Texto: Marcos Anubis
Tradução e revisão: Pri Oliveira
Foto: Divulgação




A capacidade de um vocalista pode ser medida por sua adaptação a estilos musicais muito diferentes. Além de seu trabalho solo, Tim Ripper Owens foi o frontman do Iced Earth, participou da banda do virtuoso guitarrista Yngwie Malmsteen e também gravou álbuns com o Beyond Fear e com o Charred Walls of the Damned (com quem acaba de lançar um novo trabalho).

Seu maior desafio, porém, foi “substituir” ninguém menos do que Rob Halford no Judas Priest. E ele se saiu muito bem. “Foi um ótimo período com grandes gravações e momentos incríveis. Até hoje eu tenho grandes fãs com a banda, incluindo Rob”, relembra Ripper.

Nesta quinta-feira (13), Tim Ripper Owens se apresenta em Curitiba, no Crossroads Bar, com abertura da banda curitibana Fire Shadow.

O repertório deve incluir canções de todas as fases da carreira de Ripper e também alguns clássicos do Heavy Metal. “Estamos apostando em um setlist metade acústico e metade elétrico, com músicas de toda a minha carreira”, conta.

A banda que acompanha Tim Ripper é composta por Kiko Shred e Vulcano (guitarras), Will Costa (baixo) e Lucas Tagliari (bateria).




Técnica e alcance vocal

As oportunidades que Ripper teve para fazer parte de grandes bandas do cenário metálico mundial não surgiram por acaso. Há alguns anos, Tim é um dos cantores com maior alcance vocal e capacidade para cantar vários estilos, qualidades que são cada vez mais raras de se encontrar. “As minhas influências são Ronnie James Dio, Rob Halford, Chris Cornell e Jon Oliva”, afirma categoricamente.

Para quem bebeu nessas fontes inspiradíssimas, adaptar-se ao estilo de uma nova banda é uma coisa natural. “Sim. Eu gosto de versatilidade e a minha voz pode fazer isso. Eu gosto de cantar como se fosse um show, mudando os personagens! Quer dizer, eu fui abençoado com uma voz que pode cobrir uma ampla variedade de estilos, então, por que não usá-la?”, diz.

Ripper acaba de lançar um novo álbum com a banda Charred Walls of the Damned. “Creatures Watching Over the Dead” é o primeiro CD do vocalista desde “Cold Winds On Timeless Days” (2011).

O álbum, terceiro na carreira do grupo, tem passagens nitidamente influenciadas pelo Black Metal e pelo Metal Melódico, mas também incorpora outros estilos. “O novo do Charred Walls of the Damned é incrível. Definitivamente é o meu favorito entre os três”, afirma.

Mas, apesar de ter cantado em várias bandas, Tim afirma que sua carreira só tem um álbum solo. “Sim, ‘Play my Game’ é o meu único CD solo, mas eu olho para o Beyond Fear e considero uma espécie de trabalho ‘solo’ também!”, diz.

“Play my Game” (2009) teve todas as composições e letras criadas por ele, exceto em quatro faixas nas quais existem parcerias com Bob Kulick, John Comprix e Chris Caffery.

O fato é que Ripper parece ter necessidade de produzir e se expressar por meio de sua música, pois um novo trabalho com suas próprias composições já pode estar a caminho. “Eu vou fazer outro CD solo!”, afirma.




Substituir um ídolo

O período em que Ripper passou no Judas Priest é elogiado até hoje, mesmo pelos fãs mais antigos da banda. Entre 1996 e 2003, o vocalista gravou os álbuns “Jugulator” (1997), “Live Meltdown” (1998), “Demolition (2001) e o fantástico “Live in London” (2003).

O show em Londres, gravado na Brixton Academy em dezembro de 2001, foi certamente uma das melhores performances da carreira de Tim. Canções como “Diamonds and rust”, “Hell is home” e “Burn in hell” foram brilhantemente interpretadas e a plateia, percebendo isso, ovacionou Ripper naquela noite.

A reação do público e a emoção do vocalista naqueles dias de gravação estão em sua memória até hoje. “Foi um incrível e longo dia. Nós tínhamos acabado de chegar do Japão, todos nós tivemos jet lag e filmamos durante o dia inteiro. Então, na hora do show, todos nós sentimos isso e eu estava desgastado (risos)”, relembra.




Homenagem ao maior de todos

Outro projeto importante, e que ainda está em andamento, é uma homenagem a uma de suas maiores influências. Após a morte de Ronnie James Dio, em 2010, Ripper foi convidado a se juntar ao Dio Disciples, uma banda tributo formada Craig Goldy e Oni Logan (guitarras), Bjorn Englen (baixo), Scott Warren (teclado) e Simon Wright (bateria).

Empresariado pela esposa de Dio, Wendy Dio, o grupo nasceu com a intenção de manter viva a música daquele que é considerado a maior voz da história do Heavy Metal. No último mês de agosto, a banda se apresentou no tradicional festival alemão Wacken Open Air, com direito até a um holograma de Ronnie cantando “We rock”.

Estar ao lado de músicos que fizeram parte da banda de Dio nos últimos anos foi uma grande experiência para Tim. “Impressionante! É uma coisa incrível de se fazer com os amigos e companheiros da banda do Ronnie e ainda contar com a presença da Wendy Dio, que é quem está fazendo com que os fãs do Ronnie tenham acesso a uma parte da obra dele por meio da nossa música. É ela, também, quem arrecada dinheiro para a Ronnie James Dio Stand Up and Shout Cancer Fund”, diz.

Hoje, os curitibanos terão a oportunidade ouvir Tim Ripper Owens ao vivo. E, mesmo acostumado a se apresentar para milhares de pessoas ao redor do mundo, o Brasil certamente ainda tem um lugar especial no coração do vocalista. “Nossos públicos são grandes em todos os lugares! Eu sinto que temos uma grande ligação com o público brasileiro, sinto que é um pouco como uma grande família. E a paixão é uma loucura boa”, elogia. “Eu estou pronto, e vocês? Venham e vamos nos divertir! Curitiba rocks!”, finaliza Ripper.

O Crossroads abre às 21h e o show está previsto para começar às 22h. Os ingressos do 2º lote custam R$ 50. Os bilhetes podem ser adquiridos no site Eventick, no Crossroads Bar (2ªs e 4ªs das 10h30 às 19h, 3ªs, 5ªs, 6ªs e sábados das 10h30 à 0h) e nas lojas Hand & Made Music Shop (Shopping Palladium. Fone 3212-3223), Let’s Rock (Galeria Pinheiro Lima, Praça Tiradentes, lojas 3 e 4, Centro. Fone 3324-2676), Túnel do Rock (Rua XV de Novembro, 74, Centro. Fone 3322-4077), Dr. Rock (Shopping Metropolitan, loja 4, Praça Rui Barbosa. Fone 3324-0669, sem taxa de conveniência) e Monstros do Rock (Rua Emiliano Perneta, 30, Galeria Cesar Franco, loja 26. Fone 3022-7786).

A censura é de 18 anos. O Crossroads Bar fica na Avenida Iguaçu, 2304, no Água Verde.

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