Texto: Marcos Anubis
Revisão: Pri Oliveira
Foto: Divulgação

Zabilly entrevista Psycho Carnival 2015

O Zabilly se apresenta na segunda-feira (16), última noite do Psycho Carnival. O trio foi formado em 2011 no município de Colombo, região metropolitana de Curitiba. O line up atual tem Jura (baixo e vocal), seu filho Guilherme Cordeiro (guitarra, violão e backing vocals) e Mauricio Dieckmann (bateria e backing vocal).

O grupo lançou sua primeira demo, “Live in PsyColombo”, em setembro do ano passado. “São sete faixas com letras baseadas em filmes de horror trash, trazendo o estilo vintage das Pin-ups, e também nos Hot Roads, porque eu era piloto de Dodge V8 em corridas de terra. As canções também falam sobre café racer, pois nosso baterista é customizador de motos. O ‘Live in PsyColombo’ também traz muito sangue, horror, ódio e mentes psicopatas regadas a whisky e bourbon sem gelo”, explica Jura.

O músico rasga elogios ao festival e o coloca como um dos mais importantes do mundo dentro do estilo. “O Psycho Carnival é uma referência do Psychobilly mundial. Ele traz bandas do mundo inteiro para tocar e prestigiar o evento. A grande importância é reunir a galera psycho desde os anos oitenta até a nova geração, onde todos podem ter acesso, em apenas um único lugar, a materiais de bandas e ao estilo Psychobilly. Podemos ver bandas que inspiraram e ainda hoje inspiram o cenário psycho, ao lado de bandas que fazem sua história no cenário nacional”, diz.

Será a primeira vez que a Zabilly se apresentará no Psycho Carnival, fato que certamente ficará marcado na história do trio. “Para nós é uma honra tocar nesse evento que é referência no cenário psychobilly, principalmente por representar a nova geração de Curitiba e região metropolitana. Novas bandas vêm surgindo no cenário e elas têm vindo para somar e fortalecer o movimento”, conta.

Jura e seus companheiros de banda acreditam que a união da cena psychobilly brasileira é o grande segredo para que ela se fortaleça ainda mais. “Ela está em constante crescimento. Ainda são poucos os lugares para tocar, mas o público está cada vez mais receptivo. A cena perdeu um pouco de sua força depois dos anos oitenta e noventa, mas vem se recuperando firmemente e a passos largos. Continua sendo uma cena grande e forte, com grandes eventos e ótimas bandas”, analisa.

Em relação ao espaço que a imprensa local e nacional abre para o estilo, Jura não é tão otimista. “O apoio da mídia não é forte. Melhorou um pouco com a Internet, mas hoje não é possível ouvir bandas de Psychobilly nas rádios e TVs. O foco da mídia parece ser outro. As bandas de Rockabilly e Psychobilly são 100% independentes e arcam com os seus custos para materiais e divulgação, tocando por pouco e muitas vezes por nada. É a realidade que vemos hoje como banda iniciante. No cenário já vimos muitas outras bandas acabarem devido à falta de divulgação e valorização”, diz.

Como membro de uma das cenas psycho mais fortes do país, Jura afirma que se hoje ela tem uma cara mais profissional e organizada, isso foi conseguido com muita luta.  “A cena Psychobilly em Curitiba começou no final dos anos oitenta com o surgimento de bandas como Os Cervejas, Playmobillys, Estúpido Estupro e Ovos Presley, entre outras. Depois começou a organização de eventos de Psychobilly, no início com pouca estrutura e muito esforço”, diz. O músico lembra até de alguns “fatos inusitados” da construção dessa cena. “Em uma conversa com o Wallace, guitarrista e um dos fundadores do Ovos Presley, ele me contou que já levou até geral da polícia quando estava levando equipamentos na rua para fazer um desses eventos, mostrando a dificuldade e a força de vontade em fazer acontecer”, conta.

O Zabilly se apresenta na segunda-feira (16) ao lado das bandas Tampa do Caixão, Bad Luck Gamblers, Krappulas e Barnyard Ballers. “Estamos preparando várias músicas novas e inéditas para mostrar. Como faremos o primeiro show do dia de encerramento, será inesquecível. Surpresas acontecerão, aguardem. Vida longa ao Psycho Carnival e a todos os psychobillies. Bebam e curtam muito”, finaliza Jura.