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Andreas Kisser fala com exclusividade sobre o novo álbum, a carreira da banda e o histórico show em 1994 na Pedreira Paulo Leminski

Uma banda que sai do nada e conquista o planeta. Para artistas europeus ou americanos, essa é uma história comum que já aconteceu inúmeras vezes. Agora, traga essa realidade para o Brasil, no chamado “terceiro mundo”, e adicione uma banda que vivia em uma cidade fora do principal eixo musical do país.

Contra todas as probabilidades, quatro jovens músicos de Belo Horizonte pulverizaram essa “regra” de que só bandas dos Estados Unidos ou da Europa estão fadadas ao sucesso.

Hoje, comemorando 32 anos de carreira, o Sepultura do guitarrista Andreas Kisser continua escrevendo essa história e levando a música brasileira aos quatro cantos do mundo. Ao lado da formação atual da banda, que ainda conta com Paulo Jr. (baixo), Derrick Green (vocal) e Eloy Casagrande (bateria), Andreas já viveu momentos de ascensão, queda, desavenças, dúvidas e recomeços.

O novo álbum

O Sepultura está prestes a lançar o sucessor do álbum “The Mediator Between Head and Hands Must Be the Heart (2013). O CD, que deve ter o título e a capa revelados nas próximas semanas, foi gravado na Suécia pelo produtor sueco Jens Bogren e já está finalizado. “Ele é um produtor jovem que já trabalhou com muitas bandas, entre elas o Meshuggah, o Kreator e o Angra. Nós gravamos a bateria em Estocolmo e depois fomos terminar as gravações na cidade de Örebro, onde ele mora e tem o seu estúdio. Ele mesmo gravou e mixou tudo por lá”, conta Andreas.

Entre outros álbuns, Bogren produziu “Twilight of the Thunder God” (2008) do Amon Amarth, “Phantom Antichrist” (2012) do Kreator e “Faith Divides Us – Death Unites Us” (2009) do Paradise Lost.

O novo trabalho do Sepultura promete seguir um novo rumo em relação ao anterior. “É um disco muito diferente do ‘Mediator’, que era mais porradão, mais direto. Ele é um pouco mais musical, digamos assim. Ele tem uma música instrumental e conta com a participação de um grupo de violinos da Tunísia”, diz.

Um dos principais motivos para o entusiasmo de Andreas com o novo álbum é o entrosamento que o baterista Eloy Casagrande já adquiriu com seus companheiros. “Já é o segundo disco que o Eloy grava conosco, então nós estamos muito mais entrosados. É um álbum mais compacto. Hoje nós somos uma banda mais firme. O Eloy já está há quase seis anos conosco. Nós fizemos muitos shows, principalmente, nesses dois últimos anos e isso ajudou na hora de compor”, opina.

Eloy é considerado um dos grandes prodígios da música brasileira nos últimos anos. Em 2006, o baterista ganhou o concurso “Modern Drummer’s Undiscovered Drummers Contest”, que revela jovens talentos do mundo todo. Ele entrou na banda em 2011 para substituir Jean Dolabella.

Apesar de ainda manterem segredo sobre o novo trabalho, uma das músicas já está sendo tocada ao vivo. “I’m the enemy”, que deve ser o primeiro single do novo álbum a ser lançado, aborda o conflito entre “ser” o seu inimigo e “criar” o seu inimigo. “É uma música mais direta, mais Hardcore. A letra dela fala de muitas coisas que nós temos na nossa cabeça e que nós mesmos criamos. No final das contas, nós somos a solução dos nossos problemas”, explica Andreas. “É como olhar no espelho e dizer que não adianta ficar culpando A, B ou C. Não adianta culpar o governo por coisas que nós mesmos criamos. É aquela ideia de que ‘eu sou o meu próprio inimigo’. Sou eu que tenho que me encarar e resolver os meus problemas sem ficar chorando as pitangas e culpando outras coisas além do que crio na minha cabeça”, complementa.

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Um show histórico e assustador

O Sepultura se apresentaria no último sábado (22) na Live Curitiba, mas o show acabou sendo transferido. Ele acontecerá no dia 16 de dezembro na Trésor Eventos. Em suas redes sociais, o grupo alegou que “problemas operacionais que fogem ao controle da banda” impediram que a apresentação acontecesse. Historicamente, a relação do Sepultura com a capital paranaense vem desde o início da trajetória do grupo.

No dia 12 de novembro de 1994, a Pedreira Paulo Leminski recebeu um dos shows mais marcantes que a cidade já presenciou. Em uma tarde de extremo calor, Viper e Raimundos abriram a “Acid Chaos Tour”. Como o tempo estava seco, à medida que o público pulava, uma nuvem de poeira ia se formando acima da plateia. Até esse momento, tudo corria tranquilamente.

O próximo a se apresentar seria o Sepultura. Na época, a banda ainda estava colhendo os frutos do fantástico “Chaos A.D.”, lançado no ano anterior. De repente, vinda não se sabe de onde, uma tempestade assustadora desabou sobre a Pedreira. Para o desespero do público e dos organizadores, raios caíam atrás do palco e na parte mais alta na qual, antes, ficavam os camarotes. “Isso foi bem na hora em que nós entramos. Foi uma das coisas mais aterrorizantes que eu já vi na minha vida! Nós só conseguimos tocar umas quatro ou cinco músicas, mas sobrevivemos (risos)”, relembra Andreas.

A experiência está, até hoje, marcada na memória do grupo não só pelo imprevisto da natureza, mas também por ter sido vivida ao lado de uma das maiores bandas da história. “Eu lembro perfeitamente daquele dia. Aquela turnê com o Ramones foi uma honra, um privilégio. Nós estávamos viajando o mundo com o ‘Chaos A.D.’ e ter a possibilidade de tocar no Brasil com os Ramones foi foda!”, diz.

Diante da tormenta que desabava e fazia com que o público tentasse se proteger do granizo e do vento, o grupo foi obrigado a fazer uma apresentação mais curta. “Estava abarrotado e, quando começou a chover, o pessoal começou a procurar abrigo porque os raios estavam caindo e o tempo fechou de uma maneira muito rápida. Tinha muito vento no palco, poucas luzes e todos nós estávamos com receio de tomar um choque. Nós tocamos e, quando saímos, a tempestade se dissipou e tudo voltou ao normal. Na verdade, foi uma surpresa que nós preparamos junto com a natureza. Fazia parte do show (risos)”, complementa.




As raízes

Hoje, misturar música brasileira com Heavy Metal ou qualquer outro estilo é uma atitude normal. No início da década de 1990, porém, essa realidade estava longe de ser assim. Existia um abismo entre as raízes dos ritmos brasileiros e, principalmente, os estilos mais extremos. Coube ao Sepultura a missão de derrubar essa barreira.

Após lançar os excelentes “Beneath the Remains” (1989) e “Arise” (1991), o grupo iniciou uma mudança que faria toda a diferença na concepção de sua música a partir de então. “Para nós, era uma evolução natural. Essa coisa começou até antes do ‘Chaos A.D.’. Nós saímos do Brasil em 1989 para tocar na Europa pela primeira vez e vimos que o Brasil tinha muito mais a oferecer. Coisas da nossa cultura, como a percussão, que só nós tínhamos. Na introdução da ‘Altered state’ no ‘Arise’ nós já tínhamos essa pegada sul-americana. Aí, no “Chaos’, nós já utilizamos os instrumentos de percussão”, afirma.

O álbum “Chaos A.D.” (1993) já trazia uma amostra dos elementos que se tornariam, talvez, a grande marca do Sepultura dali para frente. Mas foi no disco seguinte, “Roots” (1996) que isso se tornaria ainda mais evidente. “No ‘Roots’ explodiu essa coisa de chamar o Carlinhos Brown, de ir para a tribo dos Xavantes, de fazer música sobre o Chico Mendes e coisas assim”, conta.

Naquele momento, o Sepultura mergulhou nas origens musicais de sua nação, sem nenhum pudor ou regra pré-estabelecida. “Ali, nós estávamos fazendo realmente uma pesquisa sobre as raízes musicais do Brasil. E não só as nossas, que têm essa influência europeia, dos invasores portugueses, enfim, mas também da música dos índios. Ela não tem nenhuma influência de outro lugar, é uma coisa muito nativa”, analisa.

Além de tudo isso, muitos elementos absorvidos pela banda naquele momento vieram da incorporação da cultura dos africanos no cotidiano brasileiro. “Nós tivemos também a influência dos escravos que vieram para cá e trouxeram tantos instrumentos, ritmos, religiões e crenças novas. Ali, isso aconteceu por meio do Carlinhos Brown, principalmente, e da percussão baiana, que é única no mundo e inspira tanta gente. Nós nunca pensamos em colagem, não tínhamos esse receio de arriscar. A arte nada mais é do que um risco. Se você não arriscar não fará nada de novo, só estará repetindo as coisas”, afirma.

A ousadia rende frutos até hoje. Em seus shows, a banda sempre inclui algumas canções do álbum, como a faixa-título e “Ratamahatta”, talvez a música que melhor representa a fusão entre o Heavy Metal do Sepultura e a percussão de Carlinhos Brown. “Nós estávamos muito confiantes e acho que fizemos o certo porque ele é um disco ainda muito bem-visto. Após 20 anos, muita gente ainda comenta sobre o ‘Roots’. Nós tocamos músicas dele até hoje. Ele é realmente um álbum poderoso e nós temos muito orgulho desse trabalho!”, complementa.

Histórias que não se concretizaram

O que poucos sabem é que a banda tinha escolhido o genial Naná Vasconcelos para gravar as percussões de “Roots”. O percussionista, que faleceu no último mês de março, deu uma entrevista para o Cwb Live no final do ano passado e revelou que foi procurado pelo grupo. “O Naná foi a nossa primeira escolha. Nós queríamos um percussionista profissional trabalhando conosco, então eu fui com a minha esposa assistir a um show dele no Palace, em São Paulo. Eu fiquei maravilhado! Ele estava sozinho no palco, usando vários instrumentos e comandando a plateia como um regente. Eu nunca vi ninguém tocar berimbau igual a ele, era uma coisa inacreditável!”, elogia Andreas.

Naná estava em turnê durante o período em que o álbum seria gravado, o que impossibilitou a sua participação. Pouco depois, de forma quase casual, surgiu a peça que faltava.

Em 1995, aconteceu o primeiro VMB (Video Music Brasil). No evento, instituído pela MTV, o Sepultura se apresentou executando duas músicas: “Territory” e a instrumental “Kaiowas”, em que contaram com a participação da Nação Zumbi, de João Barone (Paralamas do Sucesso) e do próprio Carlinhos Brown. “Parece que o contato com o Naná foi um pouco difícil de ser feito e aí surgiu o VMB. Foi mais ou menos naquela época que nós conhecemos o Carlinhos Brown. Nós conversamos e dissemos que já estávamos trabalhando nas ideias do ‘Roots”. Foi uma coisa mais natural, digamos assim. Ela surgiu de uma jam session. Então, ele abraçou o projeto e foi para os Estados Unidos gravar a participação dele. A ‘Ratamahatta’, por exemplo, foi composta no estúdio lá em Malibu”, conta.

Da participação de Brown no álbum, nasceu uma amizade que sobreviveu ao tempo. “Foi uma química perfeita! Até hoje nós temos uma relação muito boa e positiva com o Brown. Inclusive, em fevereiro, nós fizemos o Carnaval de Salvador em um trio elétrico junto com ele e com o Angra. Foi fantástico! São portas abertas que nós temos desde aquela época”, afirma.

O momento mais difícil da carreira

Mesmo com a repercussão fantástica que o álbum teve mundialmente, nem tudo foi tranquilo nessa fase da banda. Ao contrário: o lançamento e a turnê do CD “Roots” também coincidiram com o momento mais turbulento da história do Sepultura. “Foi uma época polarizada porque, por um lado, nós estávamos fazendo coisas incríveis artisticamente e musicalmente e, por outro, a estrutura da banda, os empresários e toda aquela bagunça, acabaram resultando na saída do Max e tudo mais. Então, a partir daquele momento, nós tivemos que reorganizar toda a nossa estrutura burocrática, mas estamos aqui celebrando 32 anos de história”, relembra.

Esses dias conturbados ainda hoje geram controvérsias e opiniões diferentes entre integrantes e ex-integrantes da banda. Apesar disso, Andreas acredita que eles foram importantes para forjar o futuro do Sepultura. “Eu acho que, se não tivéssemos passado por todos esses perrengues e não tivéssemos essa confiança e essa falta de receio para fazer as coisas, nós não estaríamos aqui ainda”, complementa.

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Slave new world

Em suas três décadas de estrada, o Sepultura passou por todas as transformações da indústria fonográfica. O quarteto viveu a mudança do vinil/fitas cassete para o CD e a transição do CD para o MP3.

Atualmente, a última novidade são as plataformas digitais, como o Spotify e o Bandcamp. Todas essas transformações parecem não ter afetado de uma forma mais radical a realidade da banda. “Para nós, mudou pouca coisa porque nunca tivemos muita entrada financeira pela venda de discos. Nossos contratos sempre foram uma bosta (risos). Principalmente com a Roadrunner”, diz Andreas. “Nós assinamos um contrato de sete discos com eles, um contrato absurdo! Lógico que em cada disco nós tínhamos uma grana um pouco maior, mas era sempre muito burocrático de conseguir. As vendagens eram sempre muito obscuras. Nós fizemos aquela porra daquela gravadora com o Sepultura vendendo o que vendeu e sempre ficou tudo muito obscuro. Nunca soubemos o que vendeu realmente. São números aqui e ali…”, complementa.

Hoje, com a pirataria e a quase banalização da música como produto, mais do que nunca, os shows e o material vendido pelas bandas parecem ser as grandes fontes de renda dos artistas. “Nós sempre tivemos esse lance da estrada, de tocar muito e vender o nosso merchandising diretamente para o fã. Isso sempre foi o que sustentou a banda”, diz.

Apesar dessa nova realidade, em que poucas bandas e gravadoras têm se adaptado, quem é fã de um artista sempre faz questão de ter o material de seus ídolos. “Essa coisa de ficar lançando faixas é coisa de Pop, de quem não tem seguidores. O fã de Heavy Metal quer ouvir um conceito, quer guardar o vinil, ter uma camiseta, um single. O Rock‘n’roll tem essa tradição de lançar álbuns, desde o Yes, o Black Sabbath ou o Deep Purple. Essa tradição não morre e não será o business que vai mudar isso. É por isso que nós sobrevivemos!”, afirma Andreas.

A vida na estrada

Qualquer grande banda no mundo é obrigada a viver uma rotina massacrante que envolve turnês e lançamentos de álbuns. E não são raras as vezes em que essa carga acaba destruindo a relação entre seus integrantes.

Mesmo assim, não existe nada que o músico goste mais do que estar no palco, em frente ao seu público. Com o Sepultura não é diferente. “Metal é estar na estrada, não tem como parar. O disco é uma consequência do que nós temos dentro da gente. Nós viajamos o mundo e todo ano conhecemos um lugar diferente. São 76 países em 32 anos. Sempre tem uma ideia nova surgindo, uma banda ou um estilo que você conhece, até um livro que lê ou uma comida nova que experimenta”, diz.

O resultado de todas essas experiências vividas na estrada acaba convergindo na concepção de um novo trabalho. “Você acumula essas ideias e solta em um disco novo. Não é somente lançar um novo álbum ou tentar copiar uma fórmula do passado, mesmo porque cada trabalho do Sepultura é uma história”, analisa.

Um grande parceiro nessa caminhada mais recente do Sepultura é a gravadora alemã Nuclear Blast. Desde 2010, o quarteto faz parte do cast do selo que ainda tem outros nomes importantes, entre eles Slayer, Anthrax e Kreator. “Eles estão firmes e fortes porque têm pessoas lá que são do Metal, que conhecem as bandas, sabem de onde elas vêm. A maioria das grandes bandas estão lá porque é uma coisa sólida, não é uma historinha ou entrar em uma certa onda que está acontecendo agora”, afirma.




Mais do que um estilo

Nenhum estilo musical sobreviveu por tanto tempo quanto o Heavy Metal. Subdivido em dezenas de vertentes, como Death Metal, Black Metal e Doom Metal, as bandas do gênero arrastam multidões por onde passam.

O orgulho de fazer parte dessa grande família acaba unindo músicos e fãs. “O Heavy Metal é o estilo mais popular do mundo! Não existe outro estilo por meio do qual você chega no Líbano, no Marrocos, na África do Sul, nas Ilhas Reunião ou em Cuba e todo mundo tem uma camiseta preta e sabe quem é Metallica, Sepultura ou Black Sabbath. Ele não depende de rádio ou de vídeos passando na MTV. É uma coisa real e atemporal!”, afirma Andreas.

O perfil do fã de Heavy Metal também costuma ser muito bem definido. Alheios ao imediatismo da indústria fonográfica do século XXI, que lança e esquece artistas diariamente, o público do estilo conhece e acompanha a carreira das bandas. “É um público muito educado e inteligente. Ninguém está ali para azarar a mulher dos outros ou dar um golpe de jiu jitsu que aprendeu na academia durante a semana”, analisa. “As pessoas estão lá para cantar 666 com o Bruce Dickinson e viajar, porque essa é a intenção. As pessoas trabalham duro, não está fácil para ninguém, então, quando você chega em um show do Iron, por exemplo, você solta os demônios realmente. O cara grita, pula, agita e sai com o pescoço todo moído, mas feliz da vida. Isso é recarregar as energias, jogar fora as ruins e trocar pelas boas”, complementa.

Pioneiros

O Sepultura influenciou e foi responsável pelo surgimento de inúmeros outros grupos no Brasil. “Sem dúvidas, o Sepultura abriu essas portas e também mostrou ao mundo que no Brasil existem outros lugares além de São Paulo e Rio. Hoje, as bandas vão para outros lugares como Recife, Manaus e Curitiba”, diz.

Mas a contribuição mais relevante, e que rende frutos para todos, foi o fato do grupo ter aberto as portas para muitas bandas brasileiras se apresentarem fora do país. “Cada vez mais, as bandas estão indo para fora. Não só os grupos mais conhecidos como o Angra, o Krisiun e o Ratos de Porão, que já tem uma base de fãs grande lá fora. Tem ainda o Claustrofobia, o próprio Xandão do Andralls é um cara que agita muito e tem um circuito europeu muito forte, o Tumba, o NervoChaos e outros”, diz.

Um dos fatores mais importantes nessa atual “facilidade” para conseguir contatos fora do país é a possibilidade de divulgar o seu material por meio plataformas digitais. “É uma cena muito unida. A galera se ajuda, mesmo. O pessoal da Europa também vem para cá e recebe ajuda. Então, está bem mais fácil e acessível com essa comunicação atual pela internet com gravadoras. Facilitou muito”, analisa. “Em 2008, o Scorpions veio para cá em uma turnê que eu participei e fizeram dez shows. Passaram por Ribeirão Preto, Recife e Manaus, coisa que era inimaginável há uns 20 anos”, complementa.

A realidade mostra que o Sepultura poderia ter sucumbido facilmente aos vários obstáculos que a carreira deles apresentou. A banda, porém, escolheu seguir em frente e se manter confiante em sua música.

Essa atitude é reconhecida por músicos e pessoas importantes do cenário internacional. No documentário “Sepultura do Brasil” (2014), por exemplo, um dos depoimentos mais sinceros é o do ex-empresário da banda, Todd Singerman.

Ao comentar a saída de Max Cavalera e a entrada de Derick Green, Singerman destaca a coragem da banda em seguir a sua intuição. “Esses caras são corajosos, não iriam desistir. Esse é o diferencial deles. Tudo poderia ter acabado mal. Todas as probabilidades estavam contra eles. A gravadora estava dizendo não e eles continuaram afirmando que iriam fazer o que acreditavam. Isso é Rock‘n’roll!”, diz.

Dessa forma, resistindo aos inúmeros obstáculos que a vida impôs, Andreas Kisser e sua banda se mantêm vivos e, principalmente, seguem lançando álbuns novos.

Continuar compondo material novo é a prova de que a banda não pretende viver dos louros do passado. “Hoje, vivemos um dos momentos mais fortes do Sepultura. Temos tocado em vários lugares, estamos com uma gravadora forte, temos um disco para sair em janeiro, temos uma turnê confirmada com o Kreator agora em fevereiro, enfim, as coisas estão caminhando e temos que viver o presente”, finaliza Andreas.

Assista ao vídeo de “The Vatican”. Aproveite para assinar o Cwb Live, pagando a quantia que você achar justa. É só clicar nesse link da campanha “Eu Apoio o Cwb Live”, que fica hospedada na plataforma Catarse.

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