará um novo capítulo na nossa história e será épico! Mas primeiro, convoco nossos ‘Manowarriors’ brasileiros para se juntarem a nós para uma celebração de hinos épicos do Metal neste mês, pois estaremos esmagando os inimigos do Metal! Hail, Brasil!”, finaliza Joey DeMaio.
Além do show em Curitiba, o Manowar também se apresenta no dia 24 de novembro no Ginásio Geraldão, em Recife, e no dia 26 no Viva Rio, no Rio de Janeiro.
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Cão Véio
O gastropub Cão Véio Curitiba é um dos parceiros do Cwb Live e dá apoio para que o site continue vivo, fazendo um jornalismo independente, sempre procurando trazer o mellhor conteúdo cultural aos nossos leitores.
O Cão Véio foi inaugurado em 2013, na cidade de São Paulo, pelos sócios Henrique Fogaça (chef de cozinha e jurado do Masterchef Brasil), Fernando Badauí (vocalista da banda CPM 22) e Marcos Kichimoto (vocalista do Desaster e ex-roadie de diversas bandas, entre elas, o Sepultura e os Ratos de Porão). Kichi, como era conhecido, faleceu em 2021, mas a parceria de Badauí e Fogaça continua.
A sede curitibana foi aberta em março de 2018 por quatro sócios: o agrônomo Lucas Bora Araujo, a publicitária Camila Venter Rank Araujo, o advogado Luiz Henrique Pereira Hartinger, e o arquiteto Augusto Pimentel Pereira.
O local tem capacidade para 120 pessoas e oferece uma estrutura aconchegante composta por bar e lounge com lareira. Na área externa, em frente ao estabelecimento, existe um deck coberto com 32 lugares disponíveis.
Nos fundos do gastropub, o Cão Véio Curitiba tem um espaço com capacidade para 50 pessoas, que acaba de ser inaugurado como parte das comemorações de cinco anos do estabelecimento, completados em 2023.
Uma das grandes marcas do Cão Véio é a criativa decoração temática que utiliza imagens de cães estilizados em quadros e esculturas. Nas obras, eles aparecem jogando baralho em uma mesa, posando de estadistas e em outras situações comuns à sociedade humana.
Os próprios pratos servidos no estabelecimento são batizados com nomes caninos. Entre eles, está o Matilha (bolinho de cupim cremoso servido com pimenta defumada de maracujá), e o Bulldog Inglês (burger 200g, bacon, cheddar inglês, cebola roxa caramelizada, molho BBQ e pepino em conserva, tudo servido no pão australiano).
A carta de drinks do Cão Véio conta com uma grande variedade de coquetéis clássicos e autorais, com opções sazonais e temáticas.
O público também pode provar diversas opções de cervejas e chopes, entre rótulos da casa e de cervejarias de Curitiba e região. O menu ainda conta com cachaças, vinhos, e destilados.
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