Texto e tradução: Marcos Anubis
Fotos: Reprodução/Facebook Renaissance
Completar meio século de carreira é um privilégio que poucos grupos conseguem alcançar. A banda inglesa Renaissance está prestes a escrever o seu nome nessa seleta lista.
No mês de maio, Annie Haslam (vocal), Rave Tesar (teclados), Tom Brislin (teclados e vocal), Mark Lambert (guitarra e vocal), Frank Pagano (bateria, percussão e vocal) e Leo Traversa (baixo e vocal) iniciam a sua primeira turnê pelo Brasil. E a estreia será no Teatro Guaíra, em Curitiba, no dia 24.
Mas, se o sexteto fará o seu debut, Annie Haslam já teve a oportunidade de apresentar seu trabalho em solo brasileiro. “Eu tenho lembranças maravilhosas da primeira vez que me apresentei aí, em 1997. Fui levada pelo Carlos Edmar de Souza e o Luiz Octavio Drummond. O Luiz tinha visto a minha banda solo em Nova York e perguntou quando eu iria tocar no Brasil. Eu disse que se ele conseguisse agendar alguns shows, eu iria. Fui com outro músico, o David Biglin, e gravamos os shows em Petrópolis e no Rio de Janeiro. Fizemos um CD chamado ‘Under Brazilian Skies’. Foi uma grande experiência! Muitos fãs do Renaissance vieram me ver. Eu estava muito emocional e esmagadora”, relembra Annie.
Dois anos depois, Annie voltaria ao Brasil. “A segunda vez foi em 1999, quando o Steven Altit da Top Cat Productions me contatou para ir novamente, desta vez com a minha banda. Foi outra viagem memorável! Estou muito animada para, finalmente, ir ao Brasil com o Renaissance, novamente com Steve Altit no leme!”, complementa.
Pioneiros
O Renaissance é considerado um dos nomes mais importantes do Rock Progressivo. O interessante é que, na visão de Annie, a obra do grupo não se enquadra nesse rótulo. “Em minha opinião, o termo Rock Progressivo não é adequado ao nosso estilo de música. Eu gosto de chamá-lo de Rock Sinfônico. Somos uma banda mais leve. O Rock Progressivo é um estilo, geralmente, mais ‘masculino’ e mais pesado”, analisa.
Nas últimas duas décadas, o Rock Progressivo foi absorvido até por outros estilos, entre eles, o Heavy Metal. Nenhuma dessas metamorfoses, entretanto, chamou a atenção da cantora. “Meus ouvidos são muito macios. Eu gosto de música mais suave e melodiosa”, afirma.
No Brasil, bandas como Os Mutantes e o Secos & Molhados também flertaram com as nuances do Rock Progressivo. Annie não conhece esses dois gigantes da música brasileira, mas já teve a oportunidade de gravar dois clássicos da MPB. “Minha primeira introdução à música brasileira foi por meio da música de Tom Jobim e Gilberto Gil. Eu gravei ‘Desafinado’ e ‘Quiet nights (Corcovado)’ no meu álbum solo ‘One Enchanted Evening’. Eu não conheço muita coisa da música brasileira, mas eu amo muito o que ouvi!”, conta.
Manter a essência
O Renaissance foi formado em 1969 por Keith Relf (guitarra e vocal) e Jim McCarty (bateria), ex-integrantes do lendário The Yardbirds. Os dois primeiros álbuns lançados pelo grupo foram “Renaissance” (1969) e “Illusion” (1971).
Após o segundo disco, a banda foi reformulada e passou a contar com Annie Haslam (vocal), Michael Dunford (violão), John Tout (piano), Jon Camp (baixo e vocal) e Terry Sullivan (bateria). O primeiro álbum com a nova formação foi “Prologue” (1972).
Ao longo dos anos, a banda mudou de formação em várias ocasiões, mas na percepção e Annie, o grupo conseguiu manter a sua essência. “Nós não deixamos ninguém influenciar o que já criamos como música única e atemporal”, afirma.
Em 2012, pouco tempo após o renascimento do Renaissance, uma tragédia deixou a banda desnorteada. Michael Dunford sofreu um AVC no dia 19 de novembro, entrou em coma e morreu no dia seguinte.
Foi um duro golpe para Annie e seus companheiros. “A morte do Michael foi um grande choque. Nós tínhamos acabado de gravar o nosso novo álbum, então a vida estava boa e excitante. Havíamos reavivado a nossa amizade e formado uma nova e talentosa banda. O espírito de Michael estará sempre conosco por meio de sua música, particularmente quando nós realizamos shows ao vivo. Da mesma forma que eu, ele queria muito levar a banda para o Brasil. Sei que ele ficaria muito orgulhoso por eu ter decidido continuar. A falta dele ainda é muito sentida!”, diz Annie.
Mudanças
Durante esses 48 anos de estrada, além da mudança de integrantes, outro fator teve um grande impacto na banda: a evolução tecnológica dos instrumentos musicais e das técnicas de gravação.
O reflexo disso vem nos shows do grupo. “Devido aos avanços técnicos dos instrumentos musicais, somos capazes de reproduzir fielmente os arranjos orquestrais que são a característica do Renaissance. Temos dois teclados que ajudam muito. Além disso, cinco dos seis membros da banda são cantores fortes, o que realmente eleva as músicas para maiores alturas!”, analisa.
O mais recente álbum do grupo é “Symphony of Light” (2013). Annie revela que o grupo já pensa em um novo trabalho. “Nós estamos promovendo esse CD, mas já discutimos a possibilidade de um novo álbum”, conta.
O Renaissance se apresenta no dia 24 de maio no Teatro Guaíra. Os ingressos custam: Plateia, fila A até F – R$ 486 (inteira) e R$ 246 (meia-entrada). Plateia, fila G até a L – R$ 466 (inteira) e R$ 236 (meia-entrada). Plateia, fila M até a V – R$ 426 (inteira) e R$ 216 (meia-entrada). 1º Balcão – R$ 386 (inteira) e R$ 196 (meia-entrada). 2º Balcão – R$ 306 (inteira) e R$ 156 (meia-entrada). Já está incluso valor a de R$ 6 referente a taxa de serviço do Disk Ingressos.
A meia-entrada é válida para doadores de sangue, estudantes, idosos, PNE, portador de câncer, professores, associados do cartão fidelidade Disk Ingressos, membros do clube Gazeta do Povo.
Os bilhetes podem ser adquiridos no site Disk Ingressos, na loja da empresa no Shopping Palladium (de segunda a sexta, das 11h às 23h, aos sábados, das 10h às 22h, e aos domingos, das 14h às 20h), nos quiosques instalados nos shoppings Mueller e Estação (de segunda a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos, das 14h às 20h) e no Call center pelo fone (41) 3315-0808 (de segunda a sexta, das 9h às 22h, e aos domingos, das 9h às 18h). Desconto de 50% para assinantes da Gazeta do Povo com um acompanhante e associados do cartão fidelidade Disk Ingressos com um acompanhante.
O show começa às 21h. O Teatro Guaíra fica na Rua Conselheiro Laurindo, s/n, no Centro. Antes da apresentação, também serão vendidas algumas pinturas de Annie Haslam. “Eu nunca fui a Curitiba, mas ouvi dizer que é muito bonita. O show será o primeiro da turnê e, por ser a primeira vez que o Renaissance estará se apresentando no Brasil, esta será uma noite muito especial. Espero ver muitos fãs lá, será uma noite para lembrar”, finaliza.
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