Texto: Marcos Anubis
Fotos e revisão: Pri Oliveira
A segunda noite da 18ª edição do Psycho Carnival aconteceu no sábado (25) no Jokers. O line up reuniu cinco bandas brasileiras e um dos nomes mais importantes da história do Psychobilly.
Zabilly
A banda Zabilly, de Colombo, participou do festival pelo terceiro ano seguido. O grupo foi formado em 2011 e vem conquistando o seu espaço no cenário paranaense.
Jura (baixo e vocal), Guilherme (guitarra e backing vocal) e Sandro (bateria e backing vocal) abriram o show com “Monstro do armário”. O setlist teve direito até a uma versão de “Terrible nightmares”, da banda curitibana Os Catalépticos, um dos nomes mais importantes da história do Psychobilly brasileiro.
“Casa do horror 73” encerrou a apresentação. “O show foi muito bom! Ficamos muito surpresos por ver várias pessoas cantando nossas músicas e interagindo em nosso show. Vários membros de bandas vieram falar conosco, dar parabéns pelo nosso trabalho e sugerir parcerias para tocarmos juntos”, diz Jura.
Leia neste linka entrevista que a banda concedeu ao Cwb Live antes do show no Psycho Carnival. Confira, também, um vídeo do show e o nosso álbum de fotos.
A Surf Music Instrumental do grupo Kingargoolas, de Guarapuava, surpreendeu o público que ainda não conhecia a banda. Mackey (guitarra e teremim), Arêdes (guitarra), Joerto (baixo) e Cerso (bateria) estão completando dez anos de carreira e se apresentaram pelo segundo ano seguido no festival.
“Tits a go go” abriu o show. Dentro do setlist preparado pelo grupo, as músicas que tiveram o uso do teremim, como “Saturn safari”, chamaram muito a atenção. O instrumento é composto por duas hastes de ferro posicionadas em cima de uma base de madeira. Ele é “tocado” quando o músico aproxima suas mãos das hastes. Quanto mais próximo, mais agudo o som fica.
Ainda em 2017, a banda embarcará para a sua primeira tour europeia. O grupo também prepara o lançamento de seu novo álbum. Os anteriores são “Kingargoolas” (2013) e “Tales From The Instro Zone” (2015).
“Fórceps Poseidon” encerrou o show. “Tivemos uma excelente receptividade nessa edição do Carnival. Boa parte do público tinha visto a nossa apresentação no ano anterior e, além disso, tocamos em um horário um pouco mais tarde do que em 2016. Isso fez com que mais pessoas vissem a apresentação. A organização foi impecável e a produção do evento está cada vez melhor”, diz Cerso.
Leia neste linka entrevista que a banda concedeu ao Cwb Live antes do show no Psycho Carnival. Confira, também, um vídeo do show e o nosso álbum de fotos.
O grupo paulista abriu a apresentação com “Sin is my good brother”. Em 2014, o Red Lights Gang tocou no Curitiba Rock Carnival (evento paralelo ao Psycho Carnival), mas, de forma oficial, essa foi a estreia do grupo no festival.
O setlist do show contou com músicas do primeiro álbum da banda, “13” (2013), e incluiu até uma versão para “Stop me if you think you’ve heard this one before” do The Smiths.
A banda foi formada em 2010. Marcial (baixo acústico), Fábio McCoy (bateria), Fil (violão), Toro (guitarra) e Américo (vocal) fazem um som bem vintage, baseado no Rockabilly, Country e Western Swing.
“Honky tonk devil-girl” encerrou a apresentação. “O show foi incrível, com muita energia, muitos amigos na plateia e gente se divertindo. Foi uma de nossas melhores apresentações”, diz Américo.
Leia neste linka entrevista exclusiva que banda deu ao Cwb Live antes do show no Psycho Carnival. Confira, também, um vídeo do show e o nosso álbum de fotos.
O Crazy Horses, de Londrina, voltou ao festival após dois anos. Jhonny Horse (baixo e vocal), Dead Horse (guitarra e vocal) e Junkie Horse (bateria) fizeram a sua 8ª participação no festival.
O psychobilly da banda é extremamente pesado, com vocais guturais e bases de guitarra e baixo cadenciadas, intercaladas com partes mais rápidas.
O grupo abriu a apresentação com “Rain of rock”. O setlist do show contou com músicas do primeiro CD do grupo, “Down Hill” (2006), e do próximo álbum da banda, “Drug Cup”, que já está sendo gravado. Destaque para “Curse by the rythm”, que talvez seja a canção que melhor retrata o som do Crazy Horses.
“Drug cup” encerrou a apresentação. Leia neste linka entrevista que a banda concedeu ao Cwb Live antes do show no Psycho Carnival. Confira, também, um vídeo do show e o nosso álbum de fotos.
Qualquer pessoa no mundo que acompanha o underground, tem a obrigação de ver um show dos curitibanos do Ovos Presley. O motivo é simples: Ademir (vocal), Wallace (guitarra e vocal), Nei (baixo) e Cidadão Rancor (bateria) são extremamente viscerais ao vivo e proporcionam um show sempre cheio de energia.
Quando as cortinas do palco do Jokers se abriram e a figura ensandecida de Ademir surgiu cantando “Tristes homens azuis”, nenhuma alma se manteve parada. O setlist teve “Cadillac podreira”, “Minha prostituta” e “Fome animal”, entre outros clássicos do underground curitibano.
Um fato que entristeceu os fãs da banda é que esse foi o último show do baterista Cidadão Rancor, que está saindo do grupo. “Foram 11 anos de muita correria, shows, viagens, festivais e parcerias. A minha saída não foi uma opção. Nós estávamos em uma fase legal. Tínhamos acabado de fazer um show animal em São Paulo e, alguns dias depois, eu apenas fui comunicado pelo Wallace que a banda tinha optado pela minha saída para colocar o antigo baterista porque ele ‘tem mais a cara da banda’ (nas palavras do Wallace)”, conta Cidadão Rancor.
A forma com que tudo aconteceu ainda parece não estar muito clara para o baterista. “O Ademir ia nesse dia para me comunicar, mas não apareceu. O Nei também não e, no dia seguinte, ele me falou, surpreso, que não sabia da decisão. O que rolou mesmo entre eles eu não tenho muita certeza. Foi assim, de surpresa e sem conversa. Apenas um único membro, o Wallace, me comunicando que depois de 11 anos eu estava fora”, complementa.
Wallace também deu a sua versão dos fatos. “Em nome do Ovos Presley, só temos a agradecer toda a colaboração do Cidadão Rancor ao longo desses 11 anos em que ele esteve conosco. Infelizmente, eu tive que ser o porta voz da vontade atual da banda”, diz o guitarrista.
Apesar da saída inesperada, o baterista acredita que o período vivido ao lado do Ovos Presley não foi em vão. “Quando eu falo em 11 anos é para marcar que, além dos discos, músicas, shows e materiais que lançamos, eu fui o baterista que ficou mais tempo na banda. Mas sem crise. Fiz a despedida no Psycho Carnival e o show foi incrível. Foi um puta ciclo massa. Olho para trás e vejo um saldo positivo”, afirma.
“Vai tomar no cu” encerrou a apresentação, com boa parte do público subindo no palco para cantar com Ademir. “Foi animal! Como tocamos antes da banda principal, fizemos uma apresentação mais curta, então, colocamos todo o gás no setlist pra destruir a galera. Ver a resposta do público não tem preço! Psycho Carnival é isso, fantástico como sempre!”, diz Nei.
Leia neste link a entrevista que a banda concedeu ao Cwb Live antes do show no Psycho Carnival. Confira, também, um vídeo do show e o nosso álbum de fotos.
Os ingleses do Long Tall Texans encerraram a segunda noite do festival. Mark Carew (baixo e vocal), Mark Denman (guitarra) e “Theo” Anthony Theodotu se apresentaram pela segunda vez no Brasil. A primeira aconteceu em 2009. O Long Tall Texans foi formado em 1985 na cidade de Brighton, na Inglaterra, e é considerado um dos primeiros grupos da história do Psychobilly.
A instrumental “Taxi!”, seguida por “Sex & beer & Psychobilly”, do álbum mais recente da banda, “The Devil Made Us Do It!” (2016), abriram a apresentação. O setlist também teve músicas de todas as fases da carreira da banda, entre elas “No tomorrow” e “You don’t want me”.
Ao vivo, a velocidade com que Mark Carew executa as progressões harmônicas no baixo é impressionante. Além de sua técnica, ele manteve uma de suas maiores características no palco: sorrir durante todo o show.
Na bateria, Theo mostrou uma cadência rítmica que acompanhava a genialidade de Carew. Denman, usando uma stratocaster vermelha carregada de drive, completava o Psychobilly melódico e tradicional da banda. Vale ressaltar o trabalho da equipe de som do festival, que deixou todos os instrumentos soando de forma nítida, fator que contribuiu muito para a qualidade da apresentação.
No final do show, após uma breve saída do palco, o grupo voltou para atender aos pedidos dos fãs e encerrar a apresentação com “Saints and sinners” e “Ballroom blitz”.
Leia neste linka entrevista que a banda concedeu ao Cwb Live antes do show no Psycho Carnival. Confira, também, um vídeo do show e o nosso álbum de fotos.
Jornalista pós-graduado em Produção e Avaliação de Conteúdos para Mídias Digitais. Acredito que a música pode realmente mudar a vida das pessoas, por isso trato o jornalismo cultural/musical com extrema seriedade. A missão do jornalista é buscar a informação e levá-la até o seu leitor. É isso que procuro fazer com o meu trabalho.
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