Texto: Marcos Anubis
Revisão e fotos: Pri Oliveira

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Em 2015, quando se apresentou pela primeira vez no Psycho Carnival, a banda catarinense Tampa do Caixão era um grupo novo e promissor dentro da cena psychobilly brasileira. Já na 18ª edição do festival (que acontecerá entre os dias 24 e 27 de fevereiro no Jokers Pub, em Curitiba) essa realidade é bem diferente.

Nos últimos três anos, o grupo de Joinville, formado por Bronco Billy (vocal), Vitor Borba (guitarra), Testa Voodoo Rocker (slap bass) e Patrick Voodoo Beat (bateria), transformou-se em uma das principais e mais atuantes bandas psycho do país.

Uma prova disso é que este será o terceiro ano seguido em que o Psycho Carnival contará com o Tampa. Na história de quase duas décadas do festival, poucas bandas tiveram essa oportunidade. “Vejo como o resultado de um trabalho constante do grupo, que não para de produzir músicas novas. Ter esse apoio da organização é um grande orgulho! Agradecemos a oportunidade de fazer parte desse festival consagrado mundialmente, porque nesse meio não existe favorecimentos. É preciso trabalhar forte!”, diz Bronco.

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O novo trabalho

O show do Tampa do Caixão acontece na Noite do Esquenta, que será realizada na sexta-feira, 24 de fevereiro, no Jokers. Na apresentação, a banda aproveitará para mostrar algumas músicas que fazem parte de seu segundo álbum, “E Segue o Cortejo” (2016).

O CD tem 11 faixas, sendo oito inéditas e três que integraram a coletânea “Psycozidos” (2015). Além desses trabalhos, a discografia do grupo ainda conta com mais um CD, autointitulado, lançado em 2015.

“E Segue o Cortejo” foi gravado em três estúdios: no AudioStamp, em Curitiba, no estúdio da banda Flesh Grinder e no Toca 88, ambos localizados em Joinville. A produção e masterização ficaram a cargo do músico Fábio Fabum e a arte do novo trabalho foi criada pela artista gráfica Martha Eberhardt. “Esse CD tem o selo da Zombies Union e vem com mais peso e chorume de caixão do que o primeiro. Estamos firmes divulgando a todos o nosso Psychobilly Chorume”, diz.

Um fato interessante na trajetória do Tampa do Caixão é que, apesar de ser de Joinville, a banda sente-se em casa na cidade de Curitiba. A recepção do público, quando o grupo se apresenta na capital paranaense, sempre é muito calorosa. “A nossa relação com a galera de Curitiba é bem legal. Ela foi construída por respeito aos pioneiros, admiração, agradecimento e, principalmente, retribuição. A ideia é sempre abrir espaço em Santa Catarina para as bandas de Curitiba, de todo o Paraná e de São Paulo para, unidos, alavancarmos o Psychobilly”, explica. “Só podemos agradecer a todos que se envolveram com a nossa música, divulgam o nosso som e nos ajudam a estar e permanecer nessa cena”, complementa.

Além de vocalista do Tampa, Bronco também é tatuador e proprietário do estúdio Tattoo Tendence, em Joinville. Na visão do cantor, as duas atividades se complementam. “Acho que a tatuagem, por ser uma expressão artística, é algo que, de uma forma ou outra, acaba contribuindo para o Psychobilly. De certa forma, estamos todos inseridos nessa cultura do underground, vivendo à margem da sociedade”, analisa.

Bronco se mostra muito consciente da necessidade de batalhar por um espaço no cenário underground. Afinal, fora do mainstream, a luta é diária e incessante.  Seguindo essa linha, depois do Psycho Carnival, a banda já pensa em seus próximos passos . “A ideia é gravar um vídeo da música ‘Eu vou encher minha caveira de cerveja’ e, depois, um disco de vinil. Talvez tocar na gringa também, mas a principal meta é continuar produzindo material novo. E que venham outros Psycho Carnivals para participarmos. Todos os anos, se houver possibilidade (risos)”, diz.

Os ingressos para a 18ª edição do Psycho Carnival já estão a venda. A carga de bilhetes é limitada. Confira neste link quais são os valores e as formas de pagamento. “Neste ano vamos botar pra ferver! Será de queimar as canelas! Espero ver todas essas carinhas feias e esquisitas zumbizando no Psycho Carnival. Até mais ver, monstrinhos!”, finaliza Bronco.