Texto: Marcos Anubis
Foto: Divulgação
Uma reunião de grandes nomes da música curitibana com a intenção de tocar hinos que, de alguma forma, são símbolos de resistência. Assim surgiu o Partigianos, banda formada por Vlad Urban (guitarra e vocal – Sick Sick Sinners e Os Catalépticos), David Ernst (guitarra – Krapullas e 99Noizagain), Pepeu Flukeman (baixo – CwBillys), Andre Santos (bateria – Repudiyo) e Gustavo Toscan (acordeon – Decadência).
A estreia do Partigianos acontecerá neste sábado (19) no 92 Graus. O evento ainda contará com shows da banda inglesa Left For Dead e da paulista Flicts.
O termo “partisan” surgiu na Guerra Civil Espanhola, nos anos 1930. Durante a Segunda Guerra Mundial, esses grupos tiveram uma participação essencial atuando como focos de resistência contra a ocupação alemã nos países da Europa.
A ideia de montar o grupo partiu de Vlad e sua irmã, Dora Urban. Foram os dois que começaram a pesquisa que resultou no repertório inicial do Partigianos, buscando canções que se encaixassem na concepção ideológica do grupo.
A proposta é bem inusitada e criativa. “A banda surgiu desta vontade de resgatar essas músicas de resistência e de cunho antifascista. Geralmente, eram os exércitos que cantavam essas músicas de camponeses ou de exércitos de civis que eram conhecidos na Itália como ‘partigianis’ ou na Espanha como ‘partisans’. A nossa versão é um ‘abrasileiramento’ do nome”, explica Vlad.
Em sua maioria, as canções que farão parte do repertório do Partigianos, por enquanto, estão ligadas aos países europeus que, de alguma forma, lutaram contra ocupações e ditaduras fascistas. “Basicamente, são releituras de canções da Guerra Civil espanhola e da resistência italiana contra a ocupação nazista e fascista na Itália. Tocaremos, também, uma música da revolução mexicana. Algumas têm uma pegada slava, porque elas têm raízes no leste europeu. Estamos no começo da montagem do repertório, mas vamos chegar também nas músicas da resistência contra as ditaduras latino-americanas e também da revolução cubana”, conta.
A formação da banda foi construída pensando nos instrumentos que compõem a execução das canções e, também, em integrantes que tivessem algo em comum com a ideia do Partigianos. “Os nossos pais ouviam muitas dessas músicas em casa. A formação foi pensada com o intuito de tentar recriar a forma com que essas músicas eram tocadas, mas com uma pegada mais punk”, explica. “A ideia é ser uma banda que funcione em diversas formações, sem ficar engessada”, complementa.
Na visão de seus integrantes, essencialmente, existe um paralelo entre a resistência dos partisans na Europa e a situação vivida no Brasil, atualmente. “Eu acho que se enquadra completamente porque é uma guerra assimétrica onde os grandes meios de comunicação estão nas mãos dos capitalistas. E a gente nunca pode se esquecer de que os capitalistas fomentam o fascismo como forma de proteção do seu status”, opina.
Os ingressos para o show de hoje no 92 Graus são limitados e custam: R$ 30 (antecipado) e R$ 40 na hora do evento. Os bilhetes podem ser adquiridos no 92 Graus, no site Red Star (nesse caso não é preciso preencher o CEP e o ingresso deve ser retirado no 92 Graus) e nas lojas Dr. Rock (Rua Emiliano Perneta, 297, loja 4, Shopping Metropolitan. Fone: 3024-0669) e Rockabirra (Rua Barão dos Campos Gerais, 474, Juvevê).
A casa abre às 20h e os shows começam às 22h. O 92 Graus fica na Rua Manoel Ribas, 108, no Centro.
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