O coletivo, que está completando 17 anos de trajetória, vai apresentar espetáculos e mostras de processo no Teatro Novelas Curitibanas, além da exibição de um filme online
De 2 a 7 de abril, no Teatro Novelas Curitibanas – Claudete Pereira Jorge, a Súbita Companhia de Teatro estreia no Fringe do 32.º Festival de Curitiba a “Mostra Súbita Companhia”, composta por dois espetáculos de repertório, duas mostras de processo dos espetáculos com estreia prevista para o fim do primeiro semestre, além da exibição online de um filme, que reúne cinco curta-metragens. Compõe a programação, ainda, a mostra de processo do novo espetáculo solo da atriz Patricia Cipriano.
Os ingressos para os espetáculos podem ser adquiridos no site do Festival de Curitiba (https://ingresso.festivaldecuritiba.com.br/). As mostras de processo tem entrada gratuita e os ingressos serão distribuídos uma hora antes, na bilheteria do teatro.
“Para nós, é importante participar do Festival com a Mostra Súbita Companhia porque criamos uma programação especial para o público, e pensando também, para os curadores e programadores que estarão na cidade para acompanhar esse evento tão relevante do teatro latino-americano”, explica a diretora artística da Súbita Companhia, Maíra Lour.
Os espetáculos “Dito” e “O Medo da Morte das Coisas” entrarão em cartaz oficialmente somente nos próximos meses, mas terão seu processo de criação aberto ao público durante a Mostra. “Isso é bem importante para criar uma plateia que compartilhe com a gente não só o produto final, mas também os caminhos do processo de investigação para a criação teatral”, diz Maíra. Para a direção destes dois trabalhos, a Súbita convida a premiada diretora e iluminadora Nadja Naira.
Os cinco espetáculos e o filme “AQUI” abordam temas relevantes para pensar a arte e a sociedade contemporânea e cada um deles gera à sua maneira diferentes reflexões para o público, completa Maíra.
“AQUI – Amanhã é outra imagem” é uma parceria da diretora Maíra Lour com a dramaturga Lígia Souza, que cria a ideia de um lugar que está constantemente ameaçado por forças contrárias, mas que se faz presente e vivo na potência do ato do teatro. Depois de Curitiba, a peça segue para temporadas nas cidades de São Paulo e Belo Horizonte.
“O Arquipélago” é um espetáculo solo do ator Pablito Kucarz. Em um diálogo próximo e convidativo com o público, o texto levanta uma série de questionamentos sobre homofobia em ambientes públicos e privados, de ordem social, no contato com desconhecidos, ou no convívio próximo da família.
“Dito” também é uma peça que tem o ator Pablito Kucarz como protagonista solo. Ela é fruto da pesquisa continuada da Súbita Companhia em dramaturgia autoficcional contemporânea e discute a masculinidade a partir das memórias do artista e da relação dele com o pai, Benedito.
Em “O Medo da Morte das Coisas”, uma mulher dança e revela suas memórias em um apartamento antigo que mostra marcas de desgaste do tempo e precisa de manutenção. Ao observar as manchas, o mofo, as rachaduras e vazamentos, ela se volta para dentro de si e se confunde com aquele lugar.
“O Coração da Boca é a Língua”, solo idealizado pela atriz e performer Patricia Cipriano, é um estudo aberto sobre as possibilidades de flexão do verbo amar para além dos afetos e práticas da heteronormatividade.
“AQUI” reúne cinco curta-metragens criados durante a pandemia e se refere ao chão onde pisamos, o que nos levou a escavar camadas para vislumbrar o que esteve aqui antes e o que poderá estar depois de nós. Os filmes têm acessibilidade em Libras e serão exibidos de maneira online, no canal da Súbita Companhia no YouTube (https://www.youtube.com/@SubitaCompanhia).
A programação:
3/4, às 15h – Mostra de processo – “Dito + “O Medo da Morte das Coisas” – (entrada gratuita).
4/4, às 15h – Espetáculo – “Aqui – Amanhã é Outra Imagem” – (R$ 30,00 inteira e R$ 15,00 meia-entrada).
5/4, às 15h – Espetáculo – “Aqui – Amanhã é Outra Imagem” – (R$ 30,00 inteira e R$ 15,00 meia-entrada).
5/4, às 19h – Mostra de processo – “O Coração da Boca é a Língua” – (entrada gratuita)
6/4, às 18h – Espetáculo – “O Arquipélago” (R$ 30,00 inteira e R$ 15,00 meia-entrada)
7/4, às 16h – Espetáculo – “O Arquipélago” (R$ 30,00 inteira e R$ 15,00 meia-entrada)
2 a 7/4 – Exibição online de longa-metragem – “Aqui” (online, acesso gratuito)
Sobre a Súbita Companhia de Teatro
A Súbita Companhia de Teatro é um coletivo de artistas, com sede em Curitiba, que cria espetáculos, produtos audiovisuais, publicações e ações formativas desde 2007. O grupo desenvolve uma pesquisa continuada em encenação e dramaturgia contemporâneas, com foco nos estudos do corpo e do movimento.
Com interesse em estabelecer um lugar de criação e experimentação com outros artistas e companhias nacionais e internacionais para seguir atualizando desejos e modos de fazer teatro, a companhia é formada por Maíra Lour (diretora artística, dramaturga e atriz), Pablito Kucarz (ator, dramaturgo e artista gráfico), Gilmar Kaminski (diretor de produção), Lucri Reggiani (iluminadora), Dafne Viola (atriz e assistente de direção), Álvaro Antonio (sonoplasta) e a cada novo projeto estabelece novas e antigas parcerias. A trajetória da Súbita conta com 15 peças, três cenas curtas, oito curta-metragens, oito publicações em dramaturgia, um evento internacional de formação artística, além de inúmeros workshops, residências, temporadas, circulações e participações em eventos culturais e festivais.
Em 2024, a Súbita foi contemplada no Programa FUNARTE de Apoio a Ações Continuadas – Grupos e Coletivos Artísticos, que promove as ações da companhia durante todo o ano (realização de oficinas e residências com artistas nacionais e internacionais, circulação de espetáculos de repertório, criação de espetáculo inédito e publicação de dramaturgia).
Site – www.subitacompanhia.com.br. Instagram – @subitacompanhia.
Sinopses e fichas técnicas:
AQUI – Amanhã é Outra Imagem
Cinco artistas estão no mesmo espaço. Compartilham também o mesmo tempo e as inquietações de quem cria uma obra de arte. De repente, um buraco no teto se abre, invadindo a cena e o pó que cai lá de cima já cobre seus corpos. O que fazer?
Um espetáculo que traz para cena questionamentos sobre a insistência em seguir fazendo arte. Um buraco que para cada uma das personagens significa algo diferente. Mas, aos poucos, ele nos permite ver o céu.
Ficha Técnica
Direção artística: Maíra Lour
Textos: Súbita Companhia de Teatro
Dramaturgia: Lígia Souza e Maíra Lour
Elenco: Cleydson Nascimento, Dafne Viola, Helena de Jorge Portela, Pablito Kucarz e Patricia Cipriano
Direção de produção: Gilmar Kaminski
Assistência de direção: Anna Wantuch e Vitor Schuhli
Assistência de produção: Danatha Siqueira
Cenário: Fernando Marés
Figurino: Isbella Brasileiro
Iluminação: Beto Bruel e Lucri Reggiani
Operação de luz: Lucri Reggiani
Trilha original e sonoplastia: Rodrigo Stradiotto
Operação de som: Álvaro Antonio
Colaboração internacional: Senja Spackman (EUA)
Realização: Súbita Companhia de Teatro e Flutua Produções
Duração: 70 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
O Arquipélago
Em um diálogo próximo e convidativo com o público, a peça levanta uma série de questionamentos sobre homofobia em situações extremamente cotidianas: ambientes públicos, de ordem social, no contato com desconhecidos ou no convívio próximo da família, no contexto privado.
Nesses dois espaços distintos, o preconceito e o machismo aparecem de maneira ora sutil, ora escancarada, mas sempre violenta. A narrativa apresentada por Pablito revela ao público a forma pela qual a sociedade em geral reage a uma orientação sexual dissidente, que descobre sua sexualidade em ambientes completamente hostis.
A complexidade dessa questão é abordada no espetáculo a partir das vivências reais do próprio ator. “O Arquipélago” fala sobre ilhas que devem viver coletivamente (em construções sociais e familiares), mas cujas relações nem sempre são harmoniosas. Junto com essas narrativas, conhecemos também a história de uma mulher comum, como diversas meninas que abandonaram sua casa muito jovens para trabalhar como doméstica na cidade grande. A história de sua própria mãe cria um elo potente com as violências e preconceitos que o ator relata.
Ficha técnica
Dramaturgia e atuação: Pablito Kucarz
Direção: Maíra Lour
Direção de produção: Gilmar Kaminski
Assistência de produção: Danatha Siqueira
Direção de palco: Dafne Viola
Trilha original e desenho de som: Alvaro Antonio
Iluminação: Beto Bruel
Adaptação e operação de luz: Lucri Reggiani
Cenário: Guenia Lemos
Figurino: Val Salles
Interlocução artística: Ligia Souza
Orientação dramatúrgica: Camila Bauer
Realização: Súbita Companhia de Teatro e Flutua Produções
Duração: 40 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Dito
Este espetáculo solo é fruto da pesquisa continuada da Súbita Companhia em dramaturgia autoficcional contemporânea. Em “Dito”, Pablito Kucarz discute a masculinidade a partir de suas memórias e da relação com seu pai, Benedito.
É nesta relação, erguida através de silêncios, que o trabalho busca encontrar possibilidades de fala e assim criar diálogos possíveis entre um pai e um filho. Benedito nasceu em 1950, preto e periférico, e viveu sua adolescência durante a ditadura militar em uma cidade eugenista e branca, Curitiba.
Aos 12 anos de idade, viu sua mãe morrer de tuberculose, na época, uma doença renegada aos miseráveis.
Pablito nasceu em 1981 e viveu a adolescência embalado pela efervescência da chegada da cultura Pop no país e pela popularização da televisão e de programas como Show da Xuxa, Viva a Noite e Programa do Gugu.
E é no choque dessas gerações que a encenação se apoia, e na constituição de família que ali se alicerça.
Ficha técnica
Dramaturgia e atuação: Pablito Kucarz
Direção: Nadja Naira
Dramaturgismo: Lígia Souza
Direção de produção: Gilmar Kaminski
Produção executiva: Cindy Napoli
Assistência de direção: Dafne Viola
Assistência de produção: Danatha Siqueira
Preparação corporal: Cintia Napoli
Iluminação: Lucri Reggiani
Cenografia: Gabrielle Windmuller
Figurinos: Isbella Brasileiro
Trilha sonora: Alvaro Antônio
Realização: Súbita Companhia de Teatro e Flutua Produções
Classificação indicativa: 16 anos
O Medo da Morte das Coisas
A Súbita Companhia tem sua trajetória reconhecidamente pautada pelo trabalho a partir da pesquisa dos estudos do corpo e do movimento. Em “O Medo da Morte das Coisas”, uma mulher dança e revela suas memórias em um apartamento antigo que mostra marcas de desgaste do tempo e precisa de manutenção. Ao observar as manchas, o mofo, as rachaduras e os vazamentos, ela se volta para dentro de si e se confunde com aquele lugar.
A dramaturgia apresenta inúmeros recursos de linguagem que servem como estímulo para a criação no corpo e na palavra: fluxo, ritmo, intensidade, repetição, movimento, signos, tempo, relação com arquitetura do espaço, etc.
Ficha técnica
Dramaturgia e atuação: Maíra Lour
Direção: Nadja Naira
Orientação dramatúrgica: Lígia Souza
Direção de produção: Gilmar Kaminski
Produção executiva: Cindy Napoli
Assistência de direção: Dafne Viola
Assistência de produção: Danatha Siqueira
Preparação corporal: Cintia Napoli
Iluminação: Lucri Reggiani
Cenografia: Gabrielle Windmuller
Figurinos: Isbella Brasileiro
Trilha sonora: Alvaro Antônio
Realização: Súbita Companhia de Teatro e Flutua Produções
Classificação indicativa: 16 anos
O Coração da Boca é a Língua
Solo idealizado pela atriz e performer Patricia Cipriano, é uma busca pela memória de um corpo sapatão não identificado em suas primeiras insurgências, um estudo aberto sobre as possibilidades de flexão do verbo amar para além da heteronormatividade.
“O amor sapatão é revolucionário, pena que aprendeu tarde. Antes tarde do que nunca”.
Ficha técnica
Direção: Maíra Lour
Performance e dramaturgia: Patricia Cipriano
Desenho de som e operação: Amira Massabki
Desenho de luz e operação: Semyramys Monastier
Orientação dramatúrgica: Sueli Araújo
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: Livre
AQUI – Filmes
Há um problema, um segredo, uma esperança. Partindo dessas três palavras, repletas de conceitos e imagens, a Súbita Companhia de Teatro, em parceria com a dramaturga Lígia Souza, apresenta “AQUI”.
“AQUI” pode se referir ao chão onde pisamos, o que nos levou a escavar camadas para vislumbrar o que esteve aqui antes e o que poderá estar depois de nós. Na dramaturgia, há a sobreposição de tempos, de perspectivas cronológicas que se desfazem, o não-tempo em um só lugar. E que lugar é esse?
Ficha técnica
Direção: Maíra Lour
Roteiros: Ligia Souza
Elenco: Cleydson Nascimento, Conde Baltazar, Helena de Jorge Portela, Janaina Matter e Pablito Kucarz
Direção de fotografia/Edição: Eli Firmeza
Assistente de câmera/Eletricista: Lucri Regiani
Trilha sonora: Álvaro Antonio
Figurinos: Isbella Brasileiro
Direção de arte: Guenia Lemos
Maquiagem: Carol Suss
Assistência de direção: Dafne Viola
Equipamentos cinematográficos: Backbros
Imagens aéreas: Bernardo Rocha
Produção executiva: Michele Menezes
Direção de produção: Gabriela Berbert
Assistente de produção: Sergius Ramos
Tradução em libras: Talita Sharon Simões
Preparação de elenco: Tonio Luna
Realização: Súbita Companhia de Teatro
Classificação indicativa: Livre
Assista aos filmes: https://youtu.be/qAJCEbEAnHo
Aproveite para assinar o Cwb Live, pagando a quantia que você achar justa. É só clicar nesse link da campanha “Eu Apoio o Cwb Live”, que fica hospedada na plataforma Catarse.
Assim, você ajuda o site a se manter na ativa, fazendo um jornalismo independente e com conteúdos exclusivos (entrevistas em texto e vídeo, coberturas de shows, fotos, vídeos e matérias).
Inscreva-se no nosso canal no YouTube para assistir aos vídeos de shows e entrevistas exclusivas e siga as nossas redes sociais no Twitter, Instagram e Facebook.
Deixar um comentário