
O grupo inglês brindou os fãs com grandes clássicos dos anos 1980/90
Como é bom ouvir uma “banda de guitarra”. Essa era a frase mais presente nessa terça-feira (25), durante o show que o grupo inglês The Cult fez na Live Curitiba.
A exclamação, que pode parecer saudosista, é absolutamente real porque, na música do século XXI, o instrumento mais icônico da história do Rock parece ter sido deixado de lado por boa parte das bandas que conseguem se destacar no cenário internacional.
Atualmente, os sintetizadores são os grandes astros do mainstream (e também em uma parte significativa da cena underground mundial), relegando as guitarras a um incômodo segundo plano.
Felizmente, o guitarrista do The Cult, Billy Duffy, mantém a sagrada arte de criar riffs e solos com maestria, dando o peso e a melodia que as canções pedem e que o público ainda adora ouvir.
O templo sônico
Alguns fãs mais atentos notaram que, pouco antes da banda pisar no palco, um integrante da equipe do Cult, na penumbra, estava usando alguns incensos para “purificar” o ambiente.
Provavelmente, a atitude parte do vocalista Ian Astbury, que sempre foi ligado à cultura indígena, com reflexos inclusive na maneira de se vestir e de se portar nos shows.
Com a Live praticamente lotada, acompanhados por Grant Fitzpatrick (baixo) e John Tempesta (baterista que fez parte do White Zombie), Duffy e Ian abriram o show com “In the Clouds” e “Rise”.
Entretanto, foi com “Wild Flower”, clássico do álbum “Electric” (1987) no qual Duffy empunha com ferocidade a sua icônica Gretsch Falcon branca, que o clima começou realmente a esquentar.
Apesar de incluir músicas de vários álbuns, entre elas “Lucifer”, de “Choice Of Weapon” (2012), e “Mirror”, do mais recente trabalho, “Under the Midnight Sun” (2022), o setlist preparado pelo Cult para o show em Curitiba teve como base os três mais inspirados discos da banda: “Love” (1985), “Electric” (1987) e “Sonic Temple” (1989).
Nessa lista, estavam “Rain” e a atmosférica “Spiritwalker”.
Na metade da apresentação, o grupo emendou uma sequência de quatro clássicos: “Ressurection Joe”, “Edie (Ciao Baby)”, “Revolution” e “Sweet Soul Sister”, ganhando de vez o carinho do público.
“Fire Woman” encerrou a primeira parte da apresentação. Na volta, como um presente inesquecível para os fãs curitibanos, a banda tocou a belíssima “Brother Wolf, Sister Moon”, canção do álbum “Love” (1985) que raramente entra nos setlists dos shows do The Cult.
Em seguida, o grupo encerrou a apresentação com “She Sells Sanctuary” e “Love Removal Machine”. Na sequência, todos os músicos se retiraram do palco, mas Ian ficou durante um bom tempo agradecendo o carinho dos fãs.
Aproveite para assinar o Cwb Live, pagando a quantia que você achar justa. É só clicar nesse link da campanha “Eu Apoio o Cwb Live”, que fica hospedada na plataforma Catarse.
Assim, você ajuda o site a se manter na ativa, fazendo um jornalismo independente e com conteúdos exclusivos (entrevistas em texto e vídeo, coberturas de shows, fotos, vídeos e matérias).
Inscreva-se no nosso canal no YouTube para assistir aos vídeos de shows e entrevistas exclusivas e siga as nossas redes sociais no Instagram e Facebook.
Barones
A abertura foi da banda estadunidense Barones, que não vinha ao Brasil desde 2019, quando o grupo estava fazendo uma tour na América Latina e incluiu uma apresentação em São Paulo.
A banda abriu o show com “Last Word” e “Under the Wheel”, duas músicas do mais recente álbum dos Barones, “Stone” (2023).
John Baizley (vocal e guitarra), Gina Gleason (guitarra), Nick Jost (baixo) e Sebastian Thomson (bateria) apresentam uma sonoridade que tem o Heavy Metal como base, mas também inclui influências que chegam até ao som mais atmosférico das bandas independentes inglesas dos anos 1980/90, entre elas o Loop.
No show, um bom exemplo dessa pegada sem muitas amarras foi “March To The Sea”, que mistura peso com melancolia e retrata bem a proposta dos Barones.
Apesar de ser pouco conhecido no Brasil, o grupo já tem 22 anos de estrada e seis álbuns de estúdio lançados. O setlist do show foi composto por canções de todos esses trabalhos, entre elas “Swollen and Halo” e “Seasons”.
Ao vivo, a guitarrista Gina Gleason e o baixista Nick Jost chamam a atenção pela construção das linhas das músicas.
Tecnicamente, os dois instrumentistas são ótimos e usam isso de maneira perfeita dentro da melodia das canções.
“Take My Bones Away” encerrou a apresentação, com a banda saindo do palco muito aplaudida e se mostrando visivelmente surpresa com a recepção carinhosa do público.
Deixar um comentário