Texto: Marcos Anubis
Fotos: Pri Oliveira e divulgação

A iniciativa é uma maneira de fortalecer a cena independente da capital paranaense



O álbum “The Way of Regret”, que foi lançado originalmente em 1999 pela banda curitibana Eternal Sorrow, é considerado um dos primeiros trabalhos de Doom do Brasil.

Na época, o grupo surpreendeu a cena do Metal brasileiro ao apostar na cadência, no peso e nas atmosferas sombrias que caracterizam esse gênero.

A história do Eternal Sorrow teve início em 1994 e o grupo já nasceu com o objetivo bem claro. “Quando montamos a banda já era com a ideia de fazer Doom Metal. Era um segmento do qual gostávamos”, diz o baixista e vocalista Mauricio Pampuch.

Poucos meses depois, a banda lançou a demo “The Sadness’ Elevation” e, no ano seguinte, eles participaram da coletânea “The Winds Of A New Millenium #2”.

Em 1998, “The Way of Regret” apresentou a banda curitibana de maneira mais consistente ao público brasileiro. “Esse álbum significou muito pra gente! Ele nos colocou na cena Doom nacional e até internacional. É um grande álbum!”, analisa.

No último dia 23 de junho, mais de 20 anos após o impacto inicial de “The Way of Regret”, o selo curitibano Mindscrape Music relançou o álbum.

Para essa reedição especial, a arte do CD foi refeita, todas as músicas foram remasterizadas e, como bônus, ainda foi incluída a demo “The Sadness Elevation” (1994). “Já tínhamos vontade de relançar esse álbum e algumas pessoas também estavam interessadas e fizeram propostas. A que mais nos agradou foi a da Mindscrape porque conhecemos o trabalho e o profissionalismo dos caras”, afirma.

O CD, que pode ser adquirido no site da Minscrape Music, vem em uma luxuosa edição slipcase com impressão metálica roxa, encarte de 20 páginas e um pôster de 24x36cm com uma imagem inédita.

Além disso, a Mindscrape também disponibilizou uma tiragem limitada de camisetas e boxes de madeira com patchs e cards exclusivos.



Doom Metal

Dentro do Heavy Metal, existem vários subgêneros que mergulham cada vez mais no underground. Nessa lista, o Doom Metal é um dos mais específicos porque possui um público bem segmentado.

O Doom aposta na cadência, no peso e nas atmosferas sombrias. O gênero vem se moldando desde o começo da década de 1970, com a genialidade dos riffs criados por Tony Iommi no Black Sabbath. Já nos anos 1980/90, o estilo se solidificou com o surgimento de bandas como o Candlemass e o Solitude Aeturnus.

Só que, mesmo com a força que que o gênero começava a adquirir internacionalmente, tocar Doom Metal no início dos anos 1990, em um período no qual a cena desse estilo no Brasil ainda era tão nova, não foi uma atitude simples. “No começo, a aceitação foi difícil. Muitos até brincaram com o nome chamando a gente de ‘eternal sono’ (risos). Porém, logo surgiram os fãs e ganhamos um bom público”, relembra.

Assim, com o lançamento de “The Way of Regret”, o Eternal Sorrow começou a conquistar o respeito da cena. O álbum unia peso e a criatividade, mesmo em um período no qual as informações sobre o que era o Doom Metal não estavam disponíveis tão facilmente.

Dessa maneira, a capacidade que a banda teve de assimilar as referências e colocá-las nas músicas também deve ser ressaltada. “Esse foi o nosso primeiro álbum, então, também estávamos nos conhecendo musicalmente. Acho que conseguimos fazer um grande trabalho e conquistar o nosso espaço”, opina.

O mais recente trabalho do Eternal Sorrow é “The House” (2015). Atualmente, o grupo está acertando algumas mudanças na formação para continuar uma história que já dura 21 anos. “Estamos em reformulação. Acabamos de gravar o tributo brasileiro ao My Dying Bride e, logo que essa pandemia passar, vamos voltar a fazer shows e compor novas músicas para um futuro álbum”, finaliza Mauricio Pampuch.

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